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Estado de Minas CATAR 2022

Príncipe "coroado" pelos súditos


19/12/2022 04:00

Torcedor argentino em BH
Davidson El Cuervo, Joao Luis Nobilis, que trabalha como Papai Noel e outros torcedores vibraram com o tricampeonato argentino (foto: Fotos: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press)

Joao Luis Nobilis, que trabalha como Papai Noel


Chega ao fim uma saga de 36 anos atrás do feito maior do futebol: ser a melhor seleção do mundo. Agora, a Seleção Argentina conquistou o direito de bordar a terceira estrela na camisa alviceleste: o triplete. Enfim, a jornada dos hermanos foi concluída com êxito e comandada por uma dos maiores jogadores da história, Lionel Messi. E teve todos os temperos da alma 'la caliente' dos latinos: luta, catimba, pressão, entrega, talento, inteligência, disputa, emoção, sofrimento, choro e alegria. Ingredientes essenciais ao melhor tango, dentro e fora de campo. Os hermanos bailaram no Catar, na Argentina e nos bares de Belo Horizonte. Na Pizza Sur, na Rua da Bahia, Bairro de Lourdes, Região Centro-sul da capital, brasileiros com “camiseta” argentina, torceram, se emocionaram e fizeram a festa. Crianças e adultos, de todas as idades.

Arthur Cardoso, de 11 anos, deu um depoimento emocionado vestindo a camisa da Argentina “Eu nunca fiquei tão feliz. Nunca vi o Brasil campeão e nem a Argentina. Mas agora, vi a Argentina, sou goleiro, gosto do Martínez e gosto muito dos jogadores argentinos, como o Emiliano Martínez, Messi, óbvio, Di María, Otamendi, Acuña, Paredes. A Argentina é minha segunda seleção”. Por fim, agradeceu: “Obrigado, Messi, pela terceira estrela argentina”.

Daniel Cardoso, de 43 anos, pai de Arthur, escolheu uma indumentária especial: a kandoora, thobe ou dishdasha, vestimenta do homem árabe, forma de estar ainda mais próximo da Copa no deserto do Catar, a primeira no mundo árabe: “Eu amo a Argentina e a primeira vez que saí do Brasil foi para lá, já fui várias vezes e sempre fui bem recebido. Quando criança, amava assistir aos jogos do Cruzeiro contra os argentinos e me apaixonei pelo futebol que eles jogam. A garra deles me encanta. Sou brasileiro de coração, torci para a Seleção Brasileira, mas, fora da disputa, jamais pensei em outro time para torcer”.

Lilian Basilho, de 43 anos, do setor administrativo, de família argentina, não duvidou um só segundo para quem ia sua torcida e toda vibração positiva: “Sou apaixonada pela Argentina, principalmente, pelo Messi, última copa dele. Campeão. Torço demais por ele, é um cara humilde e, enfim, não tem explicação, Argentina é uma paixão”. Já Davidson El Cuervo declarou: “Muito contente, esperando desde 1986, somos campões. Com a terceira estrela”. E o colombiano Carlos Escobar, de Cáli, deu seu apoio: “Torço porque somos países-irmãos e o melhor do mundo (Messi) não poderia se retirar sem uma Copa do Mundo”.

Alfinetada no Brasil

Gustavo Machado, de 38 anos, profissional de TI, com a camisa do Estudiantes, cruzeirense, sempre admirou o futebol argentino: “Eu me identifico como o futebol que é jogado na Argentina, desde 1990, quando do Cruzeiro enfrentou muitos times de lá. Supercopa, Libertadores. Gosto da forma que atuam, de maneira coletiva e não individual. Até Messi participa e potencializa essa coletividade, não é um futebol egoísta, cheio de ego e soberba. E os jogadores são próximos da torcida.” Para o bom entendedor, uma alfinetada daquelas na Seleção Brasileira.

Já Thiago Borges, de 40 anos, publicitário, destaca que teria vários motivos para vibrar com o título da Argentina, como futebol latino, América do Sul, as dificuldades que passam e vivem o país vizinho, mas decidiu dar uma só razão: “Tudo fica em segundo plano quando o futebol, enfim, consagrou Messi, que representa a essência do futebol. Amo futebol, mas clube do que seleção, tenho ídolos argentinos, como Sorín, Montillo e, claro, me encanta como eles idolatram o símbolo maior, Maradona.”

Para calar a Europa

Os jogadores argentinos sagraram-se tricampeões mundiais e o futebol latino-americano "calou" o poderoso, superior e organizado rival europeu. O troféu mudou de casa, a taça está de volta ao continente, à América. O colonizado venceu o colonizador, algo muito destacado neste Mundial. E os comandados do técnico Lionel Scaloni dão ainda mais peso ao currículo da sua seleção dentro das quatro linhas: campeões em 1978 e 1986, esta com o "deus" Maradona, além dos vice-campeonatos de 1930, 1990 e 2014, competição disputada no Brasil.

Longe de casa e, ainda mais, do Catar, os torcedores da Seleção Argentina, em BH, compatriotas ou não, brazucas que sonharam com Messi campeão do mundo, única honraria que faltava na história do craque, festejaram como nunca o feito de La Pulga e companhia. Conquista do triplete que até contou com a presença do ilustre Papai Noel, João Luís Nobilis, de 64 anos, que vive o bom velhinho em época de Natal e “trabalha mais com o que pintar”, seja no passe do tango ou do samba, com ou sem a bola nos pés, jogo cintura que argentinos e brasileiros sabem bem. E viva a Argentina: Messi merece!

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