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Estado de Minas FLEXIBILIZAÇÃO

Clubes de BH retomam atividades neste sábado com sol quente e sócios inadimplentes

Federação dos Clubes do Estado de Minas Gerais (Fecemg) estima que ao menos 30% dos cotistas de BH estejam com mensalidades atrasadas; associações detalham 'novo normal' do lazer


25/09/2020 04:00 - atualizado 25/09/2020 11:27

Nas unidades do Minas Tênis Clube, 2 mil litros de álcool em gel serão disponibilizados aos associados e distanciar as pessoas é regra essencial (foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)
Nas unidades do Minas Tênis Clube, 2 mil litros de álcool em gel serão disponibilizados aos associados e distanciar as pessoas é regra essencial (foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)
Após o longo e tenebroso inverno de seis meses imposto pela pandemia de COVID-19, os clubes sociais de Belo Horizonte reabrem portas neste sábado (26) com entusiasmo de inauguração, regras rígidas e contas no vermelho. "Por pouco não houve falências", observa Marcolino de Oliveira, presidente da Federação dos Clubes do Estado de Minas Gerais (Fecemg). Cerca de 60 associações recreativas atuam na capital, arrebanhando comunidade de 500 mil pessoas, formada por cotistas e seus familiares. 

A reabilitação financeira das instituições, avisa o dirigente, será lenta. Com a paralisação dos espaços de lazer e a crise do coronavírus, a taxa média de inadimplência entre os associados alcançou 30%. Aproximadamente 20% dos 10 mil empregados do setor teriam sido demitidos. “Mas isso são águas passadas. O melhor a fazer, agora, é olhar pra frente. Temos ótimas expectativas quanto à reabertura. Nós – e a população de BH também, tenho certeza – estamos ansiosos por esse retorno após tanto tempo de confinamento”, avalia o presidente da Fecemg.

Em três tradicionais clubes da cidade – Minas Tênis Clube, Esporte Clube Ginástico e Pampulha Iate Clube (PIC), – onde o Estado de Minas esteve na tarde de ontem, para conferir os preparativos da retomada das atividades –, os administradores garantem estar tudo pronto para o esperado mergulho na piscina.

Nas três unidades do Minas Tênis, situadas nos bairros de Lourdes, Mangabeiras e Taquaril, a implementação dos protocolos de segurança sanitária, segundo a administração, começou em abril, ou seja, antes do decreto de liberação do prefeito Alexandre Kalil (PSD), editado em 19 de setembro. De acordo com o presidente da instituição, Ricardo Santiago, o clube se organizou com base nas diretrizes fixadas pela cidade de São Paulo, que permitiu a reabertura em 29 de junho.

(foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)
(foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)
“Quando saiu a autorização em BH, nossa equipe técnica destrinchou as orientações e fez as modificações necessárias. Não tivemos dificuldade alguma. Além disso, já tínhamos uma experiência de retorno em curso com o Minas Tênis Náutico, que fica em Nova Lima e também pertence ao nosso grupo. Por lá, os clubes já estão funcionando há mais tempo. Isso nos ajudou a ter uma ideia do que vamos encontrar em BH a partir de sábado”, conta o gestor.

Com área total de 230 mil metros quadrados e 82 mil associados nas três unidades de BH, o Minas Tênis vai funcionar com capacidade limitada de acessos simultâneos em suas dependências: 2,5 mil pessoas no Minas I; 1,2 mil no Minas II; e 600 no Minas Country. A adaptação é necessária para atender ao distanciamento entre os frequentadores estabelecido pelo município em 2 metros dentro das piscinas, 7 metros nas áreas fechadas e 13 metros ao ar livre.

