(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas SABIA NÃO, UAI

Copo americano ou lagoinha? Conheça a história de um ícone de BH

Unânime do café da manhã à mesa dos botecos, o copo lagoinha não tem nada de americano, nem mesmo a origem. Mas saiba que ele já foi exposto até no MoMA


12/11/2021 20:00 - atualizado 04/08/2023 17:40
432

copo lagoinha com cerveja com garrafa ao fundo em um balcão de boteco em BH
Copo lagoinha é o preferido dos moradores de BH do café da manhã à mesa de bar (foto: Arte sobre foto de Edésio Ferreira/EM/D.A Press)

Na capital dos bares, o modelo de copo usado no café da manhã é o mesmo para tomar aquela cervejinha nos fins de semana. Enquanto o restante do Brasil chama o modelo de americano, em Belo Horizonte o copo lagoinha é unanimidade.

O modelo foi criado em 1947 por Nadir Figueiredo, que deu nome à fabricante oficial do modelo em São Paulo. Ou seja, o copo não é americano nem na origem. O lagoinha é brasileiro e tem exatos 190ml de capacidade, mas há muitas variações inspiradas no design oficial com mais ou menos capacidade.

O nome “americano” faz alusão ao maquinário importado dos Estados Unidos que era usado na década de 1940 para produzir as primeiras unidades do copo.



Já o lagoinha está ligado ao bairro de mesmo nome em Belo Horizonte que fez fama entre os boêmios décadas atrás. Era lá, na esquina da Rua Itapecerica com Avenida do Contorno, onde ficava um dos primeiros pontos de venda do copo na capital mineira.

Fama nascida no balcão

Um dos donos do armazém, o comerciante Joaquim Sétimo Vaz de Melo, o Seu Quinquim, costumava bater o copo nas bancadas do armazém para mostrar a sua resistência. Em pouco tempo, a fama de "inquebrável" se espalhou por toda a cidade e o copo lagoinha se tornou um sucesso de vendas.

Ver galeria . 10 Fotos O bairro recebeu o nome graças a essa concentração de água nos fossos de onde as rochas eram retiradasArquivo Publico da Cidade de Belo Horizonte
O bairro recebeu o nome graças a essa concentração de água nos fossos de onde as rochas eram retiradas (foto: Arquivo Publico da Cidade de Belo Horizonte )


A popularização do copo não ficou restrita à Belo Horizonte não. Segundo a fabricante Nadir Figueiredo, foram produzidas 6 bilhões de unidades do copo americano até 2010.

Dos botecos para o MoMA

Para se ter uma ideia da sua importância cultural, em 2009, o copo foi exposto no Museu da Arte Moderna (MoMA) em Nova York, nos Estados Unidos, como um dos símbolos do design brasileiro.

Além disso, em 2019 uma cervejaria de Belo Horizonte mobilizou uma campanha para que a Nadir Figueiredo reconhecesse o nome copo lagoinha como oficial. Peças foram instaladas pela cidade pedindo para os belo-horizontinos assinassem uma petição. O pedido foi atendido e o copo americano também é, oficialmente, copo lagoinha.

Sabia Não, Uai!

O Sabia Não, Uai! mostra de um jeito descontraído histórias e curiosidades relacionadas à cultura mineira. A produção e apresentação são feitas pela repórter Déborah Lima, que conta com o apoio do vasto material disponível no arquivo de imagens do Estado de Minas, que inclui ainda as publicações dos extintos Diário da Tarde e revista O Cruzeiro.

O conteúdo oferece um olhar único e com propriedade sobre a história de Belo Horizonte e de Minas Gerais desde a década de 1920.

*Estagiário sob supervisão do subeditor Rafael Alves


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)