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Estado de Minas OPINIÃO SEM MEDO

Lula satânico, Bolsonaro canibal e eu sendo cancelado pelos 'sem noção'

Não vejo a hora dessa porcaria toda terminar. Tão logo o novo presidente seja eleito, em pouco tempo recuperarei parte dos amigos ora afastados


10/10/2022 17:55 - atualizado 10/10/2022 17:57

Por Ricardo Kertzman

Lula e Bolsonaro
Satã e canibal? Haja baixaria (foto: Reprodução/Redes Sociais)
Isento, isentão, em cima do muro, alienado, omisso, covarde… são tantos os adjetivos que já recebi por me posicionar contra e, portanto, não apenas não votar, mas fazer forte campanha contra o chefão petista e o amigão do Queiroz, que perdi a conta, mas creio ter ouvido de tudo um pouco, de A a Z.

 

Para os bolsominions, estou ajudando, assim, na eleição do líder do petrolão. Para os mortadelas, o contrário: estou ajudando na reeleição do devoto da cloroquina. A verdade é que estou ajudando tão somente a mim mesmo a dormir em paz. Voto-vômito (termo cunhado por Cristina Serra para se referir ao voto em Bolsonaro, do qual me aproprio e estendo a Lula), nunca mais.

 

Em 2018, por ojeriza cega - e justificada! - à cleptocracia lulopetista e seus anos de destruição, votei, no segundo turno, nessa desgraça que aí está. No primeiro, votei, ao lado do próprio candidato e mais meia dúzia de gatos pingados, em Henrique Meirelles. Não me arrependo, mas lamento profundamente minha escolha pelo 17.

 

Tornei-me uma espécie de vírus em meu meio social. Como 6 em cada 10 amigos são bolsonaristas (por convicção ou repulsa ao meliante de São Bernardo) e 2, petistas (por convicção ou repulsa ao patriarca do clã das rachadinhas e das mansões compradas com panetones e dinheiro vivo), só me sobraram 2 parças para o chopp.

 

Mas fico, ao lado destes dois outros lobos solitários, pensando no que (não) estou perdendo. Semana passada, a disputa deixou de ser rachadinha e mansão X mensalão e petrolão, para seguir num campo, digamos, menos terreno: satanismo X canibalismo. Bons tempos em que, na política, discutiam-se planos, modelos e propostas para o País.

 

Não vejo a hora dessa porcaria toda terminar. Tão logo o novo presidente seja eleito, em pouco tempo recuperarei parte dos amigos ora afastados. Se der Lula, voltarei a ser ídolo dos minions, pois bater (amparado pelos fatos e com honestidade intelectual) no barba é minha especialidade desde 2002, antes de o bolsonarismo sonhar em existir.

 

Se der o maridão da Micheque na cabeça, idem. Em muito pouco tempo, quando seu desgoverno for para o brejo de vez, e a ameaça PT não existir mais, os idiotas-úteis, que hoje me xingam, passarão a bater palmas para meus tirambaços antibolsonaristas. Prometo, inclusive, não dizer: “eu bem que avisei”. Aliás, prometo nada! 

 

Eu vou é azucrinar a cabeça desse povo! Eles merecem, hehe. Em tempo, e já começando, ou melhor, continuando: o que é pior? Beira-mar, apoiando Lula, ou o ex-goleiro Bruno, Bolsonaro? Viram? Eu também sei discutir assuntos profundos, com profundidade. Será que agora posso voltar a fazer parte dos grupos de WhatsApp dos meus ex-amigos?

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