O vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ) foi às redes sociais, na manhã desta quarta-feira (26/11), para criticar aliados que, segundo ele, passaram a discutir a sucessão presidencial de 2026 enquanto o Supremo Tribunal Federal (STF) determinou a prisão definitiva do ex-presidente Jair Bolsonaro. Sem citar nomes, Carlos afirmou que antecipar o debate eleitoral em meio ao agravamento da situação jurídica do pai representa um “absurdo político”.

“Discutir sucessão presidencial enquanto os maiores absurdos políticos se acumulam contra o maior líder do país, e enquanto heróis nacionais são presos de forma ilegal, é compactuar com a covardia e a tortura que esse regime impõe a milhares de brasileiros inocentes”, escreveu.

Para ele, aceitar essas movimentações significa permitir que a “Coreia do Norte deixe de ser apenas uma ‘irmã ideológica’ para se tornar o espelho oficial do Brasil”.

A reação expõe o incômodo da família com movimentos recentes de governadores e lideranças da direita que buscam ocupar o espaço deixado por Bolsonaro para 2026. As articulações envolvem nomes como Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), Romeu Zema (Novo-MG), Ratinho Júnior (PSD-PR) e Ronaldo Caiado (União-GO), cujas movimentações já geram atritos desde o início do ano.

Em reunião da bancada do Partido Liberal, Michelle Bolsonaro pediu que aliados evitassem antecipar a discussão eleitoral.

Carlos já havia reclamado do que considera “oportunismo”. Em agosto, um dia após Zema lançar sua pré-candidatura, o vereador publicou críticas indiretas a governadores que, segundo ele, demonstravam mais preocupação com projetos pessoais do que com a situação enfrentada pelo pai, na época, em prisão domiciliar e réu no Supremo por liderar a trama golpista de 2022. Ele também acusou pré-candidatos de ignorarem aliados e condenados pelos atos de 8 de janeiro.

Até agora, Zema e Caiado oficializaram a intenção de disputar o Palácio do Planalto. Eduardo Leite (PSD-RS) e Ratinho Júnior (PSD-PR) também manifestaram interesse, mas aguardam posicionamento das siglas. Tarcísio, apontado como principal herdeiro político de Bolsonaro, mantém silêncio público sobre a candidatura.

A prisão definitiva do ex-presidente deve ampliar a pressão sobre a direita e intensificar a disputa interna pelo comando do campo bolsonarista em 2026.

Prisão de Bolsonaro

O ministro Alexandre de Moraes decretou, ontem a prisão definitiva do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que passa a cumprir, em regime fechado, a pena de 27 anos e 3 meses imposta pela condenação por tentativa de golpe de Estado

Bolsonaro, que já estava detido preventivamente na Superintendência da Polícia Federal (PF) em Brasília (DF), permanece na unidade, agora como condenado, após o STF confirmar por unanimidade o trânsito em julgado do processo, decisão que esgota qualquer possibilidade de recurso.

Além dele, militares da cúpula das Forças Armadas e ex-integrantes do primeiro escalão do governo também começaram a cumprir pena.

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