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Estado de Minas FALTA DE ÁGUA

Em Lagoa Santa, torneiras secas viram rotina para a população

Nos bairros mais afastados do Centro, moradores reclamam da dificuldade em manter rotina em tempos de pandemia


11/09/2020 20:03 - atualizado 11/09/2020 20:22

Moradores do Morro do Cruzeiro estão há dias sem água e dizem que essa é uma situação corriqueira(foto: Pedro Conforte/Divulgação)
Moradores do Morro do Cruzeiro estão há dias sem água e dizem que essa é uma situação corriqueira (foto: Pedro Conforte/Divulgação)
Quem mora em diversos bairros de Lagoa Santa, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), há mais de 15 anos sofre com as falhas no abastecimento de água. No Morro do Cruzeiro, por exemplo, a população já chegou a ficar 10 dias seguidos sem água nas torneiras. Apesar de vários abaixo-assinados e ofícios enviados à Copasa, à prefeitura e à Câmara Municipal, o problema continua.

A funcionária pública Maria Aparecida Silva vive há 22 anos no bairro, mas há 15 garante que a situação se agravou. Em tempos de pandemia do novo coronavírus, em que a água se torna ainda mais importante para a higienização, esta escassez preocupa.

Nesta semana, são três dias com as torneiras secas. Mas a falha no abastecimento, segundo Maria Aparecida, é pontual.

“A cidade recebe todos os dias novos prédios de luxo. Nesses prédios não falta água. A água só falta nos bairros mais altos da cidade, nos mais distantes, onde tem pobre. A canalização da cidade não foi construída pensando nesse aumento da população, além de ser muito antiga. No meu bairro tem um vazamento de água antes de chegar ao reservatório. Quando a água vem com força, os canos não suportam a pressão. Será que o dinheiro do rico é melhor que o do pobre?”, questionou.

A funcionária pública alega que, apesar de ficar dias sem água nas torneiras, as contas continuam chegando. Ela afirma que a última veio com valor de R$ 194,80, mesmo com as falhas no abastecimento.

“É um absurdo! As contas chegam e vêm caras. A gente economiza água, o pouco que tem, e ainda vem uma conta dessa”.

A Diretoria de Regulação Urbana da Prefeitura de Lagoa Santa informou que o município está em constante monitoramento da distribuição de água na cidade e mantém uma discussão semanal com a Copasa.

Disse ainda que a empresa distribuidora de água é alvo de notificações para adequação do sistema dea distribuição e melhoria e adequação da rede de água da cidade. 

“Através destas cobranças, a Copasa tem realizado intervenções para a melhoria de distribuição nas redes adutoras, mas, mesmo assim, o município continua notificando a concessionária e cobrando a prestação do serviço de abastecimento de água de forma ininterrupta, suficiente e adequada para toda a população”, garantiu o órgão por nota. 

Sobre a falha no abastecimento em Lagoa Santa, a Copasa informou que na terça-feira (8) houve uma interrupção no fornecimento de água na cidade, além de São José da Lapa e Vespasiano, devido à manutenção na adutora do Bairro Trevo, em Belo Horizonte.

Segundo a companhia, os serviços foram concluídos na madrugada de quarta (9) e a normalização do abastecimento está ocorrendo de forma gradativa.

Disse ainda que, “anteriormente a essa manutenção, enviou equipes técnicas para realizar verificações, de forma pontual, nos imóveis onde ocorreram as reclamações de falta d'água”, e que não recebeu reclamações de falta d’água no Bairro Morro do Cruzeiro nos dias 10 e 11.

Problema que se repete

Em Esmeraldas, também na RMBH, moradores do Alto do Joá e de Dumaville igualmente reclamam do abastecimento precário de água. Na maior parte dos dias a água entra nas caixas dos moradores de madrugada, mas, sem vazão, não é suficiente para encher os reservatórios.

No Dumaville, moradores chegam a ficar 10 dias sem água em suas cisternas. A dificuldade para as atividades domésticas diárias aumentou, ainda mais em tempos de pandemia, com mais gente em casa o dia todo.

Sobre essa questão, a Copasa disse que por conta da elevação no consumo nos últimos dias a vazão dos poços que atendem ao Bairro de Dumaville não tem sido suficiente para garantir o abastecimento de forma integral.

A empresa afirmou ainda que está disponibilizando caminhões-pipa e realizado manobras no seu sistema de abastecimento. 
 
Há, segundo a companhia, estudos para a perfuração de novos poços para ampliar o fornecimento de água.

A Copasa pede aos consumidores que, mesmo com as agências fechadas em razão da pandemia, entrem em contato com os canais de relacionamento para fazer as devidas reclamações.

É possível fazer contato pelo site www.copasa.com.br, pelo e-mail faleconosco@copasa.com.br, pelo aplicativo Copasa Digital ou ainda pela central de atendimento telefônico, no número 115. A ligação é gratuita e o serviço fica disponível 24 horas por dia.


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