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Estado de Minas DESIGN ANCESTRAL

Designer parte da ancestralidade para criar relação com as cores

Curta metragem "Cores em Diáspora" propõe novas perspectivas para o design gráfico no Brasil


30/05/2022 10:59 - atualizado 30/05/2022 17:19

Paula Leal, com cabelos trançados e usando uma camiseta de alças finas marrom em um fundo preto
A designer Paula Leal, a Paulinha da Cria Preta, acredita na construção de sentidos baseado na ancestralidade de cada um (foto: Mayara Laila, Coniiin e Thiago Ferreira/Divulgação)


O design gráfico é um ramo dedicado a transmitir significados e sentidos através de cores e formas, porém, faz sentido para quem? A partir desse questionamento, a designer Paula Leal criou o conceito “design ancestral” e o curta “Cores em Diáspora”, que será lançado no próximo sábado (04/06). 
 
Com “Cores em Diáspora'', Paula pretende criar narrativas imagéticas a partir das cores na história da África. O lançamento comemora o aniversário de três anos da agência de design Cria Preta. Além da exibição do curta e conversa sobre o filme, a celebração terá uma roda de samba com o grupo Quinteto do Samba e discotecagem e hip hop com o DJ Manelbeatz.

Paula é dona da Cria Preta, agência em que se guia pelo conceito de “design ancestral” baseado em três pilares: escuta ativa, construção ancestral e projeção para o mundo.“As cores são um dos elementos principais de formação de identidade. As cores têm essa potência, de formar quem a gente é, do que aquilo significa”, conta Paula.

Construção cultural das cores

A designer explica que o livro de referência no uso das cores no design é o “Psicologia das Cores”, de Eva Heller, que se baseia em pesquisas realizadas na Alemanha, uma realidade diferente da encontrada no Brasil.

Paula conta que uma amiga, que é uma mulher negra, procurou designers para fazer a divulgação de um trabalho. Porém, ela não se reconheceu na proposta  apresentada, deu sugestões de cores com as quais se identificava, mas ouviu que as ideias não faziam sentido. Paula foi procurada pela amiga que perguntava se realmente não fazia sentido. 

“O que faz sentido  na Alemanha não faz nenhum sentido para o povo negro que vive em diáspora aqui no Brasil. É outra relação, é outra referência. E aí nasceu o “Cores em Diáspora”, para que eu pudesse falar de como as cores são para o povo preto aqui", afirma. 

Produção a muitas mãos

Segundo a designer, o curta-metragem “Cores em Diáspora” parte da junção da situação vivida com a amiga, a relação dela com a família - por ser algo forte em sua formação como pessoa - e do “Design Ancestral” para falar da relação das cores no continente africano. 



A produção foi realizada de forma coletiva . Toda a equipe é formada por pessoas negras, que acreditam na coletividade e se aquilombaram para realizar esse projeto. Ela destaca que são "mãos de pessoas negras produzindo imagens de pessoas negras enquanto realeza."
 
“As coisas não precisam ser somente de mercado, eu bato muito de frente com o mercado, porque ele é muito violento. Quando eu consigo fazer um projeto dessa dimensão sem deslocar um Real, a gente traz outro significado para a humanidade, para a coletividade. Os quilombos não tinham dinheiro, era tudo na base do afeto. Por isso, a gente precisa se aquilombar”, diz Paula.

SERVIÇO:
Lançamento do curta “Cores em Diáspora” 
Exibição do filme, conversa com a diretora, roda de samba e discotecagem
Data: 4 de junho (sábado)
Horário: a partir de 15h
Local: Toca do Vinil Club Bar (Rua Jeribá, 216, Diamante - Barreiro)


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