Limitar a atividade física a caminhada e pilates é antigo. Existem várias opções -  (crédito: Freepik)

Limitar a atividade física a caminhada e pilates é antigo. Existem várias opções

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É comum escutar pessoas dizendo que indivíduos com mais de 80 anos têm menos chances de conseguir ganho de massa e força. Mas, o que acontece é que, normalmente, esse grupo de idosos não faz parte de pesquisas nesse sentido.

Estudo publicado no International Journal of Sport Nutrition and Exercise Metabolism, porém, mostrou que o treinamento com exercícios resistidos pode ser aplicado de forma eficaz para aumentar a massa e a função muscular em adultos mais velhos, entre 65 e 75 anos. No entanto, especulou-se que os idosos acima de 85 anos responderiam menos aos benefícios desses exercícios.

A ideia da pesquisa é comparar o impacto do RET (exercícios resistidos) na massa e função muscular em idosos saudáveis de 65 a 75 anos versus idosos acima de 85 anos.

Para tal, os estudiosos submeteram 17 idosos homens e mulheres saudáveis de 65 a 75 anos e 12 acima de 85 anos a 12 semanas de exercícios de corpo inteiro (três vezes por semana), usando máquinas, como lat pulldown, conhecido no Brasil como pulley ou puxador para costas, e extensão de pernas. As sessões eram supervisionadas e os pesos giraram em torno de até 80% de sua força total. O grupo respondeu bem aos exercícios e, além do comparecimento e comprometimento, as contusões foram raras.

Como resultado, observou-se que os idosos de 85 anos acumularam mais força e massa, em termos relativos, do que o grupo mais jovem, acrescentando uma média de 11% à massa muscular e 46% à força, contra 10% mais músculo e 38% mais força entre os voluntários mais jovens. Também melhoraram a capacidade de se levantar da cadeira e se movimentar em cerca de 13%, contra 8% nos grupos mais jovens, em um dos testes feitos pela equipe.

Nunca é tarde para começar

Segundo o médico ortopedista especialista em coluna e diretor do  Núcleo de Ortopedia e Traumatologia de Belo Horizonte (NOT), Daniel Oliveira, pesquisas como essa reforçam o que os estudiosos e profissionais da saúde têm sido enfáticos em afirmar: o quão necessário é a propagação da importância da atividade física ao longo da vida e, principalmente, à medida do envelhecimento. 

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“Os exercícios de força e resistência são fundamentais para pessoas com 70 anos ou mais, especialmente quando se trata da prevenção de problemas musculoesqueléticos, na melhoria da mobilidade e na promoção da qualidade de vida nessa faixa etária, bem como a saúde da coluna vertebral.”

Segundo Daniel, com o envelhecimento, há uma tendência natural de perda de massa muscular, conhecida como sarcopenia. Exercícios de musculação ajudam a combater esse processo, fortalecendo os músculos do corpo e ao redor da coluna vertebral, proporcionando, assim, suporte estrutural e a estabilização da estrutura.

“Nós reduzimos o risco de quedas e fraturas, já que músculos fortes proporcionam equilíbrio e coordenação, fatores essenciais para prevenir acidentes, tão comuns em idosos, melhoramos a flexibilidade e mobilidade, bem como estimulamos a densidade óssea, ajudando na prevenção da osteoporose. Isso é especialmente relevante para a saúde da coluna, pois ossos mais fortes significam maior suporte para a estrutura vertebral.”

Bom para o organismo como um todo

Simone de Paula Pessoa Lima, geriatra da empresa especializada em home care, Saúde no Lar, reforça que os exercícios desempenham um papel crucial na promoção da saúde global e no envelhecimento ativo.

“Promove a independência funcional, fazendo com que o idoso tenha a capacidade de realizar atividades do dia a dia como levantar-se, caminhar e subir escadas, ajuda na gestão e controle de condições crônicas como osteoartrite, diabetes e doenças cardíacas.”

Além dos benefícios físicos, a prática de exercícios, segundo a geriatra, também é benéfica para a saúde mental. “Estudos mostram que atividades físicas regulares estão associadas a uma melhor função cognitiva, redução do estresse e melhoria do humor.”

É importante, porém, personalizar os programas de exercícios para atender às necessidades individuais, considerando limitações físicas e condições médicas específicas.

“Cada pessoa é única em termos de condições de saúde, capacidades físicas e preferências. Hoje, temos inúmeros profissionais educadores físicos que se especializam nesse público exatamente para entregar um plano de atividades exclusivo com melhores resultados.”

Limitar a atividade física a caminhada e pilates é muito antigo. Existem várias opções como hidroginástica, natação, dança de salão, beach tênis, entre outros.