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Estado de Minas GREVE DO METRÔ

'Nossa luta é pela vida', diz sindicalista dos metroviários após ser preso

Diretor do Sindimetro/MG foi encaminhado à delegacia após descer nos trilhos e se posicionar na frente do metrô da estação Eldorado, em Contagem


26/05/2021 13:08 - atualizado 26/05/2021 15:19

Algumas linhas do metrô de BH voltaram a funcionar a partir das 10h15(foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)
Algumas linhas do metrô de BH voltaram a funcionar a partir das 10h15 (foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)
Um manifestante da greve dos metroviários de Belo Horizonte e Região Metropolitana foi detido pela Polícia Militar nesta quarta-feira (26/5) após tentar impedir a circulação dos trens na Estação Eldorado, em Contagem. 

Pablo Henrique, diretor de Comunicação do Sindicato dos Empregados em Transportes Metroviários e Conexos de Minas Gerais (Sindimetro/MG), desceu aos trilhos do metrô como forma de protesto depois de a CBTU-BH anunciar que as linhas voltariam a circular no horário em que havia sido autorizado pela Justiça para paralisação da categoria, das 10 às 16h.

Cerca de 10 minutos após fechar as estações de metrô da capital mineira para os passageiros, alguns trabalhadores voltaram a operar o transporte por volta das 10h15 desta quarta-feira (26/5).

A categoria paralisou as atividades para reivindicar o direito de os metroviários serem incluídos na campanha de vacinação contra a COVID-19, conforme anunciado na noite anterior.
 
 
 
O sindicalista foi encaminhado para a 25ª Áreas Integradas de Segurança Pública (Aisps), no Bairro Eldorado, onde prestou depoimento e foi liberado. Em entrevista ao Estado de Minas , ele disse que a companhia havia oferecido aos funcionários horas extras e dias de folga para quem aceitasse trabalhar no período. A reportagem acionou a empresa, que ainda não se posicionou.

“Foi uma falta de respeito, ainda mais que é uma greve sanitária pela vida. Acho que a empresa quando faz isso deixa claro que ela é contra a vida dos trabalhadores”, disse Pablo.

Pablo foi retirado à força pelos agentes ferroviários do local, mas disse que não sofreu nenhum ferimento. Ele agora deve aguardar para ser convocado pelo Juizado Especial Criminal do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) nos próximos dias. 

O sindicalista fala que o sentimento de luta agora é ainda mais forte. “Agora acho que precisamos ter uma luta um pouco mais radical contra as atuais gestões da empresa. Eles estão demonstrando ser, cada dia mais, irresponsáveis com a vida do trabalhador. Nós temos de tempos em tempos surtos de COVID em determinados setores. No último surto tivemos uma equipe de cinco que se contaminaram e um foi internado, que graças a Deus recebeu alta agora. Nossa luta é pela vida”, afirmou.

Sindicato recorrerá na Justiça


“Ele tentou fechar uma estação que não tinha funcionário. A CBTU, para dar tempo de remanejar o pessoal, foi até lá com o corpo de segurança e efetuou a prisão do diretor. É um ato de truculência que reflete muito bem a realidade do atual momento político do país”, diz o presidente do Sindimetro/MG, Romeu Machado.

O representante da entidade disse que a interrupção da empresa na greve será questionada na Justiça, já que, segundo ele, ela criou obstáculos para o cumprimento da liminar que determinou a paralisação. De acordo com a assessoria de imprensa da CBTU-BH, a medida adotada garantiu o direito de quem está de greve e daqueles que desejam trabalhar. 

“Essas pessoas têm um cargo com vantagens financeiras e, com receio de perder esses cargos, cumprem a ordem da empresa. Ela usou deste artifício para minar a própria decisão judicial, que fala que nenhuma das partes pode criar problemas de cumprimento. A CBTU criou esse problema”, disse o presidente.

A paralisação é pela não inclusão da categoria no público prioritário para a vacinação contra a COVID-19. A ideia inicial era para uma greve integral, mas decisão da Justiça do Trabalho obrigou o expediente nos horários de maior demanda.

“Já perdemos quatro colegas de trabalho, sendo um deles com 28 anos que estava trabalhando, não tinha nenhuma comorbidade, pegou a doença e morreu. Temos mais de 14% da categoria contaminada. Trabalhamos durante as fases mais críticas da pandemia e, na hora de ter o reconhecimento desse esforço dessa exposição que estamos, as autoridades sequer levaram em consideração nossas reivindicações”, disse o sindicalista.

Confira quais linhas funcionam nesta quarta-feira (26/5) fora do horário de pico


No momento, o metrô de Belo Horizonte mantém 11 estações abertas, para embarque e desembarque, e 8 fechadas, usadas apenas para desembarque até as 16h. Confira:

Estações abertas para embarque e desembarque

  • Eldorado
  • Vila Oeste
  • Carlos Prates
  • Lagoinha
  • Central
  • Santa Efigênia
  • Santa Inês
  • Minhas Shopping
  • São Gabriel
  • Waldomiro Lobo
  • Vilarinho

Estações que estão apenas desembarcando os usuários

  • Cidade Industrial
  • Gameleira
  • Calafate
  • Santa Tereza
  • Horto
  • Primeiro de Maio
  • José Cândido 
  • Floramar 
* Estagiária sob supervisão da editora-assistente Vera Schmitz


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