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Estado de Minas PANDEMIA

Médico mineiro que se reinfectou ainda não tomou a vacina contra a COVID-19

Morador do Bairro Paciência, Sabará, o médico optou por adiar a própria vacinação para ajudar no estudo sobre a reinfecção e mapear novas variantes do vírus


05/03/2021 16:06 - atualizado 05/03/2021 22:23

O médico sabarense, primeiro a se reinfectar pela COVID-19 em Minas Gerais, seré vacinado na próxima semana(foto: Arquivo Pessoal)
O médico sabarense, primeiro a se reinfectar pela COVID-19 em Minas Gerais, seré vacinado na próxima semana (foto: Arquivo Pessoal)

O médico sabarense Fernando Henrique de Assis, de 29 anos, testou positivo para a COVID-19 pela segunda vez e entrou para a história da pandemia do novo coronavírus como o primeiro caso de reinfecção constatado em Minas Gerais. O fato foi noticiado esta semana, mas o que não foi citado é que ele ainda aguarda para tomar a primeira dose da vacina em Sabará, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). 

Fernando é morador do Bairro Paciência e médico de tráfego, especialista em trânsito e atua em clínicas credenciadas ao Detran em Sabará, Caeté e Belo Horizonte, e também atua na Medicina do Trabalho onde tem contato com pessoas suspeitas da COVID-19. Segundo ele, já retornou ao trabalho e tem contato com cerca de 100 pacientes por semana. 

A primeira dose da vacina contra a COVID-19 em Fernando está agendada para quinta-feira (11/3). Isso porque, por opção dele, por amor à ciência, ele se dispôs a aguardar mais tempo para se imunizar já que estava realizando testes específicos de estudos sobre a sua reinfecção pela Fundação Ezequiel Dias (Funed). 

Quando a Prefeitura de Sabará, em janeiro, estava realizando a vacinação dos profissionais da Saúde, Fernando não poderia participar. Apesar de ter realizado o cadastro, era necessário aguardar 30 dias após a infecção por COVID-19 para se imunizar. 

“Quando se encerraram estes 30 dias, a prefeitura já estava em outra fase da vacinação, já tinham vacinado os profissionais da Saúde e estavam aplicando nos idosos. Eu estava aguardando o relatório da Funed sobre o sequenciamento porque, dependendo da Cepa que me contaminei, das variantes, ainda poderia ser necessários outros exames para ajudar a ciência. E se eu tomasse a vacina, isso poderia interferir nas análises. Então, optei por aguardar mais alguns dias até o relatório final”, explicou o médico que, mesmo com receio de trabalhar em ambiente de risco, deu a sua contribuição ao trabalho científico. 

Fernando mora com os pais idosos e conseguiu evitar o contágio em casa nas duas vezes em que testou positivo. “Logo no primeiro sintoma, eu já fiz o isolamento, mesmo sem o resultado do teste, eu não esperei a confirmação. Mesmo em isolamento, fiquei monitorando meus pais por celular para ver se tinham algum sintoma, mas, graças a Deus, ambos testaram negativo. O fato de morarmos em uma casa grande, onde tenho um quarto e um banheiro só para mim, facilitou o isolamento para que eu pudesse ficar em um ambiente separado deles. Eu me sinto privilegiado nisso porque sei que nem todo mundo tem dois banheiros em casa ou outros espaços de convívio”, pontuou o médico, que teve o psicológico abalado nesta segunda infecção e disse ter ficado muito ansioso, nervoso e estressado. 

Ele também faz um alerta para que as pessoas confiem nas pesquisas. “A doença existe, é perigosa, é letal. Temos que tomar todos os cuidados e devemos acreditar na ciência e nos pesquisadores porque estamos vivendo um período de negacionismo complicado”. 
 

Histórico da reinfecção do médico sabarense

Fernando Henrique de Assis foi o primeiro caso de reinfecção pelo Sars-CoV-2 em Minas Gerais. Segundo a Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), que participou da elaboração do diagnóstico, o rapaz realizou o exame sorológico em agosto de 2020 e o resultado foi positivo para o anticorpo IgG, mas, em dezembro, o mesmo exame teve resultado negativo. 

O novo diagnóstico de COVID-19 veio em 6 de janeiro de 2021, quando ele realizou um novo exame RT-PCR após retornar do Rio de Janeiro e apresentar quadro de mialgia, cefaleia, tosse seca e faringite.

