Braga Netto nega ter repassado dinheiro a Mauro Cid
O depoimento foi prestado por videoconferência ao Supremo Tribunal Federal (STF), no âmbito da ação penal que investiga a tentativa de golpe de Estado
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Siga noO general da reserva Walter Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil e candidato a vice-presidente na chapa de Jair Bolsonaro em 2022, negou nesta terça-feira (10/6) ter repassado dinheiro ao tenente-coronel Mauro Cid. O depoimento foi prestado por videoconferência ao Supremo Tribunal Federal (STF), no âmbito da ação penal que investiga a tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.
“Não entreguei dinheiro para ninguém”, declarou Braga Netto, ao ser questionado pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do processo.
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O general também afirmou que não participou e nem apoiaria qualquer plano que envolvesse atentados contra autoridades. "Eu sou um democrata. Eu não iria apoiar um plano que falasse de atentado contra autoridades do Legislativo, do Executivo. Não iria participar de um plano desse”, disse.
Nessa segunda-feira (9/6), Mauro Cid afirmou em depoimento ao STF que recebeu de Braga Netto uma quantia em dinheiro vivo, armazenada em uma caixa de vinho, e repassou os valores ao major Rafael de Oliveira, integrante do grupo de militares conhecido como “kids pretos”. A entrega teria ocorrido no Palácio da Alvorada.
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Segundo Mauro Cid, o valor foi solicitado após tentativas frustradas de obter ajuda financeira do PL para apoiar acampamentos bolsonaristas. De acordo com o delator, Braga Netto apareceu com os recursos após consulta ao partido.
O major Rafael de Oliveira e outros membros das Forças Especiais do Exército são investigados por supostamente integrar o grupo armado que planejava atentados contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes. O plano foi batizado de “Punhal Verde e Amarelo”.
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O depoimento de Braga Netto, que está preso preventivamente por ordem do STF, faz parte da série de oitivas do chamado “núcleo crucial” da suposta trama golpista. A Procuradoria-Geral da República aponta que ele e outros sete réus formaram o grupo central das articulações para impedir a posse do presidente eleito.