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Estado de Minas JUVENTUDE REVERSA

Healthtech: uma alternativa às altas mensalidades dos planos de saúde

Vale a pena correr o risco de contratar uma healhtech e ao mesmo tempo marcar posição contra os excessos cometidos pelos planos de saúde tradicionais


14/07/2022 06:00 - atualizado 14/07/2022 07:04

Médico toca em uma tela virtual cheia de símbolos ligados à saúde
No segmento de plano de saúde há pelo menos 34 healthtechs disponíveis no mercado, com preços mais baixos do que os oferecidos pelas operadoras tradicionais (foto: Reprodução/SCB)
Segundo dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) de 2020, a expectativa de vida do brasileiro é de 76,6 anos. Há uma certa discrepância nessa expectativa em relação ao sexo e condições sociais, mas você acha que os planos de saúde levam em conta estas estatísticas? Parece que não.

Ao fazermos 60 anos, alguns planos de saúde reajustam nossos planos em até 100%. As operadoras dos planos de saúde parecem não levar em consideração a diminuição da taxa de mortalidade ocasionada pelos avanços da medicina e das condições sanitárias. Etarismo é o nome desta atitude preconceituosa. 

Cada reajuste despropositado alija uma grande leva de brasileiros da cobertura desses planos. Muitos aposentados e desempregados desistem dos planos de saúde individuais e familiares, abandonando as consultas preventivas e recorrendo ao SUS na ocorrência de enfermidades mais graves. Mais uma boa razão para reconhecermos a importância do SUS (Sistema Único de Saúde) que atende a todos indistintamente.

O SUS não financia campanhas políticas, mas os planos de saúde privada financiam, e assim asseguram uma regulamentação mais favorável à lucratividade dos serviços que prestam. O SUS, por sua vez, está estruturado sobre três pilares: universabilidade, integridade e equidade. Bom para o povo brasileiro!

Prover saúde para todos significa garantir e respeitar a dignidade de cada cidadão e produzir um mínimo de igualdade num país tão desigual. Além da vacinação, o SUS garante a realização de procedimentos médicos, doação de sangue e leite humano, quimioterapia, transplantes de órgãos, entre outros.

Uma outra alternativa às altas mensalidades dos planos de saúde e ao SUS, cujos postos de atendimento estão sempre lotados, são as healthtechs. As healthtechs – junção de duas palavras inglesas “healh” (saúde) e ”tech” (tecnologia) - são startups de base tecnológica voltadas para o setor da saúde, com foco na medicina preventiva, preditiva, proativa e personalizada.

Segundo o relatório do Distrito Healthtech Report, são 747 healthtechs atuando no Brasil, destacando-se pela eficiência na gestão dos prontuários (25%), no acesso da informação (16,7 %) e no marketplace (12,6%). 

No segmento de plano de saúde há pelo menos 34 healthtechs disponíveis no mercado, com preços mais baixos do que os oferecidos pelas operadoras tradicionais. As principais empresas são QSaúde, Sami, Alice e Kipp Saúde. As healthtechs têm como conceito a prevenção, promovendo o acompanhando dos clientes de modo a prevenir e a evitar o agravamento das doenças. Grande parte do atendimento é feito por via digital. Contam com uma rede reduzida de prestadores conveniados, evitando o excesso de pedidos de exame. 

Muitos idosos ainda não estão familiarizados com o mundo digital, incluindo o acesso às mídias sociais, aos aplicativos de bancos e às vídeos chamadas. Porém, a procura por healthtechs de planos de saúde tem aumentado, assim como a familiaridade e a satisfação em relação aos seus serviços, conforme estatísticas apresentadas pelas próprias empresas. 

Há uma preocupação com a saúde financeira dessas importantes e promissoras startups, pois temos assistido as dificuldades que atingem o setor em tempos de crise global. Demissões em massa têm ocorrido com alguma frequência. O risco individual de se contratar um plano de saúde de startup pode ser alto.

Embora o acesso a bons hospitais seja oferecido, é preciso avaliar se a startup apresenta condições viáveis par garantir os tratamentos a longo prazo. Os sinais mais evidentes de saúde financeira desses entes podem ser verificados pela quantidade de usuários e pela variedade das especialidades cobertas. Quanto mais adesões a um plano de healhtech, mais os riscos são diluídos. Assim como as operadoras tradicionais, as healhtechs lucram com os clientes saudáveis e os usam para pagar a conta dos enfermos.

Vale a pena correr o risco de contratar uma healhtech? Penso que sim. Além da viabilidade financeira, uma vez que os valores das mensalidades são 50% mais baixos que os cobrados pelos planos tradicionais, temos que marcar posição contra os excessos cometidos pelas grandes corporações. É preciso buscar alternativas para não ficarmos reféns de um sistema que muitas vezes pode ser cruel ao buscar o lucro acima de tudo.

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