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Estado de Minas CONVOCATÓRIA

Cura 22: convocatória selecionará trabalho de criptoartistas

Obra com NFT se tornará física, por meio de pôster lambe-lambe, e ocupará a fachada do Hotel Sorrento, na Praça Raul Soares, onde festival ocorrerá


08/08/2022 12:44 - atualizado 08/08/2022 14:02

Na foto, murais pintados em prédios de BH, por meio da iniciativa do Cura
Convocatória foi aberta nesta segunda-feira (8/8) e segue até 28 de agosto (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
Com data prevista entre 15 e 25 de setembro, na Praça Raul Soares, Região Central de Belo Horizonte, a 7ª edição do Circuito Urbano de Arte (Cura) abriu a convocatória nesta segunda-feira (8/8). Neste ano, de forma inédita, será selecionada uma obra digital com NFT (Non Fungible Token) — Token não fungível, na tradução literal — que se tornará física, por meio de pôster lambe-lambe, e ocupará a fachada do Hotel Sorrento. 

Segundo Priscila Amoni, uma das curadoras e idealizadoras, junto de Janaína Macruz e Juliana Flores, o Cura está no mapa da capital mineira e na agenda dos festivais de arte urbana. “Falamos que o projeto dá a mão para Inhotim, em termos de referência. As pessoas visitam BH para ver arte e, consequentemente, vem à Inhotim e vem ao Circuito”, disse. 

Para ela, o festival busca dar protagonismo a temas relevantes. “Temos uma estrutura de artistas mulheres, é um evento que fala sobre a cidade e agroecologia. Estamos no meio da cidade, mas também falamos do campo, da terra e da divisão de terras. É um festival que consegue pautar e abraçar questões que estão além da arte”, contou. 

NFT e Cura 2022

É com o objetivo de alcançar novos talentos e vincular o cenário de arte à tecnologia que o festival, que presenteou BH com o primeiro e, até então único, Mirante de Arte Urbana do mundo, resolveu apostar em um novo método. Desde que surgiu, em 2017, o Cura está a disposição de muralistas e artistas de rua com o desejo de ter a experiência de pintar um prédio. 

Para isso, uma comissão de jurados selecionava o layout, digital ou a mão, que ficaria estampado em alguns dos vários prédios de Belo Horizonte. O processo já escolheu trabalhos marcantes como o do pintor Diogo Mouro, que abordou o amor entre homens pretos, em 2020, na fachada do edifício Almeida, na Rua São Paulo, região central. 

Foi pensando na grandiosidade do Cura, que as idealizadoras resolveram trazer o NFT para o festival. “Nós temos a meta de colocar Belo Horizonte no mapa mundial dos festivais de grafite e arte urbana. Nós estamos muito na ponta e tornando referência neste evento. Então, precisamos ampliar as linguagens, pois somos um festival de arte pública, buscamos abarcar todas as formas artísticas feitas no espaço comum, seja performance, teatro de rua ou pintura”, afirmou Priscila Amoni. 

Na convocatória da 7º edição, o festival convida artistas que estão trabalhando no meio digital, já tenham minado pelo menos uma NFT até o encerramento das inscrições, 28 de agosto, e tenham carteira válida na blockchain Tezos, que autentifica translações e transferências de criptomoedas. Além disso, o interessado deverá ter mais de 18 anos e precisa ser brasileiro ou naturalizado no Brasil. 

“A brincadeira é colocar o trabalho dos criptoartistas no espaço público. Resolvemos pensar a convocatória no NFT e transformar a arte digital em um material físico. Assim, vamos imprimir a arte em lambe-lambe e colocar em exposição em um edifício da Raul Soares. Não será necessário ser um muralista, por exemplo”, explicou a idealizadora do projeto. 

A avaliação dos trabalhos será feita por um júri organizado pelo Cura, e o resultado será publicado em 12 de setembro. O edital, com mais informações e critérios das inscrições, pode ser conferido no site do evento.

NFT e Arte


 
Na arte, o NFT é uma ferramenta usada por artistas que trabalham no meio digital e potencializa a criação, divulgação de obras e comercialização. O dispositivo funciona como uma chave ou certificado digital atrelado a algum objeto, ou obra de arte.

“Vamos trabalhar com a proposta da NFT ser uma arte mais democrática, pois tem uma lógica que o artista sempre recebe royalties. Por exemplo, atualmente, se eu pinto um quadro e o vendo, quando esse comprador for comercializar a obra novamente, apenas ele ganhará. Com o NFT, o artista sempre ganhará royalties, pois tem o registro de onde a obra surgiu”, disse uma das idealizadoras da Cura.

Temática deste ano será a Terra

Neste ano, o Cura 22 abordará a temática da terra, para construir a programação do festival. “Na última edição, tivemos toda uma narrativa de que o festival tinha saído da Rua Sapucaí, percorreu toda a Avenida Amazonas para chegar na Raul Soares. A gente brincou com a alusão ao Rio Amazonas e toda a curadoria foi feita com artistas que estão na beira do rio, como Tainá Majoara e os Mahku, e abordaram as águas”, afirmou Priscila.

Para ela, é um ano muito decisivo no país, sendo necessário aterrar e falar sobre as questões que estão no cerne da desigualdade social brasileira. “Esse tema é a terra. Então, estamos falando que o Cura desceu do barco e pisou na terra. Vamos trabalhar com artistas que estão falando sobre o território no Brasil e também as camadas da ancestralidade, do feminino, ou seja, tudo que envolve esse elemento”, garantiu.

Além da curadoria, toda a programação do festival estará voltada à temática, assim como uma super  instalação, na Praça Raul Soares, de uma artista. A equipe do CURA  afirma que esta será uma das grandes novidades do evento deste ano e, em breve, será divulgado. 
 

Sobre o Cura

O Circuito Urbano de Arte realizou sua sexta edição em 2021/22, completando 22 obras de arte em fachadas, empenas e também no chão, sendo 18 na região do hipercentro da capital mineira e quatro na região da Lagoinha, formando, assim, a maior coleção de arte mural em grande escala já feita por um único festival brasileiro.


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