Mulher que matou namorado por ele não querer casar é condenada a 18 anos
Crime ocorreu em Ribeirão das Neves, na Grande BH, em dezembro do ano passado; pena será cumprida em regime fechado
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Bianca Larissa Vieira Caldeira, de 23 anos, foi condenada a 18 anos de reclusão em regime fechado pelo assassinato, por envenenamento, do ex-namorado Junio Pereira Barbosa, de 27 anos. O crime ocorreu em 28 de dezembro do ano passado, em Ribeirão das Neves (MG), na Região Metropolitana de Belo Horizonte.
A sentença foi proferida nessa quinta-feira (11/12), durante julgamento realizado na 1ª Vara Criminal e do Tribunal do Júri da Comarca de Ribeirão das Neves. De acordo com o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), o Conselho de Sentença foi composto por seis mulheres e um homem, que acolheram a tese da acusação e consideraram Bianca culpada pelo homicídio.
Segundo as investigações, o crime teria sido motivado pelo fato de a vítima não querer assumir um casamento com a ré. Junio teria desmarcado a data do casamento no cartório em dezembro do ano passado.
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O inquérito da Polícia Civil, conduzido pelo delegado Marcos Ribeiro da Delegacia Especializada em Homicídio de Ribeirão das Neves, concluiu que a namorada teria colocado veneno de rato em uma pizza. O corpo da vítima foi encontrado enrolado em cobertor e lona, preso com fita crepe, em um barracão em construção próximo à casa da autora, que fica no mesmo terreno.
Bianca e Junio tinham um relacionamento que já durava seis anos. Segundo consta no inquérito policial, o delegado relata que “ela, no entanto, não se contentava só com o namoro e queria, de qualquer forma, se casar”.
Segundo a polícia, tratava-se de uma relação doentia, pois Bianca tinha um amante. As investigações mostraram que o relacionamento de Bianca e Junio era conturbado e ela exercia uma forte pressão psicológica no namorado.
Dessa maneira, Bianca conseguiu fazer com que ele marcasse o casamento no cartório para o dia 18 de dezembro do ano passado. “Ela o pressionou e ele acabou aceitando. Foi ao cartório e marcou a data. Mas nem sua família nem a dela tinham sido avisadas, o que aconteceu somente duas semanas antes da data”, relata o delegado Marcos.
Foi Bianca quem comprou as alianças e pagou as taxas de cartório. O despacho do delegado no inquérito também revela que “a vítima se via pressionada a se casar e, dias antes da cerimônia, o casal teve um desentendimento”.
O casal teria tido uma briga cinco dias antes do casamento o que fez com que Junio desistisse do matrimônio. No dia 18 de dezembro, data marcada para a cerimônia, a vítima não compareceu, o que levou a suspeita a iniciar os planos para assassiná-lo.
Bianca perguntou ao amante onde poderia comprar veneno de rato, alegando que precisava matar os bichos que estariam aparecendo em sua casa. O amante a orientou.
A substância, conhecida como chumbinho, foi usada de outra forma por ela. Depois de comprar o veneno, a mulher convenceu o namorado a ir em sua casa, quando ofereceu a ele uma pizza envenenada.
Depois que Junio ingeriu o alimento com chumbinho, segundo o inquérito, Bianca o asfixiou, pois ele estava demorando a morrer. Em seguida, enrolou o corpo com fita adesiva, um cobertor e uma lona, escondendo-o nos fundos de um barracão em construção no mesmo terreno da família dela.
No dia seguinte, Bianca seguiu sua rotina. Com o carro da vítima foi ao cinema com uma prima menor de idade. E contou a essa adolescente, segundo a polícia, toda a ação criminosa. Ao saber que familiares do namorado a procuravam, Bianca abandonou o veículo em outro bairro e retornou para casa. Durante a madrugada, retirou o corpo do local onde o havia escondido e tentou fazer uma cova. Antes do amanhecer, ateou fogo no carro da vítima e voltou para casa.
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