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Estado de Minas PANDEMIA

Empresas de cesta básica alertam para disparada nos preços em BH

Nas últimas semanas, os itens que mais encareceram foram os alimentos da cesta básica, como arroz, leite e óleo de soja


14/08/2020 18:10 - atualizado 18/08/2020 10:45

Na foto, entrega de cestas básicas na Praça da Estação, no Centro de BH (foto: Leandro Couri/EM/D.A PRESS - 29/05/2020)
Na foto, entrega de cestas básicas na Praça da Estação, no Centro de BH (foto: Leandro Couri/EM/D.A PRESS - 29/05/2020)
Os preços nos supermercados da Região Metropolitana de Belo Horizonte aumentaram e os consumidores já sentem no bolso. Nas últimas semanas, os itens que mais encareceram foram os alimentos da cesta básica, como arroz, leite e óleo de soja. Empresários do ramo das distribuidoras de cestas básicas afirmam que, mesmo no atacado, os valores aumentaram consideravelmente.

Justo durante a pandemia, quando muita gente depende de cestas básicas assistenciais, o valores aumentam e as empresas tentam segurar ou "equilibrar" os preços com outros itens para não perder a clientela. 

"Fiquei três anos, de 2017 a 2020, sem alterar o meu preço. Quando chegou abril, precisei mexer duas vezes. Tive que fazer um ajuste este ano e, agora, estou segurando para não repassar o aumento. Essa semana ainda não mexi no preço, tenho uma clientela fiel e é importante que mantê-la", contou Eloísio Mauro Pinto Neto, proprietário da distribuidora Aliança. Ele atende empreiteiras, construtoras, clubes etc. 

"De abril para cá, tivemos um aumento geral de pelo menos 30% nos alimentos", contou. A título de comparação, a inflação acumulada nos últimos 12 meses, segundo o IPCA, está em 2,31%.

O empresário destaca o aumento, na última semana, do óleo de soja, cujo litro passou de R$ 3,05 para R$ 5,50. No varejo, a caixa de leite pulou de R$ 12 para R$ 16. "Esse aumento me parece muito abusivo", disse.

 

"Nos últimos 21 dias, o valor do óleo quase que dobrou. Em abril, dependendo do volume de compra, o litro saía a R$ 3,69. Agora, está a R$ 4,90. Isso porque estamos comprando no atacado, porque, se comprar na indústria, já reajustou mais", disse. 

Na pesquisa feita pelos empresários, o litro do leite está a R$ 3,05. Em abril, estava a R$ 2,49. "Mas, a situação do leite é diferente porque estamos na entresafa. Isso, pelo menos, tem uma explicação lógica", disse William Pacheco, gerente de relacionamento da empresa Nutrifaz Cestas.

Pacheco ainda conta que o pacote com cinco quilos de arroz subiu de R$ 12,50 para R$ 14,75. "Nos supermercados, o valor é muito maior", acrescentou.

Na imagem, valor adquirido pela empresa de cestas básicas Nutrifaz mostra aumento dos preços (foto: Nutrifaz/divulgação )
Na imagem, valor adquirido pela empresa de cestas básicas Nutrifaz mostra aumento dos preços (foto: Nutrifaz/divulgação )
William explica que o aumento é resultado da falta de matéria-prima no mercado. "O governo, quando permite muita exportação, causa escassez no mercado. A exportação do arroz e do óleo também é uma estratégia errada para o brasil. Está se exportando muito e a balança nunca foi tão favorável quanto agora. Isso porque o dólar se valorizou, mas, essa não é uma estratégia interessante para o consumidor assalariado", explica.

Na opinião de Eloísio, os valores subiram en função de especulação. "Eu não vejo necessidade. Acho que, já que as pessoas estão ficando mais em casa, os gastos aumentaram ao se cozinhar em domicílio, por exemplo", disse. Com isso, Eloísio Mauro Pinto Neto conta que a produção de cestas caiu muito, mas não especificou em que nível. "Muitas empresas privadas fecharam as portas ou dispensaram pelo programa do governo federal ou concedeu férias coletivas. O impacto caiu sob todos. O sistema de doações também já caiu", finalizou.

Para William Pacheco, por causa da pandemia, a procura de cesta pautada pela filantropia se mantém aquecida. "A gente percebe um aumento continuado no faturado na ordem 12%. De abril pra cá, as vendas têm aumentado, estimuladas pelas lives, pela filantropia. A Nutrifaz não participa de licitação, mas percebemos na licitação para cestas, ao invés da merenda escolar, por exemplo, um momento bem saudável para os negócios", disse.

Para manter o equilíbrio no preço final do protudo, a estratégia é balancear valores e trocar itens da cesta. " É preciso desinflar a cesta. Se o consumidor montava a cesta com 10 quilos de arroz, ele vai diminuir e substituir um pacote por outro item", finalizou.

ENQUANTO ISSO...

A safra brasileira de soja deve alcançar recorde de 120,1 milhões de toneladas em 2020, 5,9% maior que a de 2019, segundo os dados do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola de julho, divulgado nessa terça-feira, 11, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A produção de arroz deve crescer  7,3% em relação ao obtido no ano passado, somando 11,0 milhões de toneladas. Por outro lado, a safra de milho em 2020 será 0,8% inferior ao resultado de 2019.

O arroz, o milho e a soja são os três principais produtos da safra brasileira, responsáveis por 92,2% da estimativa da produção e por 87,1% da área a ser colhida. A produção agrícola brasileira deve totalizar 250,5 milhões de toneladas de grãos este ano. 


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