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MEMÓRIAS DA DITADURA

BH: ato no antigo Dops cobra criação de memorial e prisão de Bolsonaro

Ato realizado por movimentos sociais também expõe fotos dos mineiros mortos e desaparecidos durante a ditadura militar (1964-1985)

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Movimentos sociais ocupam, nesta terça-feira (1º/4), o prédio que abrigou o Departamento de Ordem Política e Social (Dops), na Avenida Afonso Pena, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte. O ato, segundo os organizadores, homenageia mineiros mortos e desaparecidos durante a ditadura militar (1964-1985) e reivindica a construção do “Memorial dos Direitos Humanos – Casa da Liberdade” no local.

"Esse memorial é um espaço importante para a gente relembrar o que aconteceu durante os 21 anos de ditadura militar. Esse dia 1º de abril relembra justamente essa data, o desaniversário do golpe militar", disse Renato Campos, dirigente do Partido Comunista Revolucionário.

"Estamos reivindicando a instalação desse museu, a abertura, a explicação do governo do Estado de onde está a verba. Além disso, estamos cobrando a participação dos movimentos pelos direitos humanos para participarem da gestão do espaço e também para acompanharem as obras", completa. 

Os manifestantes também pedem a prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), sob acusação de tentativa de golpe de Estado, e expuseram fotos de vítimas da repressão em frente ao edifício.

“Estamos aqui porque os torturadores e ditadores nunca foram punidos. Esses homens, que estupraram, torturaram e cometeram todo tipo de crime contra a humanidade, andam livremente pelo Brasil, como se nada tivesse acontecido. E mais: pensam que podem fazer novamente, como ficou evidente na tentativa de golpe no dia 8 de janeiro de 2023”, diz o manifesto do movimento, que está sendo entregue à população que passa pelo local.

O movimento ainda critica o governador Romeu Zema (Novo), o acusando de não avançar com o projeto do memorial. O prédio foi tombado em 2013, e o projeto do memorial foi lançado em abril de 2018 pelo então governador Fernando Pimentel (PT), com previsão de inauguração para o fim do mesmo ano. No entanto, as obras não avançaram e ainda não há data para a conclusão do espaço.

“Ao negar a memória do nosso povo, Zema se alinha ao que há de mais podre na política nacional”, afirmam os manifestantes. “O DOPS foi inaugurado na Av. Afonso Pena, n° 2351, em 1958 e funcionou até 1989 como local de tortura e cárcere de presos políticos. A criação do memorial nesse prédio foi uma recomendação da Comissão da Verdade em Minas Gerais”, completam.

Os grupos que participam da ocupação cobram que o governo estadual destine recursos para a construção do memorial. A reportagem procurou o governo de Minas e aguarda retorno.

“Estamos aqui porque honrar a memória dos que tombaram na luta contra a ditadura não é apenas recordar o passado, mas manter viva a chama da resistência. Os homens e mulheres que enfrentaram a repressão, que foram perseguidos, torturados e assassinados, não lutaram em vão. Suas vozes ecoam nas ruas, nas ocupações, nas greves, na luta diária do povo contra a exploração e as injustiças”, finaliza o manifesto.

O ato é feito pelo Partido Comunista Revolucionário (PCR), União da Juventude Rebelião, Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas, entre outros. 

O ato é organizado pelo Partido Comunista Revolucionário, União Da Juventude Rebelião, Movimento Correnteza, Movimento Rebele-se, Frente Negra Revolucionária, Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas, Movimento de Mulheres Olga Benário e Movimento Luta de Classes. 

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Em nota encaminhada à reportagem, o Governo de Minas informou, através da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social (Sedese), que segue avançando na adequação do prédio para a criação do Memorial de Direitos Humanos. Segundo a pasta, as etapas administrativas e os projetos museológico e de musealização estão em fase final de elaboração.

O governo também informou que as “reformas emergenciais” já foram concluídas, com melhorias estruturais e nas instalações elétricas e hidrossanitárias do edifício.

A administração estadual também pontuou que avalia a possibilidade de desenvolver projetos culturais no local, dependendo da aprovação de órgãos de preservação do patrimônio histórico.

Leia a nota na íntegra:

O Governo de Minas, por meio da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social (Sedese), reafirma seu compromisso com a preservação da memória histórica e a promoção dos direitos humanos e continua avançando na adequação do edifício histórico do antigo Departamento de Ordem Política e Social (DOPS), em Belo Horizonte, para a criação do Memorial de Direitos Humanos.

Atualmente, estão sendo finalizadas as etapas administrativas, assim como a elaboração e conclusão dos projetos Museológico e de Musealização do Memorial. Vale destacar que reformas emergenciais já foram concluídas para garantir a conservação do local, com melhorias estruturais e nas instalações elétricas e hidrossanitárias do prédio, que foi tombado em 2013, no âmbito municipal, e em 2015, no âmbito estadual.

Além de valorizar ações de defesa de direitos humanos no espaço, o Governo avalia possibilidades de promover projetos culturais no local, dependendo da avaliação junto a órgãos municipais e estaduais de defesa de patrimônio histórico.

A Sedese segue aberta ao diálogo com toda a sociedade mineira, focada no desenvolvimento de políticas públicas que contemplem especialmente a população mais vulnerável, incluindo a preservação e a valorização da importante história de Minas Gerais.

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