
Neste último domingo antes do Natal, os expositores da Feira de Artes, Artesanato e Variedades, conhecida como Feira Hippie, em Belo Horizonte, estão animados com o movimento e as vendas. Com a chuva dando uma trégua e poucos dias para a compra dos presentes, o fluxo na manhã deste domingo (19/12) esteve bem melhor do que na semana passada, compara Rafael Mendonça, da comissão paritária de gestão da feira e há mais de 20 anos no setor de couros.


SÓ NO BRILHO
"Mulher adora bijuteria. Já comprei brinco para minha mãe, minhas irmãs, enfim, tem para todo mundo. Vou aproveitar a promoção", brincou a auxiliar de escritório, Wanderléa Mota, diante das ofertas da Blue Artes, de Cláudia Beckler. Há 34 anos na feira, Cláudia disse que "o movimento melhorou, graças a Deus" e que as promoções de brincos, de três por R$ 25, animam os consumidores.

CHEIRO DE CHICLETES
Novidades a exemplo da boneca com cheiro de chicletes também atraem a clientela, disse Patrícia Andrade, ao lado mãe e dona da barraca das bonecas "Ray ", Maria Raimunda Andrade. Satisfeita com a vendas, embora com resultado bem distante dos tempos pré-pandemia, Patrícia, por volta das 9h30, já tinha vendido a metade do seu estoque ou 40 brinquedos. "Essas bonecas vão a lugares que não irei. Hoje, por exemplo, vendi para uma pessoa da França", contou a vendedora bem-humorada explicando que o cheiro de chicletes vem de uma essência especial.


FLUXO
Com cerca de 1,8 mil expositores, divisão por setores e localizada entre a Praça Sete e a Rua dos Guajajaras, no Centro de BH, a Feira de Artesanato recebia, em média, antes da pandemia, cerca de 80 mil pessoas a cada domingo.Em 2021, a feira completa 30 anos na Avenida Afonso Pena. Mas tudo começou na Praça da Liberdade, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte. Foi em 1969, que entrou em cena, de maneira informal, a Feira Hippie instalada diante do Palácio da Liberdade, então sede do governo estadual.
Dois anos depois (1971), a feira atraiu a atenção do governador Israel Pinheiro (1896-1973), que decidiu visitá-la e conhecer pintores e expositores. Após o encontro, o governador teve a ideia de transformar em permanente o evento esporádico – assim, em 1973, foi oficializada por decreto municipal e a Prefeitura de Belo Horizonte assumiu a organização a fim de fomentar o turismo, tornando a feira semanal.
Em 1991, com a restauração da Praça da Liberdade, a feira foi transferida para a Avenida Afonso Pena, e em 1993, chegaram as barracas coloridas para delimitar os setores. Já em 2009, houve uma tentativa para levar a feira para o Barro Preto, com novo leiaute, mas a ideia não vingou.
