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Estado de Minas COVID-19

Inalação com solução de água sanitária expõe pessoas a riscos, diz CFQ

O Conselho Federal de Química emitiu nota oficial para informar a população sobre os riscos da inalação de produtos químicos para prevenir ou tratar a COVID-19


26/03/2021 14:00 - atualizado 26/03/2021 14:14

(foto: Pixabay)
(foto: Pixabay)

Após a circulação de vídeos nas redes sociais sugerindo que a inalação de uma substância formada por água, bicarbonato de sódio e hipoclorito de sódio – água sanitária – ajuda a prevenir e curar a COVID-19, o Conselho Federal de Química (CFQ), outros 21 Conselhos Regionais (CRQ) e a Associação Brasileira das Indústrias de Produtos de Higiene, Limpeza e Saneantes (Abipla) divulgaram uma nota oficial para informar sobre o perigo da inalação do produto. O posicionamento foi feito nessa quinta-feira (25/3). 

Segundo as entidades, o objetivo principal é “orientar a população neste momento grave da pandemia”, uma vez que os produtos químicos em questão, como o caso da água sanitária, têm alto teor de corrosividade à pele, olhos e cavidades nasais. 

“Um vídeo traz apreensão pelos potenciais riscos a que expõe a população. Trata-se de um relato em primeira pessoa em que um homem sugere a inalação de uma solução envolvendo, entre outros produtos, água sanitária e bicarbonato de sódio para nebulização de infectados com o vírus Sars-Cov-2.

O tratamento precoce é um assunto polêmico, que carece de comprovações científicas e divide opiniões. Portanto, medidas de distanciamento social, higiene pessoal e vacinação em massa são as principais iniciativas respaldadas na ciência e as que devem ser consideradas, por enquanto, para o controle da pandemia”, dia a nota. 

Segundo as entidades químicas, a solução proposta no vídeo foi desenvolvida para utilização em superfícies inanimadas e não para aspersão sobre a pele ou inserção nas vias respiratórias. A inalação proposta é possível por meio da aquisição de produtos simples e acessíveis a maior parte da população, como produtos de limpeza, o que aumenta a possibilidade de sua utilização em massa e potencializa os riscos. 

“É preciso ter em mente, entretanto, que para que essas substâncias promovam os benefícios que delas se espera são necessários diversos testes e ensaios. Esse período de testagem se dá em condições controladas de uso, tudo para que sejam garantidas à população a eficácia e a segurança na utilização – desde que, claro, sejam mantidas as condições para as quais foram testadas e indicadas pelos fabricantes.” 

No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), emite frequentes alertas relativos aos riscos assumidos pela população sempre que condições e destinações de uso são alteradas por cidadãos comuns ou por profissionais que atuam sem qualquer suporte técnico ou sanitário oficial.

“Destacamos que a essa alteração de destinação de uso de produtos químicos a Anvisa chama ‘desvio de finalidade’, sendo previstas pela lei advertências e penalidades aos autores desta infração”, afirma a nota. 

Por fim, Conselho Federal de Química (CFQ), outros 21 Conselhos Regionais (CRQ) e a Associação Brasileira das Indústrias de Produtos de Higiene, Limpeza e Saneantes (Abipla) afirmaram compreender que, haja vista o momento da pandemia, grupos acabam tentados a experimentações sem qualquer tipo de controle ou registro técnico de resultados. 

“Em consequência, é previsível que se promova a divulgação de tais experimentos. A nós, como profissionais da química e representantes da indústria do setor de higiene e limpeza, cabe o alerta de que as consequências dessas iniciativas são invariavelmente danosas à saúde. Quaisquer substâncias são completamente seguras apenas quando obedecidas as instruções dos fabricantes que foram previamente analisadas e aprovadas pela Anvisa”, justifica. 

Ainda, outro alerta é feito: “No caso específico da água sanitária, trata-se de saneante regulado pela Anvisa de aplicação exclusiva para higienização de superfícies inanimadas e hortifrutícolas, em solução diluída. E é aconselhável o uso de luvas, máscara e óculos para manuseio seguro desses produtos, pois tem grau de corrosividade à pele, olhos e mucosas, portanto, em nenhuma hipótese recomenda-se a inalação, ingestão ou exposição à pele deste tipo de substância em animais ou humanos”. 


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