Escovar os dentes, usar fio dental e visitar o dentista regularmente são atitudes simples, mas capazes de influenciar toda a saúde do organismo. A condição da boca reflete diretamente no bem-estar geral, interferindo na alimentação, na fala, no sono e até na disposição. Para reforçar essa conexão entre o sorriso e o corpo, o Dia Nacional da Saúde Bucal, neste sábado (25/10), é o ensejo para promover informação e incentivar hábitos saudáveis desde a infância.
Segundo Karla Magalhães Alves, cirurgiã dentista, mestre em odontopediatria, especialista em ortodontia e ortopedia facial, responsável pela Segredo Sorriso, “cuidar da boca é cuidar da saúde integral”. Ela explica que o objetivo da data é conscientizar a população sobre a importância da higiene oral e do acompanhamento profissional regular.
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“Mais do que promover um sorriso bonito, a saúde bucal está ligada à autoestima, à qualidade de vida e ao equilíbrio do corpo como um todo. Pequenas atitudes diárias — como escovar bem os dentes, usar o fio dental e manter visitas periódicas ao dentista — garantem grandes resultados a longo prazo”, afirma.
A especialista lembra que a boca é o ponto de partida da saúde geral. “Tudo o que entra no organismo passa por ela, e desequilíbrios bucais podem ter reflexos sérios em outros órgãos”, explica. Inflamações gengivais e infecções orais, por exemplo, podem liberar bactérias na corrente sanguínea, contribuindo para doenças cardiovasculares, respiratórias e até neurodegenerativas, como o Alzheimer.
“Diversas pesquisas mostram que a saúde bucal está diretamente conectada à saúde sistêmica — por isso, cuidar da boca é um ato de prevenção global e de cuidado com todo o corpo”, completa.
Hábitos simples que fazem diferença
Apesar do acesso crescente à informação, ainda há falhas comuns nos cuidados diários. “O maior desafio está na criação e manutenção de bons hábitos. Muitas pessoas escovam os dentes de forma rápida, esquecem o fio dental ou não trocam a escova no tempo correto”, observa Karla. Segundo ela, também é comum procurar o dentista apenas quando há dor.
“No caso das crianças, é essencial que os pais participem do processo, levando-as ao dentista regularmente e ajudando-as a desenvolver, desde cedo, o hábito de uma escovação eficiente e do uso do fio dental. Cuidar da boca deve ser um gesto automático — assim como lavar as mãos ou tomar banho”, orienta.
Alimentação e saúde bucal caminham juntas
Os hábitos alimentares também exercem papel determinante na saúde dos dentes e gengivas. “O consumo frequente de açúcares e alimentos ultraprocessados alimenta as bactérias causadoras da cárie, enquanto bebidas e alimentos muito ácidos — como refrigerantes, frutas cítricas em excesso e vinagres — podem desgastar o esmalte dental ao longo do tempo”, explica a odontopediatra.
Por outro lado, uma alimentação equilibrada, rica em frutas, verduras, proteínas magras e alimentos com cálcio, fortalece dentes e ossos. “Ela também estimula a produção de saliva, que ajuda a equilibrar o pH da boca e proteger contra a acidez”, acrescenta.
Prevenção: o melhor tratamento
Para Karla, a prevenção é a base de uma vida mais saudável. “Consultas periódicas permitem identificar precocemente qualquer alteração — desde pequenas manchas até inflamações gengivais —, evitando dor, complicações e tratamentos mais invasivos”, diz.
Segundo ela, manter a boca saudável traz reflexos diretos na qualidade de vida. “Quando a boca está saudável, o corpo funciona melhor: mastigamos bem, dormimos melhor, falamos com mais confiança e vivemos com mais disposição e autoestima.”
Fantasias e sorrisos: um atendimento que encanta crianças
Com uma abordagem que une técnica, empatia e ludicidade, Karla encontrou uma forma criativa de aproximar as crianças do universo odontológico. Há cerca de dez anos, ela passou a atender seus pacientes mirins vestida de princesa ou heroína, uma ideia que nasceu de uma experiência pessoal.
Há cerca de dez anos, Karla Magalhães Alves passou a atender seus pacientes mirins vestida de princesa ou heroína
“Tudo começou com o meu filho mais novo, que não queria de jeito nenhum sentar na cadeira do dentista. Criei uma história dizendo que eu era a princesa Branca de Neve e que queria cuidar dos dentes do príncipe dele. Mas ele foi categórico: disse que não gostava de princesas!”, relembra, entre risos.
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A solução veio em forma de fantasia. “Liguei para a costureira dos meus jalecos e pedi que ela confeccionasse um jaleco de herói. Deu super certo! A consulta fluiu com leveza e sem choro”, conta. O sucesso foi tanto que a sacada se transformou em marca registrada do consultório.
“As crianças se sentem seguras e se envolvem na história — e até os adultos entram na brincadeira. Unir técnica, empatia e ludicidade transformou a experiência no consultório em algo mágico e humano ao mesmo tempo."
