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Estado de Minas

Suspeitos da morte de fisiculturista na boate Hangar 677 são presos

Advogado que representa empresa de segurança confirmou que há prisões nesta terça-feira. Quatro são investigados pela suspeita de envolvimento na morte de Allan Pontelo


postado em 24/10/2017 08:54 / atualizado em 24/10/2017 13:06

Allan Pontelo morreu na madrugada de 2 de setembro na boate Hangar 677(foto: Reprodução internet/Facebook)
Allan Pontelo morreu na madrugada de 2 de setembro na boate Hangar 677 (foto: Reprodução internet/Facebook)
O advogado Ércio Quaresma, que representa a Cy Security e Vigilância, confirma prisões de funcionários da empresa de segurança que atuava na boate Hangar 677, onde ocorreu a morte do fisiculturista Allan Pontelo, de 25 anos. Mandados judiciais foram cumpridos nesta terça-feira.


Segundo Quaresma, quatro pessoas são investigadas por suspeita de envolvimento no caso, três delas são representadas por ele, sendo dois seguranças e o coordenador deles. O defensor já teve acesso ao laudo da necrópsia que aponta as causas da morte do rapaz, e que vai contratar uma empresa para avaliar o documento. No entanto, ele não quis adiantar o teor à reportagem.

O advogado Geraldo Magela, que representa a família do fisiculturista, disse ao em.com.br ter recebido informalmente notícia da operação e pretente ir à delegacia responsável pelo caso na tarde de hoje. 

 

A morte de Allan Guimarães Pontello ocorreu entre 4h e 5h do dia 2 de setembro na boate, que fica na Região Oeste de Belo Horizonte. A Polícia Militar (PM) colheu as informações com as testemunhas. “A versão dos seguranças é de que o rapaz foi abordado com drogas e, depois, sofreu um ataque cardíaco no local. Eles alegam que tentaram reanimar o jovem e não conseguiram”, explicou o tenente Jerry Adriano Martins de Abreu, da 126ª Companhia da Polícia Militar (PM), responsável pela área. Antes e passar mal o jovem teria corrido e saltado algumas grades, caindo no chão em seguida, ainda conforme a PM.


Um amigo de Allan disse que os dois foram ao banheiro e, depois de ser abordado por dois seguranças, Allan foi levado para um lugar privado na boate. “Fui tentar ver onde eles estavam e os seguranças colocaram o revólver no meu peito e me mandaram sumir”, afirma. Ele garantiu que foi ameaçado caso não deixasse o local.

Segundo o rapaz, eles fecharam uma porta de metal e não conseguiu ver mais nada. “Fui procurar ajuda, pedir para uma amiga falar com quem estava organizando a festa e, quando voltei, o Allan já estava dentro da ambulância e alegaram que ele tinha falecido”, diz. Castanheira ressalta que o amigo não fazia uso de drogas e era saudável, sem problemas de saúde. “Às 3h07, ele me deu um toque no celular, mas eu não vi. Às 3h15, quando retornei, ele já não atendeu mais”.

De acordo com a PM, a vítima aparentava ter se envolvido em uma briga. “A blusa do Allan estava rasgada, suja, os dedos dos pés machucados, as costas arranhadas. Há sinais de que pode ter havido uma luta corporal. Talvez ele tenha entrado em conflito com seguranças, mas temos que aguardar a autópsia do corpo para saber as causas da morte”, concluiu Jerry Adriano.

Com o mistério nas causas da morte de Allan Pontelo, familiares e amigos do fisiculturista se mobilizaram para pedir justiça e esclarecimentos dos donos do Hangar 677. Uma página foi criada no Facebook e outdors foram espalhados por bairros de Contagem.    

No fim do mês passado, o laudo do Instituto Médico Legal (IML) não identificou o uso de drogas e/ou álcool pelo jovem. Mas detectou a cetamina, que é um medicamento usado como anestesia geral em cirurgias em humanos e também em animais. O produto também tem efeito alucinógeno.

A dúvida sobre o uso indiscriminado ou não do jovem da substância foi levantada pela defesa dos seguranças da boate. Em uma página de uma rede social, o advogado Ércio Quaresma questionou as informações de que o jovem não tinha feito uso de drogas. Exibindo cópia do laudo que apontou que Allan não usou cocaína, maconha ou ecstasy, o advogado destaca em sua página que o documento técnico apresenta a presença de ketamine (cetamina) no sangue e vísceras do rapaz. 


O pai do fisiculturista Allan Pontelo, Dênio Luiz, de 47 anos, disse nesta manhã que ainda não foi procurado pelo delegado que acompanha o caso. O homem relatou que não recebeu nenhuma ação de solidariedade dos propriétários do Hangar 677 pela morte do filho, e se mostrou aliviado com a prisão de dois suspeitos.

 

"Bateram nele e mataram ele na base da pancada e da covardia. Seguranças estúpidos, uns monstros. E o que mais me revolta, é que eles (donos do Hangar) ainda não falaram nada com a gente. Nem sequer sentimentos e dizer que estavam acompanhando o caso o pessoal da casa deu pra gente." 

 

A assessoria de imprensa da casa noturna informou que uma prestação de solidariedade aos familiares e amigos do fisiculturista foi enviado por meio da imprensa logo que ocorreu o caso. À época, os proprietários do Hangar 677 manifestaram a tristeza pelo ocorrido e informaram que estavam interessados em descobrir o que, de fato, ocorreu na noite de 2 de setembro, quando Allan Pontelo foi morto. 

 

*Sob supervisão do editor Benny Cohen


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