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Estado de Minas

Polícia investiga como menino Miguel desapareceu em Betim

Menino de 2 anos que sumiu em mata de Betim reaparece depois de mais de 24 horas. Polícia investiga situação, já que o local onde criança teria sido achada foi vasculhado por bombeiros


postado em 01/04/2018 06:00 / atualizado em 01/04/2018 10:28



Depois de mais de 24 horas de drama e sofrimento para a família e de mobilização de autoridades, familiares e voluntários, foi encontrado no fim da tarde de ontem o menino Miguel Albino dos Santos de Jesus, de 2 anos. A criança havia desaparecido na manhã de sexta-feira, em uma mata no Bairro Parque Industrial, em Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. As circunstâncias, tanto do desaparecimento quanto do retorno da criança serão investigadas pela Polícia Civil, já que Miguel teria sido encontrado em local que já havia passado por buscas exaustivas de bombeiros e policiais.


Segundo o tenente Jonas Braga Linke, do Batalhão de Emergências Ambientais e Respostas a Desastres (Bemad) dos Bombeiros, que chefiou a equipe de busca, a família estava na delegacia de plantão de Betim prestando depoimento, enquanto uma equipe de policiais civis seguiu para o local do desaparecimento, onde recolheria provas. Foi quando houve uma ligação informando que a criança havia aparecido.

“Um policial estava em patrulhamento e disseram que o encontraram. Estava junto de uma cerca, perto de uma lagoa”, explicou o tenente Linke. Miguel teria sido encontrado por três rapazes que moram na vizinhança do local do desaparecimento, com as roupas sujas e sentindo muita sede. Na porta da delegacia, o menino foi entregue nos braços da mãe por um rapaz que estava na área onde a criança foi encontrada e acompanhou o pequeno na viatura da PM.

Miguel foi encontrado na mesma mata na tarde de sábado. Ele foi entregue à mãe na porta da delegacia de plantão de Betim(foto: Reprodução da internet/Youtube)
Miguel foi encontrado na mesma mata na tarde de sábado. Ele foi entregue à mãe na porta da delegacia de plantão de Betim (foto: Reprodução da internet/Youtube)


Após passar pela delegacia, ele e a família seguiram com militares e guardas municipais para o Posto Médico Legal de Betim, onde ele será examinado. “Uma coisa muito positiva foi a pressão popular, o destaque dado na mídia (sobre o caso)”, disse o bombeiro, chamando atenção para o fato de as equipes de busca terem passado mais de uma vez, anteontem e ontem, pelo local onde Miguel reapareceu, sem avistar sinal da criança.

"Não acho que ele está perdido. Acho que alguém pegou meu filho. E a pessoa que está com ele vai ser incomodada por Deus para trazer ele aqui."

Elisângela de Oliveira, de 39 anos, mãe de Miguel, em entrevista ao EM na manhã de sábado

Em nota divulgada no início da noite, a Polícia Civil informou que as investigações continuam para que as circunstâncias do desaparecimento sejam esclarecidas. “Segundo as primeiras informações, fornecidas por testemunhas à Polícia Civil, a criança estava chorando, deitada no chão, em uma mata localizada no mesmo local onde teria sido vista pela última vez”, diz o texto. “As investigações continuam a fim de verificar se ocorreu algum crime enquanto a criança estava desaparecida e as circunstâncias do desaparecimento”, conclui o texto.

Depois de passar por exames, o menino foi levado a um hospital particular de Betim. As primeiras informações dão conta de que Miguel estava bem, mas desidratado e com marcas de picadas de insetos. Os rapazes que o encontraram foram ouvidos pela Polícia Civil e compareceram com policiais ao local, para reconstituir a situação.

Menino sumiu na manhã de sexta-feira enquanto seguia o irmão mais velho, de 7 anos(foto: Divulgação)
Menino sumiu na manhã de sexta-feira enquanto seguia o irmão mais velho, de 7 anos (foto: Divulgação)


O SUMIÇO
O pai da criança, o pastor evangélico o pastor Albervan de Jesus, de 43 anos, informou que a família passou a noite de quinta para sexta-feira no local, em oração. Por vota das 11h de sexta, ele foi buscar lenha para a fogueira que os aqueceria por mais uma noite e deixou Miguel e o irmão mais velho sozinhos. O caçula desapareceu nesse intervalo. Ontem, bombeiros, guardas municipais, familiares e voluntários vasculharam mais uma vez a mata, enquanto a polícia investigava pistas que pudessem levar a um possível sequestro ou cárcere privado.

As buscas na mata de 505 mil metros quadrados foram feitas com o apoio de cães farejadores. O espaço tem muitos obstáculos perigosos, pois é ponto de desova de carcaças de carros roubados, de entulho e de lixo descartado clandestinamente. outra parte consiste numa área de mata fechada, com vales profundos e um labirinto de trilhas que se intercalam, levando a acessos vicinais aos bairros Espírito Santo, Niterói, Industrial São Pedro, Dom Bosco e Betim Industrial.

Vídeo mostra resgate de Miguel


“As buscas foram feitas à exaustão. Hoje (ontem), percorremos lugares muito improváveis de uma criança de 2 anos chegar”, explicou o tenente Jonas Braga Linke. “Passamos o caso para a delegacia. Foi coberto todo o espaço praticamente onde ele chegaria andando por si só e muito além desse limite. Fomos a lugares onde os próprios bombeiros tiveram dificuldade de andar”, disse, ao informar sobre a suspensão das buscas.

Segundo ele, o andamento da operação mostrou que a polícia deveria assumir o caso. “O discurso de pessoas que foram ouvidas não estava batendo entre o que foi dito no início e o que está sendo dito agora.” Para o bombeiro uma sequência de fatos levantada durante as buscas mostrava contradições entre pessoas ouvidas.

O desespero de não saber do paradeiro do filho de 2 anos consumiu a doméstica Elisângela de Oliveira, de 39 anos, e o marido. “Não acho que ele está perdido. Acho que alguém pegou meu filho. E a pessoa que está com ele vai ser incomodada por Deus para trazer ele aqui. Ou deixar ele em algum órgão, na polícia ou no hospital, algum lugar”, disse Elisângela.


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