A Páscoa, uma das datas mais significativas do calendário cristão, será celebrada no domingo, dia 20 de abril. Embora seja amplamente conhecida por seus símbolos, como ovos de chocolate e coelhos, sua origem remonta a tradições milenares, tanto judaicas quanto pagãs, sendo ressignificada ao longo dos séculos pelo cristianismo.
De onde vem a Páscoa?
A origem da Páscoa está enraizada na tradição judaica. Chamada de Pessach (que significa “passagem”, em hebraico), ela relembra a libertação do povo hebreu da escravidão no Egito, por volta de 1300 a.C. Segundo o livro do Êxodo, Deus ordenou que cada família sacrificasse um cordeiro e marcasse a porta com seu sangue para que o anjo da morte “passasse por cima” de suas casas - daí o nome da celebração.
Com o tempo, o cristianismo incorporou essa festividade e a adaptou ao seu próprio contexto espiritual. A crucificação e a ressurreição de Jesus Cristo, narradas nos Evangelhos, aconteceram justamente durante a celebração do Pessach. Para os cristãos, a ressurreição simboliza a vitória sobre a morte e o pecado, tornando a Páscoa o pilar central da fé.
A data da Páscoa e sua definição
Diferente de outras datas religiosas fixas, como o Natal, ela é uma celebração móvel. Sua definição segue um cálculo milenar, estabelecido pelo Concílio de Nicéia em 325 d.C.
Segundo a tradição eclesiástica, a festa acontece no primeiro domingo após a primeira lua cheia que ocorre após o equinócio da primavera (no hemisfério norte). Isso faz com que a data varie entre os dias 22 de março e 25 de abril. Em 2025, a celebração cairá em 20 de abril.
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Tradições e símbolos
Além do aspecto religioso, a celebração também carrega traços de antigas festas pagãs europeias, principalmente aquelas ligadas à chegada da primavera. Povos germânicos e celtas cultuavam a deusa Eostre (ou Ostara), símbolo da fertilidade e do renascimento da natureza.
Dela vêm elementos como o coelho - animal conhecido por sua alta capacidade reprodutiva - e os ovos decorados, que simbolizam a renovação da vida.
Esses símbolos foram incorporados à tradição cristã ao longo da Idade Média, quando a Igreja procurava facilitar a conversão de povos pagãos, absorvendo costumes e os transformando em parte da religião.
Quaresma e Semana Santa
Para os católicos, a preparação espiritual para a Páscoa começa com a Quaresma - um período de 40 dias de reflexão, penitência e jejum, que se inicia na Quarta-feira de Cinzas. Essa jornada culmina na Semana Santa, que recorda os últimos dias da vida de Jesus: do Domingo de Ramos (sua entrada em Jerusalém) até o Domingo da Ressurreição.
Durante esse período, missas, procissões e encenações da Paixão de Cristo são realizadas em várias partes do mundo, especialmente no Brasil, onde a fé e a tradição popular caminham lado a lado.
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Páscoa hoje: entre o sagrado e o comercial
Se no passado a data era marcada por celebrações noturnas e jejuns, hoje ela também se tornou conhecida por encontros familiares, troca de ovos de chocolate e brincadeiras como a caça aos ovos.
Esses costumes, populares principalmente na Europa e América do Norte, ganharam força no século XIX e foram espalhados globalmente com o passar do tempo.
Apesar das mudanças e das influências culturais diversas, a essência da Páscoa permanece: um momento de renovação, fé e esperança, seja pela libertação do povo hebreu, pela ressurreição de Cristo ou pela celebração da vida que floresce com a chegada da primavera.