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Estado de Minas ESTRAGOS EM BH

Chuvas: incertezas e medo em vilas de BH e Contagem

Previsão de novos temporais faz reviver momentos de terror vividos na última semana, assim como a incerteza de novas inundações


postado em 02/02/2020 06:00 / atualizado em 02/02/2020 14:28

Pedro Gustavo Rezende, de 30 anos, convive diariamente com o medo na Vila Bernadete, Região do Barreiro(foto: Marcos Vieira/em/d.a press)
Pedro Gustavo Rezende, de 30 anos, convive diariamente com o medo na Vila Bernadete, Região do Barreiro (foto: Marcos Vieira/em/d.a press)


O medo e os traumas de uma das piores chuvas de BH. Há quem precisou deixar sua casa e passou a dividir espaço com outras 50 pessoas em uma escola; há quem ainda faz a limpeza e contabiliza os prejuízos e também há quem perdeu familiares e vizinhos e convive com o medo de um novo deslizamento de terra. A previsão de novos temporais faz reviver momentos de terror vividos na última semana, assim como a incerteza de novas inundações. As últimas chuvas causaram estragos em diversos pontos de Belo Horizonte e da região metropolitana.

Moradores da Vila Betânia contabilizam o prejuízo ou apenas o que restou de suas casas depois dos temporais que terminaram com o transbordamento do Ribeirão Arrudas. Ontem, funcionários da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) faziam a limpeza ao lado dos moradores. Ainda há muita lama e a situação dos moradores é precária.

“Ainda estamos fazendo a limpeza das últimas chuvas. Já faz nove dias que a água entrou na nossa casa e apenas hoje a prefeitura veio limpar. Continuamos muito apreensivos com as possibilidades de chuva. A madrugada de ontem foi tensa. Os bueiros estão todos entupidos”, afirma a auxiliar administrativa Heloísa Veloso da Silva, de 34 anos.

Ela pede a mesma atenção e agilidade com que foram tampados os buracos e a limpeza de ruas da Região Centro-Sul. Angustiada, Heloísa disse que não conseguiu contabilizar todo o prejuízo. “Eu perdi tudo. Ganhei um sofá na segunda-feira, mas na terça a enchente o levou. Não sei quanto eu perdi”, relatou. Ela faz um apelo para os órgãos públicos: “Nós queremos ser respeitados, não temos dignidade aqui”, desabafou.

A Vila São Paulo, que faz limite com Belo Horizonte e Contagem, também foi castigada pelas últimas chuvas. Isso porque, no local, o Córrego Ferrugem se encontra com o Ribeirão Arrudas e os dois costumam transbordar. O morador Julio Alves Ribeiro, de 43, precisou sair às pressas com a esposa e as duas filhas, uma de 5 e outra de apenas seis meses.

Hoje, ele divide a “casa” com outras 50 pessoas na Escola Municipal Pedro de Alcântara Júnior, no Bairro Jardim Industrial, em Contagem. Eles dormem em salas de aula e compartilham das mesmas dores e traumas. “Eu estava na casa de uma amiga, mas começou a dar problema e há três dias vim para a escola”, contou. “Não posso reclamar, fomos muito bem recebidos, temos cinco alimentações por dia. Mas, queremos uma casa. Nunca mais passar por isso de novo”, completou. Ele aguarda laudo da Defesa Civil para ter direito a um benefício para conseguir alugar um apartamento.

Na Vila Bernadete, na Região do Barreiro, sete pessoas morreram depois que vários barracões deslizaram. Pedro Gustavo Rezende, de 30, convive com o medo. Ele contou que a água não invadiu sua casa e nenhum dano foi causado em sua residência. Mas, depois de presenciar a morte de vizinhos, tem medo de novos deslizamentos. E ele vive em uma pequena casa de frente para um paredão de terra. Pedro disse que está preocupado com a estabilidade das árvores que estão na encosta. “Antes desses temporais, nunca tivemos problemas. Mas ficamos em alerta, estamos monitorando.”

As orientações para os moradores são as mesmas de sempre: verificar se há trincas, fendas e/ou depressões no terreno, assim como minas d'água. Em caso afirmativo, o morador deve ligar para o número 199, da Defesa Civil.



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