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Estado de Minas EDUCAÇÃO

Enem: candidatos acham tema da redação difícil e avaliam provas

Além do tema da redação, povos tradicionais, e questões das provas envolvendo manguebeat, Carolina Maria de Jesus, Incas e Maias, Enem foca em minorias sociais


13/11/2022 17:40 - atualizado 13/11/2022 18:13

Artur Duarte
Artur Duarte, de 24 anos, faz Enem para trocar o curso de enfermagem para o de biomedicina: achou as provas difíceis (foto: Marcos Vieira/EM/D.A Press)
Exatamente às 15h30 os primeiros candidatos que disputam o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2022 começaram a deixar o local da prova. Neste primeiro dia, das 13h30 às 19h, eles encararam a temida redação, com o tema "Desafios para a valorização de comunidades e povos tradicionais no Brasil", além de 45 questões de linguagens (40 de língua portuguesa e 5 de inglês ou espanhol) e 45 de ciências humanas.
 
Os estudantes se depararam com questões envolvendo a fadinha skatista Rayssa Leal, de 14 anos, medalhista olímpica de prata, na Olimpíada de Tóquio, no Japão; o  livro "Quarto de Despejo", roteiro  autobiográfico de Carolina Maria de Jesus, um diário do seu dia a dia vivendo na favela, publicado em 1960; Chico Science, cantor e compositor brasileiro, um dos principais colaboradores do movimento manguebeat em meados da década de 1990, foi líder da banda Chico Science & Nação Zumbi e morreu em 1997, aos 30 anos, em um acidente de carro. Destacando o valor da cultura pernambucana.

Leia também: Professores comemoram tema da redação e volta da questão social ao Enem.

E ainda questão envolvendo o livro "As Veias Abertas da América Latina", do escritor e jornalista uruguaio Eduardo Galeano, de 1971, no qual Galeano analisa a história da América Latina desde o período da colonização europeia até a Idade Contemporânea, argumentando contra a exploração econômica e a dominação política do continente, primeiramente pelos europeus e seus descendentes e, mais tarde, pelos Estados Unidos. No livro, ele fala dos povos Incas, Maias e Astecas.

Diante do tema da redação, somada às questões envolvendo os personagens citados acima, vale registrar que o Enem 2022 valoriza as minorias sociais históricas, grupos de luta. Preconceito, Pernambuco, povo nordestino e sua cultura, mulheres, favela, indígenas...

Para Artur Duarte, de 24 anos, do Bairro Pindorama, Região Noroeste de BH, que tenta o Enem pela segunda vez com objetivo de trocar o curso de enfermagem para o de biomedicina, as provas desse primeiro dia foram difíceis. Mas ele também faz um mea culpa: "Achei as provas puxadas, não fui tão bem, já formei há um bom tempo e não estudei tanto. Mas, vamos ver".

Artur conta que teve uma questão sobre o resultado das eleições, mas não lembrou do contexto, e destacou uma outra envolvendo a Rayssa Leal: "Falava sobre a medalha de prata dela e o meio em que atua, o do skate, praticada no maioria por homens. A questão abordava uma desconstrução desse ambiente masculino, machismo".

Quanto à redação, Artur achou complicado: "Um tema confuso, complicado, pouco falado, divulgado. Segui a ideia que tinha da valorização dos povos indígenas". 

Venezuelano sonha em se tornar psicólogo no Brasil

Julio Rengel, venezuelano
Julio Rengel, de 27 anos, venezuelano, estuda ciências da computação, mas quer ser psicólogo. Ele revela que teve dificuldades com o tema da redação (foto: Marcos Vieira/EM/D.A Press)


Já Julio Rengel, de 27 anos, é de Bolívar, cidade do Estado Bolívar, na Venezuela. Ele faz o Enem pela terceira vez. Chegou ao Brasil há três anos e meio e mora em Belo Horizonte há dois, no Bairro Jardim Alvorada. Ele estuda ciência da computação na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), mas quer mudar de curso: "Quero fazer psicologia, é área que tenho mais afinidade e vou tentar até conseguir. Além do mais, também preciso trocar de curso porque tem de ser noturno, por causa do trabalho".

Julio enfatiza que sentiu dificuldade com o tema da redação: "Achei complicado. É um tema mais próximo dos brasileiros, de quem nasceu aqui e conhece a cultura. Eu ainda estou descobrindo. Então, tive problema em desenvolver a redação".
  
Quanto às provas de linguagens e ciências humanas, Julio está confiante que se saiu bem: "Achei as perguntas mais fáceis, vamos ver. Tinha muitas questões sociais, como uma pergunta que envolvia crianças em situação de rua, a atitude que o governo tem com elas. Fiz o meu melhor".

A maratona não terminou. Agora, os estudantes têm pela frente o segundo dia de prova, no próximo domingo (20/11), quando terão de lidar com as provas de matemática e ciências da natureza (química, física e biologia).  
 

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