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Estado de Minas AÇÕES NO FUTEBOL

Vinicius Jr. pode chefiar comitê antirracismo da Fifa, diz Gianni Infantino

Comissão será responsável por ouvir sugestões de jogadores para erradicar o racismo e outros comportamentos discriminatórios no futebol


15/06/2023 16:01 - atualizado 15/06/2023 16:01
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Vini Jr., um homem negro de pele retinta e cabelos crespos, usa o uniforme branco do Real Madrid e comemora em campo
Gianni Infantino, presidente da Fifa, afirmou que Vini Jr. pode chefiar comitê antirracismo da entidade (foto: Paul Ellis/AFP)
O presidente da Fifa, Gianni Infantino, anunciou nesta quinta-feira (15/6) que o brasileiro Vinicius Jr. irá liderar uma nova comissão da entidade dedicada a combater o racismo e outros comportamentos discriminatórios no futebol.

De acordo com Infantino, o comitê servirá para que jogadores sugiram punições mais severas para comportamentos discriminatórios no futebol. “Pedi a Vinicius que liderasse esse grupo de jogadores que apresentará punições mais rigorosas contra o racismo, que mais tarde serão implementadas por todas as autoridades do futebol em todo o mundo”, disse ele à agência de notícias Reuters.


O presidente da Fifa ainda afirmou que já se reuniu com o jogador e com a seleção brasileira para debater a criação da comissão, mas até o momento não há informações de quando ela será criada e Vini Jr. não fez nenhum anúncio sobre a possibilidade.

Segundo Infantino, este é o primeiro passo concreto da Fifa após a grande repercussão dos repetidos casos de racismo contra Vinicius Jr. durante partidas na Espanha, onde o brasileiro joga pelo Real Madrid.

Entenda o caso

caso de racismo contra Vini Jr. mais recente ocorreu no dia 21 de maio deste ano, no Estádio Mestalla, localizado no sudeste da Espanha, durante uma partida contra o Valencia. Após alguns minutos recebendo gritos racistas da torcida adversária, o jogador brasileiro reclamou com o juiz, que interrompeu o jogo.

Vini Jr. reagiu às ofensas e, durante uma confusão generalizada, um jogador do Valencia deu uma chave de braço nele que, ao tentar se desvencilhar, acabou atingindo outro adversário no rosto e acabou sendo expulso.

Ao final da partida, o brasileiro cobrou a liga lspanhola por uma reação, já que nada tinha sido feito a respeito de outros diversos casos de racismo sofridos nos últimos meses. O jogador, no entanto, recebeu críticas de Javier Tebas, presidente da LaLiga, entidade responsável por organizar o principal campeonato espanhol, e o caso passou a repercutir mundialmente, levantando debates sobre o racismo no futebol. Tebas, posteriormente, se desculpou pelas falas.

A polícia espanhola conseguiu identificar e deter torcedores que entoaram os gritos racistas no Mestalla, além de outros que, alguns meses antes, penduraram, pelo pescoço, um boneco preto com a camisa de Vini Jr. em um viaduto em Madri.

Personalidades políticas se posicionaram sobre o caso e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chegou a cobrar mais ações antirracistas no futebol. A Câmara dos Deputados também aprovou no final de maio, por unanimidade, moções de repúdio aos episódios de racismo sofridos pelo jogador de futebol brasileiro Vinicius Junior.

O primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, também manifestou solidariedade com Vinicius Jr.

Ações recentes

Na última terça-feira (13/6), a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e a Federação Espanhola de Futebol (RFEF) lançaram a campanha antirracista “Uma só pele” em apoio a Vinicius Jr. Entre as ações previstas está um amistoso entre Brasil e Espanha previsto para março de 2023 no estádio do Real Madrid, Santiago Bernabéu.

"Queremos demonstrar que estamos juntos nisso e que há uma relação magnífica entre as duas federações. O futebol foi inventado para ser aproveitado, para transmitir valores, para as pessoas se divertirem e não para coisas negativas como gerar violência, muito menos dar espaço a pessoas que utilizam o futebol como escudo para transmitir algo negativo como um insulto racista ou qualquer tipo de violência”, afirmou Luis Rubiales, presidente da RFEF.

Além disso, ainda esta semana, a icônica camisa canarinho da seleção brasileira cederá seu lugar para a camisa preta no amistoso contra Guiné em um ato contra o racismo no próximo sábado (17/6). O jogo acontecerá no Estádio Cornellà-El Prat, em Barcelona, na Espanha. 
 

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