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Estado de Minas COVID-19

Ônibus ficam mais cheios ao longo da pandemia em BH

Números da BHTrans mostram que medidas restritivas reduzem em até 70% o número de usuários, mas coletivos continuam lotados nas horas de pico


17/03/2021 06:00 - atualizado 17/03/2021 07:46

Pessoas que precisam trabalhar lidam com aglomerações nos pontos e dentro dos veículos diariamente na capital (foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press)
Pessoas que precisam trabalhar lidam com aglomerações nos pontos e dentro dos veículos diariamente na capital (foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press)

O mês de março já concentra a maior média de passageiros de ônibus em Belo Horizonte desde o início da pandemia do novo coronavírus (Sars-CoV-2). Ao mesmo tempo, foi o quarto mês com mais viagens realizadas. Saldo que pode mostrar realmente que os veículos de transporte coletivo da capital mineira têm rodado mais cheios ultimamente, criando um ambiente propício e indesejado para a proliferação da COVID-19. De acordo com dados da empresa de transporte e trânsito de Belo Horizonte, BHTrans, neste mês, a média de passageiros transportados pelos ônibus foi de 715.519 pessoas, número que representa 56,2% dos 1.271.757 que seriam transportados normalmente, antes da chegada do vírus. As viagens caíram 33,6% nesse período. Contudo, ontem, quando passaram a vigorar mais restrições a atividades para recuperar a capacidade hospitalar da cidade, o que se viu foram pontos de ônibus, estações, avenidas, ruas e praças vazias.

Observando os gráficos de passageiros transportados, fica nítido o comportamento relacionado aos decretos de flexibilização ou de restrições. O volume de usuários despenca a partir de março de 2020, quando se iniciou o processo de afastamento social e interrupção de aulas e outras atividades, chegando a uma média de 393.759 passageiros, cerca de 30,9% do normal. Em abril, essa depressão foi ainda mais acentuada, chegando a 377.661 passageiros, o equivalente a 29,6% do esperado.

No mês de agosto, quando BH iniciou a segunda onda de flexibilizações, o percentual de passageiros passou pela primeira vez da casa dos 40%, com média mensal de 538.605 usuários (42,3%). Os meses que se seguiram foram de incremento na média de passageiros, com setembro registrando 47% do normal, outubro ultrapassando a casa dos 50%, com o registro de 51,8%, novembro com 55,1% e dezembro chegando a 54,6%. Em janeiro de 2021, ocorreu uma pequena redução média, com o mês fechando em 48%, mas fevereiro tendo recuperado o volume de passageiros, com 52,3% e março sendo o ápice dessa expansão.

Enquanto mais pessoas ingressaram no transporte público, as viagens não aumentaram, seguindo a mesma concentração de usuários. De acordo com dados da BHTrans, a média de viagens realizadas pelos ônibus da capital foi de 16.431, uma quantidade que representa 66,4% do normalmente realizado antes da pandemia, que era de 24.743 partidas e chegadas. É o quarto mais intenso volume de viagens, atrás dos meses de novembro (69,2%), dezembro (67,8%) e outubro (67,5%), quando o volume de passageiros médios era menor.

Preocupação 


Esse volume crescente de pessoas nos ônibus tem sido percebido e preocupa pessoas que precisam se deslocar de ônibus para o trabalho. “Não teve pandemia para os ônibus. Porque nos horários que eu preciso sempre está tudo lotado. A minha linha, 815 (Conjunto Paulo VI), só fica lotada, com as pessoas viajando a pé, agarradas umas às outras. Não tem condição de isolamento, não. No ponto de ônibus da Rua Antônio Mariano de Abreu o ônibus passa tão cheio que nem para, porque não cabe mais gente dentro. E aí deixa você para trás”, afirma a atendente de telemarketing Iandra da Silva Gomes, de 28 anos.

O confinamento para conter a doença também não alcançou a recepcionista Gleice Rocha, de 24, que precisa trabalhar e sempre embarca em ônibus cheios. Segundo a BHTrans, o limite de passageiros em pé é de 10 pessoas nos ônibus regulares e de padrão Move, dobrando a tolerância em veículos articulados. 

