Em uma tarde marcada pela fé, fiéis se reuniram neste domingo (23/11) na Catedral Cristo Rei, no bairro Juliana, Região Nordeste de Belo Horizonte (MG), para celebrar a Festa de Cristo Rei do Universo. Neste ano, a data ganha um significado especial: completam-se 100 anos desde que o Papa Pio XI instituiu a solenidade, em 1925, por meio da encíclica Quas Primas, com a proposta de reafirmar a realeza de Cristo diante dos desafios do mundo moderno.

A celebração foi dirigida pelo arcebispo metropolitano, dom Walmor Oliveira de Azevedo, e marcou também o encerramento do ano litúrgico - o modo com o qual a Igreja organiza e celebra os mistérios da fé ao longo de cada ciclo anual. Como acontece tradicionalmente no último domingo do Tempo Comum, a Festa de Cristo Rei recorda aos fiéis que Jesus reina não pelo poder terreno, mas pelo amor, pelo serviço e pelo sacrifício.

A solenidade teve como tema "Do Trono da Cruz nasce a nossa Esperança" Ramon Lisboa/EM/D.A Press
A Arquidiocese organizou um Tríduo entre os dias 20 e 23 de novembro, com missas, reza do terço, vésperas e procissão com a Cruz do Jubileu da Esperança Ramon Lisboa/EM/D.A Press
Dom Walmor, em sua homilia, destacou a relevância atual da realeza de Cristo Ramon Lisboa/EM/D.A Press
A data carrega ainda um significado especial em 2025: são 100 anos desde que a festa foi instituída pelo Papa Pio XI Ramon Lisboa/EM/D.A Press
A solenidade teve como tema "Do Trono da Cruz nasce a nossa Esperança" Ramon Lisboa/EM/D.A Press
A cerimônia foi dirigida pelo arcebispo metropolitano, dom Walmor Oliveira de Azevedo Ramon Lisboa/EM/D.A Press
Fiéis se reuniram, neste domingo, na Catedral Cristo Rei, para celebrar a Festa de Cristo Rei do Universo Ramon Lisboa/EM/D.A Press
Fiéis se reuniram, neste domingo, na Catedral Cristo Rei, para celebrar a Festa de Cristo Rei do Universo Ramon Lisboa/EM/D.A Press
A data carrega ainda um significado especial em 2025: são 100 anos desde que a festa foi instituída pelo Papa Pio XI Ramon Lisboa/EM/D.A Press
Com a Festa de Cristo Rei, a Igreja Católica encerra seu ano litúrgico e inicia a preparação para o Advento, um período de espera pelo Natal Ramon Lisboa/EM/D.A Press

Entre os fiéis, estava a fisioterapeuta Dayane Priscila, de 31 anos, que participou da solenidade ao lado da mãe, Maria Aparecida da Silva, de 54 anos. "É a primeira vez que participo da festividade e foi uma experiência muito especial. Me senti acolhida e senti uma energia maravilhosa de todos os que estavam presentes. Para mim, essa celebração representa união da comunidade. Estou muito feliz de fazer parte deste momento e sentir de perto o amor de Deus”, relata.

Dayane Priscila (esq.) participou da solenidade pela primeira vez, ao lado da mãe, Maria Aparecida da Silva (dir.)

Ramon Lisboa/EM/D.A Press

Vida nova

Como preparação para a solenidade, a Arquidiocese promoveu um Tríduo entre os dias 20 e 23 de novembro, com missas, oração do terço, vésperas e procissão com a Cruz do Jubileu da Esperança. A missa solene deste domingo teve como tema “Do Trono da Cruz nasce a nossa Esperança”, destacando que a cruz, mais do que símbolo de sofrimento, é fonte de reconciliação e vida nova.

Ao fim da celebração, foram abençoadas e lacradas mensagens de fé e esperança em uma “cápsula do tempo”, que deverá ser aberta no futuro, representando a continuidade da espiritualidade através das gerações.

“A importância é de espalhar e vivenciar esse amor tão lindo que Deus tem por nós. É um momento de gratidão pelo Cristo que quis ser como nós e que, mesmo no alto da cruz, demonstra todo seu amor. Amar até o fim. Este ano estava um pouco vazio, mas graças a Deus estive aqui com minha filha, marcando presença e estando com Aquele que é a razão de tudo”, afirmou Cristiane Marques Mendes de Oliveira, 44 anos, agente de Combate a Endemias da PBH, acompanhada da filha Beatriz Marques Mendes, de 9 anos.

Cristiane Marques estava junto da filha Beatriz, de 9 anos; segundo ela, o evento 'é um momento de gratidão pelo Cristo que quis ser como nós'

Ramon Lisboa/EM/D.A Press

Cristo Rei

Em artigo recente, dom Walmor refletiu sobre o sentido contemporâneo da festa. Para ele, embora o contexto de sua criação tenha carregado elementos triunfalistas próprios da época, sua essência permanece urgente. “O mundo sofre com cenários vergonhosos de pobreza extrema, disputas sanguinárias na política e esgotamento perverso no meio ambiente. Reconhecer e refletir sobre a realeza de Cristo pode ajudar a encontrar soluções para esses graves problemas”, escreveu o arcebispo.

Ele destacou ainda que celebrar Cristo Rei é assumir um compromisso transformador: “É um convite a uma espiritualidade de comunhão, para modificar critérios, juízos e escolhas, tendo como prioridade a construção de cenários de igualdade, mais humanizados.” 

Segundo dom Walmor, Cristo Rei é a expressão plena do amor do Pai, “que amou tanto o mundo a ponto de lhe dar o Seu Filho Amado, fazendo da cruz o altar da oferta amorosa de Cristo”. O reinado de Jesus, afirma, é uma verdadeira “escola de reconciliação”, que nos chama a “não viver para si mesmo, mas para Ele que morreu por todos”.

A universitária Maria Clara, de 19 anos, participou da celebração com sua família e destacou a beleza e o clima de devoção do momento. “A festa estava lindíssima, marcada por muita fé. O altar, cheio de flores, estava maravilhoso. A homilia do bispo foi muito importante, a igreja estava cheia. Depois ainda teve um almoço na própria Catedral, que estava divino. Em momentos assim, a família não pode ficar de fora”, contou.

A universitária Maria Clara, de 19 anos, participou da celebração com sua família

Ramon Lisboa/EM/D.A Press

Celebração no Vaticano

No mesmo dia, no Vaticano - Roma, o Papa Leão XIV presidiu a Santa Missa da Solenidade de Cristo Rei na Praça São Pedro, diante de 60 mil fiéis reunidos para o Jubileu dos Coros. O pontífice destacou a importância do canto na vida espiritual. “As grandes civilizações nos deram a música para expressarmos aquilo que sentimos no fundo do coração e que nem sempre as palavras conseguem transmitir”, afirmou, citando Santo Agostinho: “O canto é próprio de quem ama.”

O Papa Leão XIV presidiu a Santa Missa da Solenidade de Cristo Rei na Praça São Pedro, diante de 60 mil fiéis

Vaticano News/Reprodução

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Segundo o papa, o canto litúrgico é um modo de elevar a Deus a oração e o louvor, ajudando a edificar espiritualmente a comunidade. Também neste domingo, o Papa publicou a Carta Apostólica In unitate fidei, por ocasião dos 1700 anos do Concílio de Niceia, reforçando o apelo à unidade entre os cristãos às vésperas de sua viagem apostólica à Turquia. 
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