Cerca de 2 mil litros de álcool em gel serão disponibilizados aos associados, que precisarão usar máscaras até mesmo durante a prática de esportes. As saunas, conforme exige o poder público, não poderão funcionar. Outros serviços, como massagem e depilação, serão retomados a partir de 1° de outubro, mediante agendamento prévio, sem direito a leitura de jornais e revistas na sala de espera. “É o novo normal. Vai ser assim por um bom tempo e temos confiança no bom senso dos nossos sócios. Acreditamos que eles saberão curtir o entretenimento com responsabilidade”, diz Ricardo Santiago.

 ''Quem não cumprir as regras de segurança pode ser punido até mesmo com exclusão'' - Adley Pereira, presidente do Ginástico(foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)
''Quem não cumprir as regras de segurança pode ser punido até mesmo com exclusão'' - Adley Pereira, presidente do Ginástico (foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)
Para segurar condôminos, o Minas concedeu desconto de 25% nas mensalidades de maio a agosto, cujo valor médio é de R$ 600. Com a reabertura, o abatimento não será mantido. O Clube, no entanto, acredita que isso não aumentará a inadimplência, que gira em torno de 10%. “Muita gente tem nos procurado já para acertar o saldo devedor. Aos poucos, as coisas vão entrando nos eixos”, afirma Santiago.

No Esporte Clube Ginástico, situado no Bairro Cruzeiro, Região Centro-Sul da capital, a situação financeira é mais delicada. O presidente da instituição, Adley Pereira, calcula que a inadimplência esteja em torno de 30%. Com espaço de 6.803 metros quadrados, o clube reúne cerca de 130 sócios. “Não estamos endividados, nem precisamos demitir funcionários. Mas diria que nossa situação exige uma administração mais severa e direcionada”, comenta o administrador.

Para a reabertura, a instituição adquiriu termômetros digitais, treinou equipes e instalou placas de sinalização em suas dependências. Especializado em basquete, o Ginástico, por ora, manterá suspensos os esportes coletivos. A retirada de convites para acompanhantes dos sócios não será permitida. O uso de chinelos e máscaras nos arredores das piscinas é obrigatório. “Acreditamos que não vai haver tumulto. De qualquer forma, estamos muito bem preparados para lidar com eventuais irresponsáveis. Quem não cumprir as regras de segurança pode ser punido até mesmo com exclusão do quadro de associados”, avisa Pereira.

No Pampulha Iate Clube, que fica no Bairro Jardim Atlântico, na Região da Pampulha, antes de curtir sombra e água fresca, os sócios terão que assinar um termo de responsabilidade, em que constam todas as medidas de segurança adotadas pelo estabelecimento. O local, que tem 70 mil metros quadrados e capacidade para receber 3.900 pessoas, conta com 12.100 sócios. Nas lanchonetes e restaurantes, os clientes receberão luvas para se alimentar.

O presidente do clube, Wilson Alvarenga, conta que 25% dos cotistas têm atrasado o pagamento das mensalidades, que custam R$ 398 por mês. O PIC também perdeu cerca de 400 sócios, que entregaram suas cotas por não terem condições de mantê-las. “Estamos confiantes no retorno”, disse o gestor.

Sócios saudosos

Entre os associados dos clubes da capital, também é grande a expectativa para o primeiro mergulho em seis meses. Sócio do Minas Tênis Clube, o personal trainer Luiz Martins Garcia, de 37 anos, diz que pretende curtir o sábado à beira da piscina com mulher e a filha. “Vamos sem medo. Faz bem para o corpo e para a cabeça. É seguro, desde que as pessoas tomem todos os cuidados. Estava mais do que na hora de reabrir. Vai quem quer, existe livre arbítrio”, opina o profissional.

Sócio do Esporte Clube Ginástico desde que nasceu, o professor de Educação Física Alexandre Soares, de 59 anos, diz que também não vai dispensar a visita ao espaço amanhã. “Estou morrendo de saudade do pessoal e do clube. No entanto, vou curtir com bastante moderação, não devo demorar muito por lá. Afinal, eu moro com a minha mãe, de 96 anos. Ou seja: ela é do grupo de risco. Não posso facilitar”, afirma.

 




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