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Estado de Minas COMPORTAMENTO

Água: fonte de vida e saúde

Mais de 70% do corpo humano é composto de água. Ela ajuda a hidratar, transportar nutrientes, regular temperatura entre outras funções vitais ao organismo


06/06/2021 04:00 - atualizado 06/06/2021 08:26

O homem não consegue ficar mais de quatro minutos sem oxigênio; mais de três dias sem água ou mais de 50 dias sem alimento(foto: congerdesign/Pixabay)
O homem não consegue ficar mais de quatro minutos sem oxigênio; mais de três dias sem água ou mais de 50 dias sem alimento (foto: congerdesign/Pixabay)


O ser humano não vive sem oxigênio, água ou alimentos. A falta ou escassez de um deles põe em risco a sua sobrevivência. O corpo humano não consegue ficar mais de quatro minutos sem oxigênio; mais de três dias sem água ou mais de 50 dias sem alimento. A água é indispensável. Mais de 70% do corpo é composto de água, que hidrata, leva nutrientes, como oxigênio e sais minerais até as células, e elimina substâncias tóxicas por meio do suor e da urina. O sangue, músculos, pulmões e cérebro contém água. Ela está presente nas reações químicas, respiração, circulação, funcionamento dos rins, digestão, sistemas de defesa, pele e muito mais.

Sem falar que existem nutrientes que necessitam de água para que possam ser carregados e distribuídos pelo corpo. Um copo d'água leva em torno de 30 a 60 minutos para percorrer esse caminho. E água também forma as lágrimas, líquido essencial para o funcionamento adequado dos olhos, já que evitam o ressecamento das córneas e fazem a limpeza.

Ela ainda tem a função de proteger. Seja pela presença nas articulações para cuidar do atrito nos ossos ou mesmo no líquido amniótico para salvaguardar o feto de impactos durante a gestação. E cuida da beleza ao manter a pela hidratada e saudável. É aliada para prevenir doenças respiratórias (gripes e resfriados), ou seja, também é uma arma contra a COVID-19. E com as temperaturas em queda, é preciso atenção maior para não reduzir ou abandonar o consumo de água.

Você precisa de mais argumentos para, a partir de já, abraçar para vida o hábito de tomar água constantemente, de forma rotineira, regular, sem qualquer esquecimento ou desculpa? Hoje, o Bem Viver conversa com especialistas que alertam sobre todos os benefícios da água e os riscos de não consumi-la e de quem ainda luta para fazer da H2O consumo constante.

É o caso da empresária e jornalista Carolina Capozzi, que revela: “Não gosto de água e tomo no máximo um copo/dia. Geralmente é o copo que pego à noite, para tomar remédio, e acabo tomando algumas vezes que acordo, durante a noite mesmo, com sede. Aí de manhã uso o mesmo copo para tomar algum eventual remédio e fim. Foi o meu consumo de água do dia”. Para ela, é difícil explicar o motivo de não gostar... Mas talvez o argumento que muitos usem para gostar é justamente o que a faz não gostar: o fato de não ter gosto. “Por que tomar algo sem gosto, se posso tomar algo com gosto? Não vejo graça.”

Além disso, ela acredita que exista uma questão cultural na família. “Meus pais não tomam água (tanto que meu pai tem problema renal hoje em dia e faz hemodiálise), então desde pequena me acostumei a ver as pessoas tomando refrigerante, suco, nunca água. Isso também contribuiu para me apegar mais a outros líquidos. Quando era pequena, lembro de levar amigas da escola em casa e ficar morrendo de vergonha quando elas pediam 'um copo d'água' porque eu tinha que responder 'não tem'. Tínhamos muito refrigerante, água não.”

A empresária Carolina Capozzi não gosta de água e a troca com facilidade por refrigerante ou energético(foto: Arquivo Pessoal)
A empresária Carolina Capozzi não gosta de água e a troca com facilidade por refrigerante ou energético (foto: Arquivo Pessoal)

REFRIGERANTE E ENERGÉTICO

Carolina Capozzi confessa que, habitualmente, troca a água por refrigerante zero e, algumas vezes, energético. “A questão do refri é um costume. Se estou fora de casa, em um restaurante, enfim, até peço um suco natural para tentar aliviar o consumo de refri, mas em casa fico com preguiça de fazer o suco e não gosto de suco de caixinha, então acaba sendo sempre refrigerante zero e/ou energético, que tomo não para ficar ligada ou algo assim, mas por gostar do sabor.”

Mesmo sem gostar, a empresária reconhece a necessidade e falta que a água lhe faz: “Sim, penso sempre que devia tomar mais água pela questão da saúde. Já fui operada seis vezes de cálculo renal tendo 36 anos. É muita coisa. Toda vez que saio do hospital, penso 'agora vou me policiar e mudar isso', mas passa um mês e, infelizmente, volto à rotina. Há pouco mais de um ano, meu pai, que também tinha histórico de muito cálculo, foi diagnosticado com falência renal. Acompanhar o dia a dia dele de hemodiálise me faz querer muito tomar mais água, mas é como se fosse mais forte que eu. Porém, ainda não desisti. Tenho medo de passar pelo que ele está passando, então uma hora vou mudar meus hábitos. Aí, quem sabe, não apareça em uma matéria como a recordista pela ingestão de água/dia no Brasil?”

