
Montada ao lado da barraca onde vive, a árvore chama a atenção de todos que passam pelo local. Para ele, o espírito natalino é um fortalecedor de sua fé, mesmo em situação de rua: "A gente tem que ter muita fé. A fé que move montanhas e faz milagres, entende!?", destaca.
"Quando você vai em busca de algum trabalho, o atestado carcerário infelizmente fica para sempre. O que me trouxe para rua foi a falta de oportunidade. Muita gente gosta de ajudar, mas 80% da sociedade discrimina. A verdade é essa. Eu só precisava de oportunidade, independente de qual seja", destacou.
De acordo com ele, hoje sobrevive da coleta de reciclagem, mas possui formação completa em Educação Física na UFMG, além de falar fluentemente outros dois idiomas, além do português.
Durante a entrevista, Lucas revelou estar vivendo uma situação muito triste: tinha acabado de receber a notícia de que a mãe havia falecido em decorrência do COVID-19. Ele buscava alternativas para chegar até Teófilo Otoni, cidade onde sua mãe morava.
Apesar de a mãe não ter aceitado sua sexualidade, Lucas diz que a amava incondicionalmente. E espera que o espírito natalino lhe dá forças para seguir em momentos como esse. "O natal é Jesus Cristo. Resumindo tudo, né!?", finalizou.
*Estagiário sob supervisão do subeditor Frederico Teixeira
