
Segundo a PF, a mineração era camuflada como atividade de terraplenagem. Os investigados chegaram a solicitar autorização à concessionária da rodovia e à Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) para realizar supostas melhorias no terreno. Os suspeitos também teriam criado empresas fictícias para dar credibilidade à empreitada. A obra, no entanto, nunca foi executada.

Quatro pessoas foram indiciadas por ao menos cinco crimes relacionados à pesquisa, lavra ou extração de recursos minerais sem a competente autorização, previstos no Artigo 55 da Lei nº 9.605/98, que dispõe sobre atividades lesivas ao meio-ambiente. Se condenadas, elas podem cumprir até 29 anos de prisão. O quarteto é investigado em outros três inquéritos por delitos semelhantes.
Atividade recorrente
Em 2019, a Polícia Federal montou uma operação semelhante. Trata-se da Operação Poeira Vermelha, deflagrada em julho daquele ano. O 'modus operandi' dos envolvidos era o mesmo dos indiciados nesta quarta (19/5). Na época, as investigações apontaram que os criminosos simulavam atividades de terraplenagem em terrenos urbanos, como se os preparassem para futura construção, mas, segundo a polícia, praticavam a mineração ilegal.
Com base nas características geográficas da área onde atuavam, a polícia chegou à conclusão de que a “terra” extraída pela quadrilha consistia, de fato, em minério de ferro, com considerável valor de mercado, que era revendido para empresas siderúrgicas para a produção de aço.
