O governo da presidente Dilma Rousseff passou o rolo compressor da base aliada sobre a oposição para aprovar o texto-base do projeto que altera a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e elimina a meta fiscal deste ano no Congresso Nacional, o PLN 36, na madrugada de quinta-feira. Mas essa estratégia de jogar para debaixo do tapete o inevitável saldo negativo das contas públicas de 2014 não vai maquiar outros indicadores ruins e bastante preocupantes, que confirmam a piora do país nos primeiros quatro anos de mandato da economista, como é o caso do crescente déficit nominal, do aumento da dívida pública e do desempenho pífio do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro.
Ao contrário do que vinha prometendo, que era terminar o governo com déficit nominal zero nos próximos anos, Dilma chegará ao fim de 2014 com um rombo maior do que recebeu nas contas governamentais porque não teve parcimônia nos gastos.
A diferença entre as despesas e as receitas da máquina pública de janeiro a outubro chegou a 5,71% do PIB, conforme dados do Banco Central. Esse indicador está entre os três piores do G20 (grupo das 19 maiores economias desenvolvidas e emergentes do planeta, mais a União Europeia), atrás apenas de Japão (-7,1%) e Índia (-7,2%). Em dezembro de 2010, o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva deixou um déficit nominal de 2,48% do PIB. “Nosso déficit nominal vem piorando enquanto o dos outros países vem melhorando. Isso é muito preocupante”, alerta o economista Mansueto Almeida, especialista em contas públicas.
A tendência é que esse déficit nominal continue cada vez mais alto à medida que o superávit primário (economia para o pagamento dos juros da dívida pública) diminua, na avaliação dos especialistas ouvidos pelo Estado de Minas. Em 2010, essa poupança era de 2,7% do PIB e, até outubro deste ano, passou para um déficit de 0,27%. A dívida líquida, por sua vez, voltou a crescer e está bem longe dos 30% do PIB prometidos por Dilma no início de governo. Já está beirando os 36% do PIB. A dívida bruta também vem aumentando. Era 64,98% em 2010, alcançou 67% do PIB no mês passado e dificilmente deverá cair para 64% no próximo ano como prevê o governo. Uma das estimativas mais otimistas, a Fundo Monetário Internacional (FMI), espera que essa taxa fique em 65,82% neste ano.
Apesar de a equipe econômica atual e os parlamentares governistas discursarem que esses indicadores não são tão ruins se comparados com outros países do G20, a piora neles vem minando a confiança dos empresários e investidores no país. Não à toa, a economia está cada vez mais fraca, a inflação rompe o teto da meta (de 6,5% ao ano) por quatro meses consecutivos e o dólar sobe cada vez mais, hoje na casa de R$ 2,60.
Peso dos juros
Para piorar, a conta de juros que o país paga está nas alturas e deverá crescer depois da paulada de 0,5 ponto percentual que o Banco Central deu na Selic nesta semana. Com isso, a taxa básica da economia passou para 11,25% para 11,75% ao ano. Quando Dilma assumiu o poder, a Selic estava em 10,75% ao ano. Consequentemente, os gastos do governo com juros nominais passaram de R$ 195 bilhões, em 2010, para R$ 284 bilhões, neste ano. Esse dinheiro equivale a cerca de 10 bolsas famílias, um dos principais programas sociais do governo.
“A dívida pública está crescendo, mas o problema é mais grave. A conta de juros anual é astronômica. Pagamos juros de país altamente especulativo. Em vez de ajustarmos a conta de juros, estamos aumentando”, lamenta o economista Paulo Rabelo de Castro, coordenador do Movimento Brasil Eficiente, citando a recente alta da Selic e suas consequências para o bolso do brasileiro, que terá crédito cada vez mais caro porque o governo não faz a sua parte, que é manter o equilíbrio das contas públicas.
Ao contrário do que vinha prometendo, que era terminar o governo com déficit nominal zero nos próximos anos, Dilma chegará ao fim de 2014 com um rombo maior do que recebeu nas contas governamentais porque não teve parcimônia nos gastos.
A diferença entre as despesas e as receitas da máquina pública de janeiro a outubro chegou a 5,71% do PIB, conforme dados do Banco Central. Esse indicador está entre os três piores do G20 (grupo das 19 maiores economias desenvolvidas e emergentes do planeta, mais a União Europeia), atrás apenas de Japão (-7,1%) e Índia (-7,2%). Em dezembro de 2010, o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva deixou um déficit nominal de 2,48% do PIB. “Nosso déficit nominal vem piorando enquanto o dos outros países vem melhorando. Isso é muito preocupante”, alerta o economista Mansueto Almeida, especialista em contas públicas.
A tendência é que esse déficit nominal continue cada vez mais alto à medida que o superávit primário (economia para o pagamento dos juros da dívida pública) diminua, na avaliação dos especialistas ouvidos pelo Estado de Minas. Em 2010, essa poupança era de 2,7% do PIB e, até outubro deste ano, passou para um déficit de 0,27%. A dívida líquida, por sua vez, voltou a crescer e está bem longe dos 30% do PIB prometidos por Dilma no início de governo. Já está beirando os 36% do PIB. A dívida bruta também vem aumentando. Era 64,98% em 2010, alcançou 67% do PIB no mês passado e dificilmente deverá cair para 64% no próximo ano como prevê o governo. Uma das estimativas mais otimistas, a Fundo Monetário Internacional (FMI), espera que essa taxa fique em 65,82% neste ano.
Apesar de a equipe econômica atual e os parlamentares governistas discursarem que esses indicadores não são tão ruins se comparados com outros países do G20, a piora neles vem minando a confiança dos empresários e investidores no país. Não à toa, a economia está cada vez mais fraca, a inflação rompe o teto da meta (de 6,5% ao ano) por quatro meses consecutivos e o dólar sobe cada vez mais, hoje na casa de R$ 2,60.
Peso dos juros
Para piorar, a conta de juros que o país paga está nas alturas e deverá crescer depois da paulada de 0,5 ponto percentual que o Banco Central deu na Selic nesta semana. Com isso, a taxa básica da economia passou para 11,25% para 11,75% ao ano. Quando Dilma assumiu o poder, a Selic estava em 10,75% ao ano. Consequentemente, os gastos do governo com juros nominais passaram de R$ 195 bilhões, em 2010, para R$ 284 bilhões, neste ano. Esse dinheiro equivale a cerca de 10 bolsas famílias, um dos principais programas sociais do governo.
“A dívida pública está crescendo, mas o problema é mais grave. A conta de juros anual é astronômica. Pagamos juros de país altamente especulativo. Em vez de ajustarmos a conta de juros, estamos aumentando”, lamenta o economista Paulo Rabelo de Castro, coordenador do Movimento Brasil Eficiente, citando a recente alta da Selic e suas consequências para o bolso do brasileiro, que terá crédito cada vez mais caro porque o governo não faz a sua parte, que é manter o equilíbrio das contas públicas.