Formada pela UFMG, atua no jornalismo desde 2014 e tem experiência como editora e repórter. Trabalhou na Rádio UFMG e na Faculdade de Medicina da UFMG. Faz parte da editoria de Distribuição de Conteúdo / Redes Sociais do Estado de Minas desde 2022
Jacob Hoff e Samantha Wynn Greenston na comemoração do casamento dos dois crédito: Reprodução
Um homem gay e uma mulher hétero se casaramapós oito anos juntos. Não é um relacionamento de fachada e os dois sabem exatamente a orientação sexual um do outro.
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Crescendo gay e sem exemplos de casamentos duradouros em sua família, o ator Jacob Hoff nunca imaginou que um dia diria “sim” no altar — e muito menos com uma mulher. Mas em novembro de 2023, o artista de 31 anos se casou com Samantha Wynn Greenstone, 37, sua parceira de quase uma década.
O casal de Los Angeles, nos Estados Unidos, vive o que chama de “casamento de orientação mista” — uma relação amorosa e monogâmica entre pessoas com orientações sexuais diferentes. Jacob e Samantha afirmam que encontraram o amor mais autêntico de suas vidas.
A história do casal reacendeu um antigo debate sobre os chamados “casamentos lavanda”, uniões entre pessoas de orientações sexuais diferentes. O termo, que surgiu no início do século XX para descrever casamentos de fachada — muitas vezes realizados por artistas e figuras públicas para esconder sua sexualidade —, ganha hoje novos significados. Casos como o de Jacob e Samantha mostram que, em vez de disfarce, esses relacionamentos podem ser baseados em amizade, conexão espiritual e amor genuíno.
Os dois se conheceram em 2015, durante os testes para o musical “Um Violinista no Telhado”, na Califórnia. “Ouvi a risada dela e pensei: quem fez esse som é uma pessoa extraordinária”, contou Hoff ao The Washington Post. Desde o primeiro ensaio, a amizade entre os dois floresceu — e logo se transformou em algo mais profundo.
Cerca de um ano e meio depois, Samantha percebeu que seus sentimentos iam além da amizade. Confusa, ela buscou a ajuda de uma terapeuta energética, que lhe disse que ela e Jacob compartilhavam um “cordão umbilical espiritual”. Aquilo foi o empurrão que faltava. “Perguntei se ele sentia o mesmo — e, para minha surpresa, ele disse que sim”, lembrou.
O relacionamento começou em 2017 e, desde então, o casal vive junto em Los Angeles. “Sou gay e mantenho essa identidade. Mas nosso relacionamento é sobre alma, não sobre gênero”, afirmou Hoff.
Um casamento fora dos padrões
Em novembro de 2024, eles se casaram no Kabbalah Centre, em Boca Raton, na Flórida, em uma cerimônia judaica íntima. Hoff se converteu ao judaísmo antes do casamento. “Queríamos manter as tradições, mas também celebrar nossas personalidades teatrais”, contou ao Business Insider.
Ele entrou ao som de um grito de “O Fantasma da Ópera”, enquanto Samantha caminhou ao altar com “I’ll Never Love This Way Again”, de Dionne Warwick. O casamento incluiu elementos tradicionais, como a chupá (dossel cerimonial) e a ketubah (contrato de casamento judaico), mas teve também momentos irreverentes — reflexo do humor e da cumplicidade que marcam a relação.
Para eles, o amor é real e sem contradições. “Não somos um ‘casamento lavanda’. Nosso relacionamento não é fachada. Somos duas pessoas que se amam profundamente e escolheram viver juntas”, disse Hoff, referindo-se ao termo usado no passado para uniões entre pessoas LGBTQIA+ e heterossexuais motivadas por conveniência social.
Hoff e Greenstone compartilham sua história nas redes sociais, onde acumulam milhares de seguidores e reações — de apoio caloroso a questionamentos intensos. “Queremos normalizar diferentes formas de amar. É libertador falar sobre isso. Faz com que outras pessoas se sintam menos sozinhas”, explicou o homem.
