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Estado de Minas

Preço da mensalidade adia o sonho de estudantes concluírem o ensino superior

Sem o financiamento público, antes de avaliar critérios decisivos como a qualidade do curso, o aluno precisa medir se o valor da parcela cabe no bolso


postado em 02/07/2016 06:00 / atualizado em 02/07/2016 08:09

Entre os motivos que pressionam o estudante brasileiro de baixa renda a adiar o sonho de se formar no ensino superior, o preço da mensalidade está no topo da lista. É o que mostra um estudo do portal Quero Bolsa, plataforma conveniada com mais de 500 instituições de ensino superior privado. O crescimento do desemprego, a redução da renda das famílias e o corte no programa de financiamento estudantil do governo federal (Fies) tornou o cenário ainda mais desafiador para o jovem brasileiro.

Sem o financiamento público, antes de avaliar critérios decisivos como a qualidade do curso, o aluno precisa medir se o valor da parcela cabe no bolso. Segundo dados do Quero Bolsa, entre os alunos com renda mensal inferior a R$ 1.320, mais da metade, 52%, responderam que adiaram a entrada na universidade, sendo que 65% desse percentual apontou que o preço da parcela foi o principal motivo da decisão.

Análise de mercado da consultoria Hoper, aponta que em média a mensalidade do ensino superior privado brasileiro alcança R$ 755 no país. Cursos como medicina podem superar bastante essa média geral, ultrapassando os R$ 5 mil mensais.

Desde o ano passado, quando foi reduzido o Fies, os estudantes se tornaram bem mais sensíveis ao pagamento das parcelas. Em 2015, 313 mil alunos foram financiados pelo programa público, percentual 50% menor se comparado aos 732 mil estudantes financiados em 2014. “Com a forte redução do Fies, pontos como qualidade da faculdade, localização e a própria escolha do curso, deixaram de ser decisivos na escolha da faculdade e os estudantes passaram a considerar bastante o preço, avaliando se a parcela cabe no bolso”, diz Pedro Balerine, gerente de inteligência de mercado do Quero Bolsa.

O estudo do portal mostrou que o custo interfere fortemente na escolha da instituição de ensino. Do total, 44% dos estudantes disseram que escolheram a faculdade pelo preço, ou seja, avaliaram em primeiro lugar não o ranking da qualidade, mas se a parcela caberia no bolso. “Além da redução do Fies, a crise econômica que reduziu o emprego e a renda das famílias, comprometeu a capacidade de pagamento dos estudantes”, aponta Balerine. Entre os participantes da pesquisa 34% revelaram que poderia pagar menos de 70% do valor cheio da mensalidade.

Subtração


Pela projeção da consultoria Hoper, em 2016, o número de estudantes no ensino superior brasileiro vai ser reduzido em 15%, frente aos números de 2014, ou seja, os mais de 4,6 milhões de estudantes no modelo presencial da educação superior privada, devem ser reduzidos a menos de 4 milhões. Pela análise da Hoper, os números do Fies não voltarão mais aos patamares de 2014.

A consultoria reforça ainda que a evasão escolar é grande, especialmente no ensino médio, onde a taxa de conclusão esperada ainda é baixa. Portanto, além, do impacto das restrições da economia brasileira, o país ainda tem o desafio da melhoria do ensino e da infraestrutura da educação básica, em especial do ensino médio regular.

A redução do número de estudantes no ensino superior pode comprometer uma das principais metas do Plano Nacional de Educação (PNE), a de manter 33% dos jovens de 18 a 24 anos nas universidades até 2020. Hoje, essa taxa é de 16,8%.


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