(foto: Arte Em)
(foto: Arte Em)
“Gente em pé é o que mais tem. Nos meus horários tem mais gente em pé do que sentada. Eu fiquei com medo. Não quero pegar esse vírus, mas não tenho para onde correr. Não tenho outra opção”, disse a recepcionista, que trabalha no Centro e mora no bairro Ribeiro de Abreu, na Região Nordeste da capital.

Serviço é monitorado

A BHTrans informa que avalia diariamente a operação do transporte coletivo de Belo Horizonte e, caso necessário, ajustes como a disponibilização de mais viagens são feitas em determinadas linhas. “Veículos extras são disponibilizados para eventuais casos, evitando assim a concentração de pessoas nas estações, sobretudo nos horários de pico. Agentes da BHTrans nas estações, ao longo dos itinerários nas vias da cidade, por meio das câmeras do Centro de Operações da Prefeitura de Belo Horizonte (COP-BH) acompanham e fiscalizam o cumprimento dos decretos em relação à lotação e à disponibilidade de álcool gel nos ônibus”, informa a empresa.

Os passageiros podem conferir os quadros de horários das linhas no Portal da Prefeitura https://prefeitura.pbh.gov.br/bhtrans ou no aplicativo SIU Mobile, que também possibilita acompanhar a linha em tempo real. “É importante que os usuários indiquem também o horário em que houve lotação na linha e o número do ônibus. São informações fundamentais para direcionar as ações de fiscalização do transporte”.

A BHTrans informa que fiscaliza as empresas de transporte para que as medidas contra a pandemia sejam implementadas, bem como o padrão do serviço regular. No ano passado, foram 24.055 autuações, 25,6% menos que em 2019, quando ocorreram 32.292 autuações. O valor damulta é de R$ 568,89. “Toda a frota do transporte coletivo, 2.622 ônibus, está disponível para atender às viagens dimensionadas nos quadros de horários das linhas da capital.”
 

Flagrante de superlotação

 


Moradora do bairro Mantiqueira, em Venda Nova, gravou vídeo pelo celular mostrando como a linha de ônibus 626, que faz o trajeto Esplendor/Landi, ficou superlotada no horário das 4h30, em que ela pega a condução para seguir até seu local de trabalho. Mesmo com os serviços não essenciais proibidos de funcionar, por decreto da Prefeitura de Belo Horizonte, o transporte seguiu com superlotação.



No vídeo, a mulher faz uma reclamação: “Hoje é terça-feira, dia 16, e olha que absurdo, olha que absurdo gente”. Na cena, é possível ver pessoas sem máscara, sem distanciamento correto, e alguns passageiros tendo que realizar o trajeto em pé, visto que os assentos estão todos ocupados. Segundo a assessoria de comunicação da BHTrans, a linha 626 – Esplendor/Landi não teve a frota reduzida, após a Prefeitura de BH estabelecer o novo decreto do fechamento de serviços não essenciais novamente. Segundo a empresa, foram feitos ajustes nos horários de acordo com a demanda de passageiros.

A assessoria ainda disse que a linha está realizando os trajetos das 4h às 19h35, e com um turno noturno das 22h às 23h55. No horário de pico das 4h às 7h, os transportes dessa linha estão rodando com intervalo de 6 e 7 minutos entre as viagens. Os intervalos aumentaram no horário das 13h, que não apresentam grande demanda de passageiros. A BHTrans informou que a fiscalização das medidas de prevenção contra a COVID-19 está sendo monitorada constantemente, principalmente nas estações, onde a Guarda Municipal está orientando os passageiros a usar a máscara e álcool em gel nos transportes. A linha 626 – Esplendor/Landi faz o trajeto do bairro até a estação Venda Nova.

Já sobre o uso da máscara, ele é controlado pela BHTrans, mas não dentro dos coletivos. "Nas estações, estamos orientando o uso da máscara. Mas dentro do transporte, durante a viagem, já não temos controle, vai da consciência de cada um usar a máscara." A assessoria complementa. "Se os passageiros virem alguma aglomeração em qualquer linha de ônibus da cidade, podem denunciar no portal da PBH."

