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Estado de Minas

Governo reduz projeção do PIB para 2015

Governo envia ao governo proposta orçamentária reduzindo previsão do crescimento da economia do país de 2% para menos de 1% e fixando superávit menor no ano que vem


postado em 05/12/2014 06:00 / atualizado em 05/12/2014 07:22

Brasília – O governo sinalizou que o país terá um novo crescimento pífio no próximo ano. A economia deve avançar apenas 0,8%, conforme a atualização do Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentários (PLDO) de 2015, encaminhado ontem ao Congresso Nacional pelo Ministério do Planejamento. A proposta apresentada ao relator do projeto, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), é a segunda alteração em apenas 13 dias. Da última vez, Tesouro Nacional e Secretaria de Orçamento divulgaram o Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas Primárias e mudança de parâmetros, que reduzia a expectativa de expansão do Produto Interno Bruto (PIB) de 3% para 2%.


O documento enviado ao Legislativo também alterou a meta de superávit primário para 1,2% do PIB. O Planejamento justificou que essa atualização decorre da mudança do cenário macroeconômico e das novas metas anunciadas para o período de 2015 a 2017 pelo futuro ministro da Fazenda, Joaquim Levy. O Executivo projetou um aumento da taxa básica de juros de 11,66% para 12,17% ao ano em 2015 e uma alta da taxa de câmbio de R$ 2,57 para R$ 2,67. A dívida bruta do governo subirá para 64,1% do PIB. Somente a expectativa para inflação permaneceu a mesma: 6,1%.

Segundo fontes da área econômica, a alta da dívida em relação ao PIB se deve mais ao fraco desempenho previsto para a economia do que à elevação do endividamento. O valor dos passivos continua o mesmo.

O Planejamento explicou que as estimativas utilizadas têm como base as projeções de mercado apuradas pelo relatório Focus, do Banco Central. É a primeira vez que o governo Dilma usa essas previsões. O documento ainda avalia que em 2016 o crescimento será maior, de 2%, e alcançará 2,3% em 2017. Nesse mesmo período, o dólar encarecerá para R$ 2,71 e R$ 2,80, enquanto a Selic cairá para 11,5% e 10,75%.

Credibilidade
Enquanto o governo se desdobra para dar sinalizações concretas de que está comprometido em recuperar a credibilidade, a divulgação do nome do futuro ministro Fazenda ainda repercute positivamente. Para Lisa Schineller, analista-sênior da agência de classificação de risco Standard & Poor's, a escolha de Levy é uma mensagem positiva mais forte do que a esperada na mudança da política econômica no segundo mandato de Dilma Rousseff.

Ela ressaltou que as decisões sobre a classificação de crédito do Brasil dependerão da execução e da consistência do ajuste fiscal em um momento de desaceleração do crescimento. Mais um corte na nota dada pela Standard & Poor’s significará perda do grau de investimento do país, que passará a pagar mais caro para se financiar no mercado global. “A sinalização do novo ministro é de mudanças na política econômica, mas, novamente, a execução no nosso ponto de vista será um componente muito importante, dado o ambiente econômico desafiador”, comentou Lisa Schineller.

Anúncio positivo Na opinião do economista da Tendências Consultoria Sílvio Campos Neto, ao atualizar as previsões para PIB, superávit, câmbio e dólar a partir das expectativas apuradas pelo Banco Central, o governo dá uma sinalização positiva ao mercado. Ele relembrou que as projeções usadas anteriormente, sempre distantes dos números apresentados pelos analistas, criavam ruídos e contribuíam para a deterioração da credibilidade da política econômica.

O estrategista-chefe do Banco Mizuho, Luciano Rostagno, avaliou que a atualização dos indicadores do PLDO com dados do Banco Central é “extremamente importante”. Ele comentou que últimas projeções divulgadas pelo governo jogavam por terra o planejamento de gastos do país e prejudicavam os resultados fiscais do governo. “Essa medida é positiva porque torna mais realista e crivel o atingimento das metas de superávit primário previstas para o próximo ano”, afirmou.


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