HONESTIDADE

Restaurante libera 104 clientes sem pagar, e todos acertam a conta depois

Apagão deixou estabelecimento sem luz e internet, impossibilitando pagamentos por cartão ou pix

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Um apagão poderia ter terminado em prejuízo para um restaurante em Morro Reuter (RS), mas acabou virando inspiração no país inteiro. No último dia 5, Restaurante Picada São Paulo, casa de comida alemã às margens da BR-116, ficou sem energia elétrica e internet durante o horário de almoço — e, sem poder cobrar via cartão ou PIX, liberou todos os mais de 100 clientes sem pagamento.

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O que poderia ter terminado em prejuízo de até R$ 12 mil, virou uma história de fé na boa vontade das pessoas: todos os clientes pagaram a conta depois. “A gente acredita no ser humano. Não tinha outra explicação. Era confiar”,  disse o proprietário Silvestre Utzig, em entrevista ao G1.

O restaurante, administrado pela família Utzig, costuma lotar aos domingos com seu espeto corrido e pratos típicos alemães. Naquele dia, o local também recebia o 7º Encontro Gaúcho de GSXF, evento que reuniu mais de 200 motociclistas de cidades como Lajeado, Encantado, Marau, Guaporé e até do estado de Santa Catarina.

Por volta das 11h45, quando cerca de 80 pessoas já estavam almoçando, a luz acabou de repente. Sem energia, equipamentos como churrasqueiras rotativas e fritadeiras elétricas pararam de funcionar. Mesmo assim, a equipe seguiu servindo, improvisando o preparo manual e mantendo o atendimento.

“Queríamos restabelecer a luz para atender bem e dar condições aos colaboradores. O dia estava quente, o ambiente ficou abafado, mas ninguém deixou de ser atendido”, contou Ana Júlia Utzig, filha de Silvestre, ao portal da Globo.

Além da queda de energia, outro problema complicou a situação: no local não há sinal de celular — o ponto mais próximo com cobertura fica a cerca de 150 metros do restaurante. Sem internet, não havia como processar pagamentos nem entrar em contato com a concessionária de energia.

A solução encontrada pela família foi simples e corajosa: anotar nome, telefone e valor de cada cliente nas comandas e liberá-los para ir embora. “Reter o pessoal não era uma alternativa. A gente confiou que pagariam”, relembrou Ana Júlia.

Honestidade que surpreendeu

Segundo o restaurante, metade dos 104 pagamentos foi realizada ainda no mesmo dia, assim que os clientes chegaram em áreas com sinal. O restante foi sendo quitado ao longo da semana, sem necessidade de o estabelecimento cobrar as pessoas. Nenhum cliente deixou de pagar.

Entre os presentes estava Marcelo Brigido, presidente de um grupo de motociclistas que confraternizava no local. Ele ajudou a organizar os pagamentos e garantiu aos donos que ninguém sairia sem quitar a conta.

“Conversei com eles e sugeri que anotassem nome e telefone na comanda e passassem o PIX depois. Fui mesa por mesa, e todos concordaram. Se alguém não pagasse, eu mesmo me responsabilizaria”, relatou Brigido.

Ele destaca o comportamento exemplar do grupo e o esforço da equipe do restaurante. “Todos se colocaram no lugar deles. Vimos o esforço para atender bem, mesmo sem energia, fazendo churrasco no braço. Foi uma lição de empatia”, salientou. 

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“Foram horas de apreensão, mas também de aprendizado. A gente viu que ainda existe muita gente boa por aí. Todos pagaram, e a gente só pode agradecer”, destacou Silvestre.

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