
Dentro da perspectiva de recuperação econômica, o balanço de abertura de pequenos negócios ainda está aquém do esperado. Em comparação com janeiro de 2020, o estado apresentou variação negativa de 10% na criação de novas empresas e aumento de 25% no encerramento de CNPJs.
“Os reflexos negativos da pandemia sobre as empresas e o mercado de trabalho causaram um movimento intenso na abertura de registros de Microempreendedor Individual (MEI) naquele período. Com a retomada gradativa do emprego, tudo indica que parte desses empreendedores pode ter encerrado as atividades empresariais, para retornar ao mercado de trabalho, em busca de maior estabilidade”, explica o superintendente do Sebrae Minas, Afonso Maria Rocha.
O panorama visto em janeiro foi praticamente o mesmo visto em todo o ano passado. Segundo o Sebrae Minas, em todo o ano de 2021, houve aumento de 17% na abertura de pequenos negócios, contra uma elevação de 33% no encerramento, no comparativo com 2020. De janeiro a dezembro do ano passado, foram 422 mil empresas abertas, contra 358 mil em 2020. Em contrapartida, 165 mil CNPJs foram encerrados em 2021, e 123 mil durante todo o ano de 2020.
Segundo Afonso Rocha, a conjuntura econômica enfrentada pelo país acelerou o processo de fechamento de empresas: “O baixo crescimento econômico, combinado com a inflação alta, é um dos maiores impulsionadores do fechamento de negócios. Somado a isso, tivemos o fim do Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda em agosto, mês em que foi registrado um percentual recorde de fechamento de empresas: 67%, mas também o segundo maior saldo de empregos gerados pelas micro e pequenas empresas e o maior pelas médias e grandes em 2021”.
Desempenho por segmento
O Sebrae Minas também apontou que o segmento de Empresas de Pequeno Porte (EPP) foi o que apresentou melhor desempenho na abertura de negócios em 2021: 28%. Em janeiro, o segmento também manteve a liderança, com um crescimento de 6% em relação ao mesmo mês de 2020.
As microempresas (ME) ficaram em segundo lugar no número de novos negócios criados em janeiro de 2021 (26%), seguidas pelo segmento Microempreendedor Individual (MEI), que registrou um crescimento de 17% em relação a 2020. Por outro lado, os dois segmentos começaram o ano de 2022 com um saldo negativo na abertura de negócios, com queda de 9,5% nas microempresas e de 10,5% no Microempreendedor Individual.
A Agropecuária foi o setor que puxou a abertura de novos negócios em 2021, com expansão de 56% no período. Já a Construção Civil foi o setor com o pior desempenho, média de 14%. Somente em janeiro deste ano, o setor de Serviços foi o recordista de abertura de novos negócios, com uma variação média de 4,8% em todos os segmentos: EPP, ME e MEI.