Para Samantha, o relacionamento é também uma forma de ressignificar o que é ser queer. “Eu ainda me identifico como hétero, mas nosso casamento é queer, porque desafia o que a sociedade espera”, afirma.
O psicoterapeuta Joe Kort, especialista em casamentos de orientação mista, revelou, em artigo publicado no NY Times, que histórias como a de Jacob e Samantha estão se tornando mais comuns. “Homens gays podem sentir atração genuína por uma parceira mulher, mesmo se identificando como gays. O amor nem sempre segue as definições tradicionais”, explicou.
Um futuro construído na honestidade
O casal planeja ter filhos e pretende ser completamente transparente sobre a dinâmica familiar. “Quero que nossos filhos saibam desde cedo que o pai deles é gay. Isso será tão natural quanto dizer que ele tem olhos castanhos”, disse Hoff.
“Tudo o que fizemos no nosso casamento foi autêntico e refletiu quem somos. Nosso amor pode não se encaixar em rótulos, mas é verdadeiro. E isso é o que realmente importa”, completou a mulher.
O Ceará voltou a chamar atenção quando o assunto é o amor verdadeiro. Repercutiu na Internet o casamento de Maria do Socorro, de 78 anos, e Antônio Pereira, de 77. Reprodução Arquivo Pessoal
Eles se conheceram no Lar Torres de Melo, em Fortaleza, e a idade não foi obstáculo para a união. O lar tem 200 idosos. Ela chegou em 2021. Ele dois anos depois. E um dia ela tomou coragem para pedir um abraço. Era tudo que ele queria. Reprodução Arquivo Pessoal
Curiosamente também vive no Ceará o casal mais longevo do mundo. A instituição americana LongeviQuest entregou um diploma a Manoel Angelim Dino, de 105 anos, e Maria de Sousa Dino, de 102, que estao casados ha 84 anos! Divulgação LongeviQuest
Eles vivem em Boa Viagem, tambem estao no Livro Guinness dos Recordes, e dizem que o segredo é "cultivar o amor e evitar vícios". No dia 20 de novembro de 2025 eles vão completar Bodas de Carvalho - uma referência à árvore que simboliza solidez e resistência. Divulgação LongeviQuest
Dona Maria acrescenta mais um ingrediente absolutamente necessário quando se trata de manter o matrimônio: "O amor precisa ser cuidado diariamente", diz. Divulgação LongeviQuest
A história do casal começou em 1938 quando ele tinha 20 anos e conheceu Maria, de 17, na cidade cearense de Almeida, onde ela foi buscar rapaduras. Divulgação LongeviQuest
Eles se casaram um ano depois e trabalharam no sertão, cultivando tabaco para sustentar 13 filhos. Nove ainda estão vivos. Divulgação LongeviQuest
A família é bem grande: além dos filhos, eles têm 55 netos, 60 bisnetos e 14 tataranetos. Na foto, um dos netos, que aparece no vídeo de divulgação da LongeviQuest. Divulgação LongeviQuest
Para Manoel Dino, todas as dificuldades foram enfrentadas com uma união permanente que é motivo de orgulho: "A vida era dura, mas valeu a pena. Uma vida de parceria está ligada à ausência de vícios", enfatizou. Divulgação LongeviQuest
Hoje em dia, não é segredo que os casamentos - com raras exceções - duram bem menos do que em tempos passados. No Brasil, Lei do Divórcio existe desde 1977 e, de lá pra cá, as mudanças sociais ampliaram a possibilidade de separação. Um dos fatores determinantes é a evolução da mulher no mercado de trabalho, que lhe dá independência. Imagem de Alexa por Pixabay
Um casamento duradouro é coisa rara. No Brasil, a duração média dos casamentos é de 13,8 anos. E a longevidade das relações varia de estado para estado. Os gaúchos são os mais persistentes, enquanto os acreanos estão na lanterna dos casamentos mais sólidos. Imagem de Myriams-Fotos por Pixabay