Carolina Capozzi afirma que já procurou mudar: “Já tentei de tudo: alerta no celular, aviso no computador, post-it, garrafa a tiracolo. Tudo funciona superbem por uma semana. O que mais funcionou foi a garrafa a tiracolo. Às vezes coloco como meta: só posso levantar da mesa onde estou trabalhando quando acabar a garrafa. Mas, de novo, é um esforço, não é natural pra mim. Adoraria que fosse, juro.”

A empresária também se abre dizendo que não é tão atenta com a sua alimentação, já que poderia investir em frutas e legumes com mais água, para de alguma forma lhe ajudar: “Infelizmente, sou desligada para essas coisas. Legumes e verduras como muito pouco. Fruta até que desce melhor, mas é por gostar mesmo, nunca fazendo a relação de 'aqui tem mais água'. De toda forma, se como fruta duas, três vezes por semana, é muito. O consumo de sal, sim, tento dar uma segurada”.

Penso sempre que devia tomar mais água pela questão da saúde. Já fui operada seis vezes de cálculo renal tendo 36 anos. É muita coisa. Toda vez que saio do hospital, penso 'agora vou me policiar e mudar isso', mas passa um mês e, infelizmente, volto à rotina'

Carolina Capozzi, empresária


META DE MUDANÇA

ara a empresária, a questão da saúde e da estética são motivos de preocupação, o que deveria levá-la a se hidratar mais com água: “Tenho a pele e o cabelo seco. Dermatologista já me disse que o primeiro a fazer é aumentar a ingestão de líquido. Também já me falaram que ajuda mais na disposição, o que eu preciso porque muitas vezes me sinto muito cansada, sem motivo. Os lábios vivem rachando e, em volta das unhas, fica sempre um monte de pelinha. Todos os médicos me chamam a atenção: ginecologista, endocrinologista (que sempre faz aquele exame para medir massa magra e líquido no corpo e sempre o resultado está abaixo do esperado), nefrologista, dermatologista, até dentista e psicóloga já falaram disso comigo. E o pior é que não uso produtos dermatológicos ou alimentos específicos para 'compensar' a hidratação. Então vivo com a pele rachada mesmo e aquele aspecto de 'seco'.”

Mas Carolina Capozzi está se esforçando para criar novos hábitos: “Está na minha meta de mudança. Comecei com a hidratação das mãos, que fico vendo diariamente e me incomodando com o aspecto em que estão. Quando conseguir fazer virar um hábito, tento expandir para outras partes do corpo. Já vi que é melhor tentar ir aos poucos do que acordar um dia querendo fazer uma mudança brusca. Essas fórmulas de mudar do dia para a noite, comigo, pelo menos, não funcionam”.

Ao longo do dia, perde-se água por meio da transpiração, suor, saliva, urina e fezes. E a fonte ideal é a água pura, límpida, inodora e sem cheiro. Ainda que ela esteja presente na ingestão de outros líquidos e no consumo de alimentos que têm grandes quantidades de água (vegetais e frutas). Recomenda-se, em média, a ingestão de 2,5 a 3 litros de água por dia. Em situações especiais, como calor excessivo e exercício físico intenso, o consumo deve ser maior. Já pessoas com problemas de saúde específicos como insuficiência cardíaca, hepática ou renal, podem ter restrições hídricas e devem seguir as recomendações de médicos e nutricionistas.

O médico nutrólogo Elias José Milagres Reis, do Instituto Orizonti, ressalta que mais importante do que os nutrientes da água, sua principal função é a hidratação. Para ele, é preciso todos os cuidados, principalmente, agora, com tempo seco, baixa percepção da transpiração, queda da temperatura, menos sede. O médico alerta ainda sobre a importância da ingestão de água por quem enfrenta quadros de diarreia, vômitos e faz o uso de laxantes. Têm de ficar atentos e procurar orientação médica.

O médico nutrólogo Elias José Milagres Reis, do Instituto Orizont, diz que preciso ter atenção especial com os idosos(foto: Orizonti/Divulgação)
O médico nutrólogo Elias José Milagres Reis, do Instituto Orizont, diz que preciso ter atenção especial com os idosos (foto: Orizonti/Divulgação)
Para Elias José, ao destacar o papel da água para a saúde, o principal é ter atenção com os idosos. Além do cuidado especial com quem está amamentando, crianças menores de 3 anos e quem tem alguma limitação física ou mental por causa da dificuldade de acesso, o grupo principal é dos idosos, que têm menos resposta à sede. Não pode esperar que o idoso tenha sede, é necessário oferecer água sempre. Ainda mais por já ter uma função renal mais debilitada e depender da família ou de cuidadores. No frio, a atenção deve ser ainda maior.

Conforme o nutrólogo, a desidratação faz as mucosas ressecarem, a sensação de boca seca, olho fundo, visível mais em crianças, e quanto ao idoso o risco da hipotensão postural, ou seja, ficar tonto ao se levantar, deitado ou sentado. Nesta movimentação brusca, a pressão fica baixa e há até alteração do estado mental, pode se sentir confuso e irritado até. No caso dos mais velhos, é importante o envolvimento da família e cuidadores, deixar sempre ao alcance, uma jarra, uma garrafinha ou mesmo o copo d’água, sempre oferecer água, monitorar a cor da urina e nos dias quentes e secos aumentar a ingestão de água. No público geral, o principal sinal é a urina mais escura, que deve sempre se observada. Precisa ser clara.


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