FIGURA CONTROVÉRSIA

Morre o empresário Oscar Maroni, fundador do Bahamas Club

Empresário teve trajetória marcada por polêmicas judiciais e conflitos com movimento social

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Morreu na manhã desta quarta-feira (31/12) o empresário Oscar Maroni, aos 74 anos, fundador e proprietário do Bahamas Club, tradicional hotel e clube noturno de São Paulo. A morte foi confirmada por meio de uma publicação na conta oficial do estabelecimento nas redes sociais. A causa não foi divulgada.

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Na nota, o clube prestou homenagem ao empresário. “Oscar viveu intensamente, fiel às suas convicções e à sua liberdade. Mais do que um empresário, foi um homem que marcou seu tempo e deixou uma história que jamais será esquecida. Agradecemos todas as manifestações de carinho e respeito neste momento de dor”, diz o comunicado.

O velório será restrito a familiares e amigos próximos. Em sinal de respeito, o Bahamas Club informou que suspendeu temporariamente suas atividades.

Trajetória e controvérsias

Figura polêmica do empresariado paulistano, Oscar Maroni construiu sua notoriedade à frente do Bahamas Club, inaugurado na década de 1990 e frequentemente citado como um dos mais conhecidos clubes de entretenimento adulto do país. Ao longo dos anos, Maroni se tornou personagem do noticiário policial e jurídico.

Em 2007, ele foi preso em um flat na região de Moema, na zona sul de São Paulo, sob acusação de explorar um prostíbulo e favorecer a prostituição, sendo liberado cerca de um mês depois. O caso deu origem a um longo processo judicial que, em 2011, resultou na condenação do empresário a 11 anos de prisão. Apesar da sentença, ele não chegou a cumprir pena.

Já em 2013, o Tribunal de Justiça de São Paulo revisou a decisão e absolveu Maroni da acusação de favorecimento à prostituição, entendendo que, embora a investigação apontasse supostas irregularidades no funcionamento do estabelecimento, em um país onde a prostituição não é crime, não havia elementos suficientes para sustentar a condenação.

Apoiador declarado do ex-presidente Jair Bolsonaro, Oscar Maroni voltou a ganhar destaque em 2018 ao promover uma festa no Bahamas Club, com entrada e bebidas liberadas, para comemorar a prisão do então ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O evento gerou forte repercussão após o empresário aparecer fantasiado de “irmão Metralha” e realizar uma encenação considerada ofensiva por críticos, em um contexto que incluía imagens do então juiz Sergio Moro e da ministra do Supremo Tribunal Federal Cármen Lúcia.

Conflitos com o MST

Outro episódio envolvendo o nome de Oscar Maroni ocorreu também em 2018, quando o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) ocupou uma fazenda de aproximadamente 1,7 mil hectares pertencente ao empresário, localizada em Araçatuba, no interior de São Paulo. A propriedade, chamada Fazenda Santa Cecília, foi alvo da quarta ocupação do movimento. 

Na ocasião, cerca de 300 integrantes do MST participaram da ação, que tinha como mote a frase “aliciadores não passarão”. Segundo o movimento, a ocupação fazia parte da jornada nacional de lutas pela reforma agrária e lembrava os 22 anos do massacre de Eldorado do Carajás. O MST também alegou que a área já esteve envolvida em ações trabalhistas. 

Família

Nos últimos anos, Oscar Maroni passou a se afastar da vida pública em razão de problemas de saúde. Em 2022, ele revelou ter sido diagnosticado com câncer de próstata e, mais recentemente, enfrentava um quadro de Alzheimer com nível avançado de demência, o que o levou a viver em uma casa de repouso desde o ano passado.

Com a progressão da doença, a condução dos negócios da família passou a ser assumida pelos filhos Aratã e Aruã, que já haviam enfrentado a perda da mãe, vítima de câncer, em 2021.

 

Em entrevistas ao UOL, Aratã relatou que o diagnóstico formal do Alzheimer veio no fim de 2023, embora os sinais da doença já fossem percebidos há cerca de cinco anos. Segundo ele, as limitações cognitivas tornaram o empresário incapaz de tomar decisões e coordenar atividades rotineiras, alterando de forma significativa a dinâmica familiar e profissional.

Antes da confirmação médica, os conflitos decorrentes dessas mudanças levaram os irmãos a se afastarem temporariamente dos negócios. Aratã chegou a permanecer dois anos fora da empresa, período em que empreendeu ao lado da esposa, enquanto Aruã deixou a administração do Bahamas no ano passado.

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A família de Maroni também esteve no centro da atenção por meio de sua filha, Aritana Maroni, que ganhou projeção nacional ao participar de programas como "MasterChef Brasil" e "A Fazenda". Este ano, ela foi presa em flagrante por tráfico de drogas durante o carnaval de Salvador.

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