As amostras coletadas foram analisadas por pesquisadores do Laboratório de Imunopatologia da UFOP e encaminhadas para a Fundação Ezequiel Dias (Funed) para sequenciamento do genoma do vírus. A apuração do caso foi feita pelo Laboratório Central (Lacen), da Funed, e pelo Laboratório de Referência Nacional (LRN), da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz/RJ).

Dados da COVID-19 em Sabará

Segundo o boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria Municipal de Saúde, nessa sexta-feira (5/3), Sabará contabilizava 3.075 casos confirmados da COVID-19, sendo 2.700 já recuperados e 99 mortes pela doença. Atualmente, há 363 pessoas em isolamento domiciliar e 12 hospitalizadas. 


De acordo com a secretaria, Sabará já vacinou 100% dos profissionais que atuam na linha de frente em combate à COVID-19 e deu continuidade à vacinação dos trabalhadores de saúde com 79% do público (sendo a meta estimada 71%).

A continuidade para esse grupo prioritário continuará com a nova remessa que o município receberá, totalizando 82% de profissionais imunizados. A previsão é que o lote seja entregue na próxima semana. A prefeitura de Sabará ainda não divulgou oficialmente  em seu boletim epidemiológico o caso de reinfecção. 

A maior incidência no município é em mulheres, com 53,33% dos testes positivos em 1.640 casos. Entre os homens, há 46,67% de infectados, somando, até o momento, 1.435 casos. A Sede do município (bairros entre Caieira e Pompéu) lidera o ranking com 1.115 testados positivos, a Regional Ana Lúcia vem em segundo lugar com 749 casos e em terceiro, General Carneiro com 491 contaminados. 
 

O que é o coronavírus


Coronavírus são uma grande família de vírus que causam infecções respiratórias. O novo agente do coronavírus (COVID-19) foi descoberto em dezembro de 2019, na China. A doença pode causar infecções com sintomas inicialmente semelhantes aos resfriados ou gripes leves, mas com risco de se agravarem, podendo resultar em morte.
Vídeo: Por que você não deve espalhar tudo que recebe no Whatsapp

Como a COVID-19 é transmitida? 

A transmissão dos coronavírus costuma ocorrer pelo ar ou por contato pessoal com secreções contaminadas, como gotículas de saliva, espirro, tosse, catarro, contato pessoal próximo, como toque ou aperto de mão, contato com objetos ou superfícies contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos.

Vídeo: Pessoas sem sintomas transmitem o coronavírus?


Como se prevenir?

A recomendação é evitar aglomerações, ficar longe de quem apresenta sintomas de infecção respiratória, lavar as mãos com frequência, tossir com o antebraço em frente à boca e frequentemente fazer o uso de água e sabão para lavar as mãos ou álcool em gel após ter contato com superfícies e pessoas. Em casa, tome cuidados extras contra a COVID-19.
Vídeo: Flexibilização do isolamento não é 'liberou geral'; saiba por quê

Quais os sintomas do coronavírus?

Confira os principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:

  • Febre
  • Tosse
  • Falta de ar e dificuldade para respirar
  • Problemas gástricos
  • Diarreia

Em casos graves, as vítimas apresentam:

  • Pneumonia
  • Síndrome respiratória aguda severa
  • Insuficiência renal
Os tipos de sintomas para COVID-19 aumentam a cada semana conforme os pesquisadores avançam na identificação do comportamento do vírus. 

Vídeo explica por que você deve 'aprender a tossir'


Mitos e verdades sobre o vírus

Nas redes sociais, a propagação da COVID-19 espalhou também boatos sobre como o vírus Sars-CoV-2 é transmitido. E outras dúvidas foram surgindo: O álcool em gel é capaz de matar o vírus? O coronavírus é letal em um nível preocupante? Uma pessoa infectada pode contaminar várias outras? A epidemia vai matar milhares de brasileiros, pois o SUS não teria condições de atender a todos? Fizemos uma reportagem com um médico especialista em infectologia e ele explica todos os mitos e verdades sobre o coronavírus.

Coronavírus e atividades ao ar livre: vídeo mostra o que diz a ciência

Para saber mais sobre o coronavírus, leia também:

 

 


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