
Pacientes renais em casa precisam de cuidado redobrado no verão
Entenda como quedas de energia podem impactar gravemente a vida de pacientes renais que dependem de equipamentos para seu tratamento
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Siga noCom a chegada do verão no Brasil, a incidência de tempestades e os consequentes desligamentos na rede elétrica tornam-se uma preocupação urgente para milhões de brasileiros. Entre os mais afetados estão os pacientes com Doença Renal Crônica (DRC), que dependem de equipamentos vitais, como as máquinas de diálise peritoneal, para filtrar o sangue e garantir sua sobrevivência. A falta de eletricidade pode colocar em risco a vida dessas pessoas e, por isso, a conscientização sobre o tema é essencial.
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A importância da energia ininterrupta para pacientes renais
Pacientes renais, especialmente aqueles que realizam diálise peritoneal em casa, precisam de equipamentos conectados à rede elétrica durante longos períodos. A diálise peritoneal automatizada (DPA) utilizando cicladora elétrica, por exemplo, usa máquinas que operam durante a noite e por isso necessitam de energia elétrica para garantir o tratamento adequado. Uma interrupção prolongada no fornecimento de energia pode comprometer o processo e resultar em sérias complicações de saúde.
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Além disso, pacientes que utilizam ventiladores pulmonares, concentradores de oxigênio e outros aparelhos vitais também dependem de um fornecimento constante de eletricidade. Quando ocorrem tempestades de verão, com frequentes quedas de energia, a segurança desses pacientes é colocada em risco, reforçando a necessidade de planejamento e suporte adequado.
Como garantir a continuidade do fornecimento de energia para pacientes com DRC
As concessionárias de energia elétrica em todo o Brasil oferecem um serviço prioritário para clientes que fazem uso de equipamentos vitais. No entanto, para ter acesso a esse atendimento preferencial em casos de queda de energia, é imprescindível que os pacientes ou seus familiares façam o cadastro na concessionária local, informando a necessidade especial da unidade consumidora. Esse cadastro deve ser acompanhado de um laudo médico comprovando a condição de saúde e a dependência de aparelhos elétricos.
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Equipamentos como concentradores de oxigênio, respiradores mecânicos, aspiradores de secreções e monitores de parâmetros vitais estão entre os dispositivos que se enquadram na categoria de equipamentos vitais. Por isso, é importante que as famílias dos pacientes estejam atentas à realização desse cadastro para garantir uma resposta rápida e adequada das concessionárias em emergências.
"Os pacientes renais que realizam diálise peritoneal em casa enfrentam um risco durante o verão, quando as tempestades e quedas de energia se tornam mais frequentes. A interrupção no fornecimento elétrico pode comprometer tratamentos e resultar em graves complicações de saúde. Por isso, é indispensável que essas famílias façam o cadastro de prioridade junto às concessionárias de energia, garantindo suporte rápido e adequado em casos de emergência. A conscientização e o planejamento são fundamentais para proteger vidas", avalia o nefrologista Edison Souza.
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A FENAPAR lançou recentemente a campanha "Direito à Diálise Peritoneal Domiciliar", que visa informar a população sobre os benefícios da diálise peritoneal realizada em casa e os cuidados necessários para garantir o acesso ao tratamento. A campanha reforça a importância de garantir que todos os pacientes renais tenham acesso às melhores opções de tratamento, incluindo a infraestrutura necessária, como a garantia de fornecimento de energia elétrica, para uma vida com mais qualidade e segurança.
Dados estimados do Censo de Diálise 2023 da Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN) mostram que, dos 160.000 pacientes com DRC do Sistema Único de Saúde (SUS), apenas 3,4% estavam sendo tratados por diálise peritoneal domiciliar no Brasil. Diante deste cenário, a campanha da FENAPAR almeja que este número chegue a 20% de todos os pacientes renais crônicos, em estágio final, em até 5 anos. Para isso, é necessário que haja orçamento adequado e um modelo de financiamento para que esta modalidade se torne mais atrativa para as clínicas de nefrologia.
As tempestades de verão não precisam ser uma ameaça à saúde daqueles que dependem de cuidados contínuos. Com planejamento e a atuação ativa de organizações, é possível garantir que esses pacientes tenham o suporte necessário para enfrentar os desafios trazidos pela estação mais quente do ano.
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