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Estado de Minas ARTE EM BH

Projeção no JK homenageia população LGBTQIA+ e encanta público

Imagens na empena do edifício na Praça Raul Soares para o projeto Vráaaa na Raulzona foram projetadas em parceria pelo CURA e Coletivo Viva JK


23/10/2021 21:49 - atualizado 25/10/2021 23:39

Imagem de projeção em homenagem ao público LGBTQIA em um dos prédios do Conjunto JK, em BH
Projeções em homenagem ao público LGBTQIA foram exibidas em um dos prédios do Conjunto JK, em BH (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)

A Praça Raul Soares, no Centro de Belo Horizonte, foi palco de homenagem ao público LGBTQIA na noite deste sábado (23/10), por meio de projeções feitas em um dos conjuntos mais tradicionais de prédios da capital mineira: o JK. A ação faz parte do projeto promovido por meio de parceria entre o Coletivo Viva JK e o Circuito Urbano de Arte (CURA), que vem transformando a praça em um ambiente de imersão de arte urbana.

As projeções feitas no conjunto JK contaram com a presença de público, que levou cadeiras de praia para acompanhar as imagens, que puderam ser vistas da "Raulzona" - apelido dado para a praça. O local foi palco de diversas opressões ao público LGBTQIA entre as décadas de 50 e 60. 

Este foi justamente o tema abordado pelos videoartistas Eder Santos e Barão Fonseca, que mostraram manchetes e trechos de reportagens para exemplificar como a sociedade tratava a população que frequentava o equipamento público. Imagens de autoria do fotógrafo Lucas Ávila também foram reproduzidas nas projeções.

Ver galeria . 9 Fotos Projeto do Coletivo Viva JK homenageou a população LGBTQIA com projeção na empena do prédio na Praça Raul SoaresGladyston Rodrigues/EM/D.A Press
Projeto do Coletivo Viva JK homenageou a população LGBTQIA com projeção na empena do prédio na Praça Raul Soares (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press )


O "Vráaaa na Raulzona", como foi chamado o projeto de projeção, também mostrou imagens em referência ao público LGBTQIA, que frequenta a praça até hoje, principalmente no entorno do equipamento, seja em bares, karaokês e casas noturnas. O evento também foi marcante para o antropólogo Rafa Barros, de 38 anos, que voltou a frequentar um espaço público de BH desde o começo da pandemia da COVID-19.



"Está incrível, está uma cura (risos). Nesta pandemia, é o primeiro momento que estou tendo de reconexão com o espaço público, com pessoas numa área aberta, mesmo com distanciamento, sentir o que a cidade nos apresenta. Muito legal", afirmou.

O CURA, que concentrava sua atuação na região da Rua Sapucaí, no Bairro Floresta, na Região Leste de BH, agora parte para a "Raulzona", algo que foi aprovado por Rafa, por ser um local simbólico para a capital mineira. O antropólogo destacou que o projeto acontece de forma respeitosa aos moradores da região e que o espaço tem sido transformado, do ponto de vista urbanístico, nos últimos anos.



"Apresenta, também, para Belo Horizonte, as várias camadas que esse espaço comporta. Desde daquilo de que motivou a existência dessa praça, que são as cerâmicas marajoaras, e todo o fundamento indígena da nossa origem, como significante primeiro o JK, como signo do modernismo de (Oscar) Niemeyer, a diversidade que habita esse prédio, associada à diversidade que habita e atravessa a praça. Muito incrível".

Grafite em empenas de prédios

O projeto do CURA também contempla a pintura de empenas de prédios do entorno da Praça Raul Soares, assim como as que já são encontradas na região da Avenida Afonso Pena. No Edifício Paula Ferreira, no número 265 da praça, o grafite está sendo feito por Ed-Mun.

Imagem de grafite em empena de prédio em BH
Trabalhos no Edifício Paula Ferreira estão no terceiro dia (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)


O artista, que tem 39 anos, já dedicou 24 deles ao grafite. Ed-Mun disse estar realizado ao participar de um projeto como o que está sendo executado no entorno da Raul Soares. "Eu sempre quis fazer um trabalho desse tamanho, tanto no físico quanto no trabalho em si. É muito importante. Está sendo muito bom, em todos os aspectos. O CURA cuida muito bem da gente", disse.
O trabalho de Ed-Mun no Paula Ferreira está no terceiro dia. Além da habilidade no grafite, o artista também anda contando com um aliado no trabalho nos últimos dias: o clima, que vem ajudando, ao contrário de boa parte da semana, quando chuvas fortes foram registradas em BH. Ajuda importante, afinal, são 32 metros de pintura, que é feita em etapas.

"Normalmente fazemos marcações. Eu estou quadriculando parte por parte e faço o desenho aos poucos, como uma impressão", relata.

"Estou feliz de fazer um trabalho desse tamanho"

A rotina de Ed-Mun começa às 8h, quando chega ao prédio. Às 8h30, o artista sobe e inicia a preparação das tintas. O almoço geralmente é por volta do meio-dia. O "expediente" é encerrado por volta de 17h30. Tudo tem que estar pronto até o dia 2 de novembro, mas Ed-Mun acredita que terminará em sete dias.

"Estar podendo realizar esse trabalho é muito bom, pois chegamos mais próximos da cidade, os prédios ficam mais coloridos. Todos estamos felizes com a chegada do CURA na Raul Soares. Estou feliz de fazer um trabalho desse tamanho em um lugar tão importante que é a praça", conclui.

Outro prédio que está recebendo a arte é o Edifício Levy, localizado no número 718 da Avenida Amazonas. Por lá, os trabalhos estão sendo executados pelo Coletivo Mahku.


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