Reforço na Grande BH


A Secretaria de Estado de Infraestrutura e Mobilidade (Seinfra) anunciou, ontem, que firmou um acordo com as empresas concessionárias do transporte coletivo metropolitano. O protocolo emergencial será para readequação dos quadros de horários à demanda real de passageiros das viagens intermunicipais na Grande BH. Segundo a Seinfra, as medidas foram tomadas após todo o estado entrar na onda roxa do plano Minas Consciente. Ficou estabelecido que as empresas terão o prazo de 48 horas para apresentar proposta de aumento de viagens, quando solicitado pela secretaria, e, caso não desenvolvam o plano dentro do prazo, a própria Seinfra determinará o quadro de horários a ser cumprido.

Por outro lado, a secretaria se compromete a analisar os pedidos de redução de horários dentro de 48 horas, podendo admiti-la imediatamente nos casos em que haja queda brusca de demanda. De acordo com a Seinfra, todas as avaliações serão feitas com dados atualizados dos dias anteriores, por causa da dinâmica das decisões governamentais. Para realizar uma reclamação, agora os usuários dos transportes coletivos podem ligar na Ouvidoria-Geral do Estado (OGE-MG) por meio do telefone 162, dígito 9. A solicitação pode ser acompanhada por meio do protocolo gerado no atendimento. A OGE-MG contatará os pontos focais na Seinfra e no DER-MG para o tratamento das demandas.

Além do telefone, os demais canais de atendimento, como o site da OGE e o aplicativo MG app também estão disponíveis. A secretaria reforça que as solicitações de serviços, como criação de linhas e novos horários, serão mantidas no site do DEER-MG e também pelo aplicativo de serviços estaduais MG app. Além disso, o Consórcio Ótimo, que reúne todos os concessionários do transporte metropolitano, continuará recebendo as demandas relativas ao Cartão Ótimo. (Gabriela Leão Silva, estagiária sob supervisão do subeditor Daniel Seabra, e Isabela Bernardes, estagiária sob supervisão do editor Álvaro Duarte)

O que é o coronavírus


Coronavírus são uma grande família de vírus que causam infecções respiratórias. O novo agente do coronavírus (COVID-19) foi descoberto em dezembro de 2019, na China. A doença pode causar infecções com sintomas inicialmente semelhantes aos resfriados ou gripes leves, mas com risco de se agravarem, podendo resultar em morte.
Vídeo: Por que você não deve espalhar tudo que recebe no Whatsapp

Como a COVID-19 é transmitida? 

A transmissão dos coronavírus costuma ocorrer pelo ar ou por contato pessoal com secreções contaminadas, como gotículas de saliva, espirro, tosse, catarro, contato pessoal próximo, como toque ou aperto de mão, contato com objetos ou superfícies contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos.

Vídeo: Pessoas sem sintomas transmitem o coronavírus?


Como se prevenir?

A recomendação é evitar aglomerações, ficar longe de quem apresenta sintomas de infecção respiratória, lavar as mãos com frequência, tossir com o antebraço em frente à boca e frequentemente fazer o uso de água e sabão para lavar as mãos ou álcool em gel após ter contato com superfícies e pessoas. Em casa, tome cuidados extras contra a COVID-19.
Vídeo: Flexibilização do isolamento não é 'liberou geral'; saiba por quê

Quais os sintomas do coronavírus?

Confira os principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:

  • Febre
  • Tosse
  • Falta de ar e dificuldade para respirar
  • Problemas gástricos
  • Diarreia

Em casos graves, as vítimas apresentam:

  • Pneumonia
  • Síndrome respiratória aguda severa
  • Insuficiência renal
Os tipos de sintomas para COVID-19 aumentam a cada semana conforme os pesquisadores avançam na identificação do comportamento do vírus. 

Vídeo explica por que você deve 'aprender a tossir'


Mitos e verdades sobre o vírus

Nas redes sociais, a propagação da COVID-19 espalhou também boatos sobre como o vírus Sars-CoV-2 é transmitido. E outras dúvidas foram surgindo: O álcool em gel é capaz de matar o vírus? O coronavírus é letal em um nível preocupante? Uma pessoa infectada pode contaminar várias outras? A epidemia vai matar milhares de brasileiros, pois o SUS não teria condições de atender a todos? Fizemos uma reportagem com um médico especialista em infectologia e ele explica todos os mitos e verdades sobre o coronavírus.

Coronavírus e atividades ao ar livre: vídeo mostra o que diz a ciência

Para saber mais sobre o coronavírus, leia também:

 


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