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Estado de Minas JUVENTUDE REVERSA

A acessibilidade digital é mais que uma inclusão, é uma oportunidade

As alterações decorrentes do envelhecimento devem ser levadas em consideração no planejamento de conteúdo e programação que os aplicativos irão disponibilizar


26/08/2021 06:00

(foto: Pexels/Reprodução )

A geração 50+ brasileira representa hoje mais de 55 milhões de pessoas. Todas com características físicas e cognitivas do envelhecimento. Como é que ainda são tão poucos os empreendedores que oferecem produtos e serviços adequados para este nicho de mercado?

Segundo o artigo 63 da Lei Brasileira de Inclusão, instituída em julho de 2015, é obrigatória a acessibilidade dos sites na internet para todos. É a eliminação de barreiras na Web que impedem ou dificultam uma pessoa de acessar qualquer tipo de tecnologia. O Estatuto do Idoso, Lei n.º 10.741 de 2003, assegura o direito "[...] à educação, cultura, esporte, laser, diversões, espetáculos, produtos e serviços que respeitem sua peculiar condição de idade". Mesmo com essas obrigatoriedades, muitas empresas digitais não estão atentas em buscar alternativas inclusivas e acessíveis a interação do idoso nesse domínio virtual.
 
 
Pessoas com mais de 60 anos representam uma crescente fatia da economia brasileiras e estão cada vez mais conectados à internet. Segundo o Instituto Locomotiva, especializado em transforma dados de pesquisas em estratégias e ações para empresas, instituições públicas e organizações do terceiro setor, houve um crescimento de 1000% no uso da internet por idosos entre 2010 e 2018. Os números são tão expressivos que é impossível deixar de lado o conceito de acessibilidade, interface dos smartphones, para esse nicho de mercado. As alterações decorrentes do envelhecimento devem ser levadas em consideração no planejamento de conteúdo e programação que os aplicativos irão disponibilizar, principalmente das startups. 

Desenvolver uma interface que agrade a todos os usuários mais velhos é uma tarefa muito complexa. Ao envelhecer ocorrem mudanças no cérebro que provocam alterações físicas e fisiológicas que implicam em nossa interação com os smartphones. Daí ser requisito essencial no projeto da interface pensar em sistemas sensoriais de idosos.
 

As principais alterações nos sistemas sensoriais com o processo de envelhecimento ocorrem nos sistemas auditivo, tátil e visual. No auditivo há a diminuição na capacidade de detectar, identificar, reconhecer e entender os sons. No tátil, o envelhecimento ocorre nas células presentes na pele, articulações e músculos e há a diminuição da sensibilidade tátil na palma das mãos. E no visual há a diminuição da acuidade visual, do campo visual periférico, da noção de profundidade, da distinção de cores e lentidão na adaptação ao claro-escuro (contraste).

Já faz algum tempo que os smartphones "nascem" com funcionalidades de acessibilidade. Alguns smartphones que utilizam o sistema operacional Android (software responsável por gerenciar todas as tarefas de seu celular) trazem sistemas de controle de voz que permitem que você faça praticamente qualquer coisa, sem tocar no seu dispositivo, através de um comando vocal. Na secção Acessibilidade, clique em "Menu de Acessibilidade" e ative os botões de configurações para executar funções tais como ajustar o contraste da tela para reduzir a fadiga ocular, janela de lupa, ativar legendas do que você está vendo na tela ao executar um áudio no WhatsApp ou um vídeo no Youtube e muito mais.
 

Se com apenas esses princípios básicos de fábrica já estamos bem servidos, nós da Juventude Reversa temos como desafio contribuir com diretrizes de uma tecnologia realmente inclusiva. Queremos inspirar muitos projetos de acessibilidade voltados para a geração 50 por meio dos smartphones, evitando a exclusão do idoso nos meios sociais.

Não basta agregar novas tecnologias para ser digital.

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