
Sim, o tempo é relativo. Em nosso dia a dia usamos o relógio para marcar o tempo, mas como grandeza relativa ele depende do referencial a partir do qual o medimos. Dessa forma, o tempo deixa de ser um valor absoluto e passa a ser relativo ao ponto de vista.
É relativo em função de nossa ansiedade: quando estamos viajando para um lugar desconhecido, a viagem de ida é sempre mais demorada que a de volta.
É relativo na proporção de nossa fome: o mesmo tempo de 30 minutos do cozimento do feijão pode nos parecer uma infinidade se estamos famintos. Mas, num churrasquinho com os amigos a tarde de sábado voa.
É relativo quanto ao prazer: uma noite bem romântica passa rapidinho, enquanto uma noite discutindo a relação parece demorar um século.
É relativo se o tempo medido é de pedreiro: segundo um episódio lançado pelo Canal Porta dos Fundos, em janeiro de 2018, o "hoje" de um pedreiro é o "amanhã" do brasileiro médio, que corresponde ao "depois de amanhã" de um carioca, que equivale à "semana que vem" de um suíço.
É relativo em face do nosso tédio: os dias são extremamente longos quando estamos no escritório sem ter o que fazer ou desenvolvendo algo entediante.
É relativo quanto à nossa satisfação: nada como um dever cumprido, a sensação de ter atingido o que se propôs a si mesmo, com equilíbrio entre responsabilidade e diversão.
Para mim, a música "Oração ao Tempo" de Caetano Veloso, é perfeita para refletirmos sobre a noção de como o tempo é o fluxo determinante da vida e das nossas emoções.
"Tempo, tempo, tempo, tempo
Compositor de destinos
Tambor de todos os ritmos
Tempo, tempo, tempo, tempo
Entro em um acordo contigo
Tempo, tempo, tempo, tempo
Por seres tão inventivo
E pareceres contínuo
Tempo, tempo, tempo, tempo
És um dos deuses mais lindos
Tempo, tempo, tempo, tempo".
Não importa a idade, faça do tempo a velocidade da vida.