BR-251: por que a 'rodovia da morte' em Minas tem tantos acidentes?
Especialistas apontam os fatores que tornam a estrada uma das mais perigosas do país: do traçado sinuoso à falta de manutenção e imprudência
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A BR-251, que atravessa o Norte de Minas, reafirmou sua reputação como umas das rodovias mais perigosas do estado nessa quinta-feira (4/12) devido a um acidente envolvendo um caminhão e um carro que matou três pessoas na altura do KM 456, no município de Francisco Sá, próximo à entrada de Catuni.
Os três ocupantes do Corsa — o condutor do veículo e mais duas mulheres — tiveram mortes instantâneas. Os corpos ficaram presos às ferragens, sendo retirados e encaminhados para o Instituto Médico Legal (IML) de Montes Claros, onde foram identificados apenas no fim da tarde dessa quinta-feira e liberados para a funerária.
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O motorista da carreta, de 57 anos, que viajava do Mato Grosso para Ninheira, do Norte de Minas, não teve ferimentos. Uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) também esteve no local do acidente.
Números
Em maio de 2025, um acidente deixou nove mortos na BR-251, em Grão Mogol. A estrada, uma das principais vias de escoamento de cargas do país, combina fatores que a transformam em um cenário constante de colisões, muitas delas fatais. Entender por que tantos acidentes acontecem naquela via passa por analisar desde o traçado até o comportamento dos motoristas.
Não há um único culpado, mas sim uma combinação de problemas crônicos. Dados recentes reforçam a gravidade da situação, com 233 acidentes registrados em 2024 e outros 73 apenas no primeiro trimestre de 2025. A rodovia é o elo entre o Nordeste e o Sudeste, o que garante um fluxo diário de milhares de veículos pesados. Essa característica, somada à infraestrutura precária em vários trechos, cria uma armadilha para quem trafega pela região.
O que torna a BR-251 tão perigosa?
Uma série de fatores explica os altos índices de acidentes na rodovia. A maioria deles se arrasta há anos, com soluções que avançam de forma lenta. Os principais pontos que contribuem para o perigo são:
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Traçado sinuoso e pista simples: grande parte da BR-251 tem apenas uma faixa para cada sentido. Em uma região de serra, com muitas curvas fechadas, subidas e descidas íngremes, as ultrapassagens se tornam manobras de altíssimo risco.
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Intenso fluxo de caminhões: por ser uma rota de transporte de cargas, a presença de carretas e caminhões é massiva. A lentidão desses veículos nas subidas gera longas filas e impaciência, incentivando ultrapassagens em locais proibidos.
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Condições da via: buracos, falta de acostamento em diversos pontos e sinalização deficiente ou desgastada são queixas comuns. Em dias de chuva ou neblina, a visibilidade fica comprometida e os riscos aumentam consideravelmente.
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Imprudência dos motoristas: o excesso de velocidade, o desrespeito à sinalização e a fadiga de motoristas que cumprem longas jornadas de trabalho são elementos que potencializam as tragédias. Muitos acidentes são causados por erro humano direto.
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O impacto econômico e social dos acidentes é enorme, com perdas de vidas e prejuízos com cargas. A duplicação de trechos críticos da rodovia é uma promessa antiga e a principal esperança para reduzir a violência no trânsito local. Enquanto as obras não são concluídas em sua totalidade, a BR-251 continua exigindo atenção máxima de quem precisa passar por ela.
Uma ferramenta de IA foi usada para auxiliar na produção desta reportagem, sob supervisão editorial humana.
*Estagiária sob supervisão do subeditor Thiago Prata