Bruno Engler chama Moraes de 'endemoniado' ao criticar prisão de Bolsonaro
Parlamentar afirma que Moraes transformou prisão de Bolsonaro em um 'cala boca' contra manifestações e orações
compartilhe
SIGA
O deputado estadual Bruno Engler (PL-MG) voltou a atacar o ministro Alexandre de Moraes ao comentar a prisão preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro, detido desde 22 de novembro por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF). Em vídeo publicado nas redes sociais, o parlamentar classificou a decisão como “inacreditável” e afirmou que o ministro estaria “endemoniado” ao reagir à vigília de oração convocada por aliados na porta da casa de Bolsonaro.
Leia Mais
Segundo Engler, a prisão do ex-presidente teria sido motivada pelo fato de seu filho e senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) ter chamado apoiadores para orar em frente à residência da família. “Nós temos um pai preso porque o filho chamou as pessoas para orarem por ele na porta de sua casa”, disse. “Alexandre de Moraes, demonstrando mais uma vez todo o seu desprezo pelas leis brasileiras, pune Jair Bolsonaro pela ação de terceiros.”
O deputado afirmou ainda que a decisão representa um “cala boca” contra manifestações políticas e religiosas. “Isso é um recado claro. Não critiquem, não se manifestem, não orem. Acabou a liberdade e a democracia no nosso país”, declarou.
No vídeo, Engler elevou o tom ao questionar o comportamento do ministro. “O quão endemoniado o cara tem que ser para ficar tão incomodado com uma vigília de oração ao ponto de mandar prender uma pessoa?”, disse. “É inacreditável.”
A defesa de Bolsonaro, que classifica a detenção como ilegal e desproporcional, já apresentou pedidos de revogação da prisão. O Supremo, por sua vez, afirma que há indícios de reiterada tentativa de obstrução das investigações envolvendo o ex-presidente, o que justificaria a medida preventiva.
Entenda a prisão
O ex-presidente Jair Bolsonaro foi preso na manhã deste sábado (22/11), na casa dele, no Jardim Botânico, em Brasília. Ele está detido agora na Superintendência da Polícia Federal, no Setor Policial Sul, onde aguarda audiência de custódia, marcada para este domingo (23/11).
- Bolsonaro passará por audiência de custódia neste domingo (23)
- Primeira Turma do STF vai analisar decisão de Moraes que prendeu Bolsonaro
A prisão é preventiva, sem prazo determinado, e foi solicitada pela Polícia Federal ao Supremo Tribunal Federal (STF). A Procuradoria-Geral da República (PGR) concordou com o pedido.
A prisão preventiva de Bolsonaro não tem relação direta com a condenação na trama golpista, mas, sim, com a quebra reiterada de medidas cautelares impostas pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Siga nosso canal no WhatsApp e receba notícias relevantes para o seu dia
Segundo os investigadores, o ex-presidente mexeu na tornozeleira eletrônica, violou regras de monitoramento, manteve contatos proibidos e estimulou movimentações políticas mesmo sob restrições.
Defesa
Em nota, a defesa de Jair Bolsonaro afirmou que a determinação da prisão preventiva provocou “profunda perplexidade” por ter sido feita por um “vigília de orações”. Os advogados do ex-presidente ainda afirmaram que vão recorrer da decisão e que a medida cautelar vai na contramão da Constituição Federal, que garante “direito de reunião a todos, em especial para garantir a liberdade religiosa”.
O documento também cita que apesar da decisão apontar “existência de gravíssimos indícios da eventual fuga” o ex-presidente foi preso em sua casa, com tornozeleira eletrônica e sendo vigiado pelas autoridades policiais. “Além disso, o estado de saúde de Jair Bolsonaro é delicado e sua prisão por colocar sua vida em risco.
Veja o que disse a defesa de Jair Bolsonaro, na íntegra
"A prisão preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro, decretada na manhã de hoje, causa profunda perplexidade, principalmente porque, conforme demonstra a cronologia dos fatos (representação feita em 21/11), está calcada em uma vigília de orações.
A Constituição de 1988, com acerto, garante o direito de reunião a todos, em especial para garantir a liberdade religiosa. Apesar de afirmar a “existência de gravíssimos indícios da eventual fuga”, o fato é que o ex-Presidente foi preso em sua casa, com tornozeleira eletrônica e sendo vigiado pelas autoridades policiais.
Além disso, o estado de saúde de Jair Bolsonaro é delicado e sua prisão pode colocar sua vida em risco. A defesa vai apresentar o recurso cabível."