Avenidas de BH terão faixa exclusiva para motos até março de 2026

A BHTrans deverá implantar faixas de circulação para motocicletas em um trecho de aproximadamente 8 km da Via Expressa, que abrange as avenidas Teresa Cristina e Presidente Juscelino Kubitscheck. As faixas, que serão demarcadas nos dois sentidos da via, fazem parte de um estudo experimental, cuja implementação precisará ocorrer até o dia 31 de março de 2026.

• BH: obra trava trânsito na Av. Cristiano Machado nesta quinta (2/10)
• Incêndio na Avenida Vilarinho: manhã é de trânsito lento em Venda Nova
  

As diretrizes para a implantação das faixas para motocicletas estão descritas pela Portaria nº 753, de 25 de setembro de 2025, da Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran), do Ministério dos Transportes, à qual o Estado de Minas teve acesso. O documento ainda aguarda publicação oficial. 

Além do prazo para a implantação, a portaria estabelece outras diretrizes, como o dimensionamento das faixas, que devem ter largura mínima de 1,10 metro em trechos nos quais a velocidade máxima é de 50 km/h e de 1,20 m onde a velocidade permitida for de 60 km/h. A demarcação será com linhas azuis. 

Outra exigência constante na portaria é o levantamento mensal de sinistros envolvendo motocicletas no trecho, em ambos os sentidos de tráfego, bem como a contagem da quantidade de veículos que estiverem utilizando as faixas.

Tais dados deverão ser apresentados com os similares dos últimos cinco anos no mesmo trecho - antes, portanto, da implantação das faixas. A BHTrans também precisará fazer pesquisas de opinião com as impressões dos usuários. Todas essas informações precisarão ser entregues em um relatório, após o término do estudo experimental.

O que diz a BHTrans

Procurada pelo Estado de Minas, a BHTrans não revelou qualquer informação sobre o projeto na Via Expressa. O órgão limitou-se a dizer que "a implantação de motofaixa depende de autorização da Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran)." 

"Questão de segurança"

Para Robert Gonçalves Júnior, de 40 anos, que trabalha há 20 anos como motoboy e é atuante por melhores condições funcionais para os motociclistas profissionais, a implantação das faixas exclusivas será benéfica para o trânsito.  "Vai ser um ganho para a categoria, um avanço. Já deu certo na cidade de São Paulo, inclusive", avalia. 

• Tarifa Zero: projeto de lei é reprovado em primeiro turno na Câmara de BH
• Grande BH registra manhã de acidentes em rodovias federais

"O motociclista fica ali, no seu limite de segurança, dentro da faixa, segue seu trajeto tranquilo; o carro mantém distância", opina. "Tudo que é questão de segurança", complementa Júnior. Ele destaca que rodou recentemente em uma motofaixa em Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, e aprovou o resultado: "achei bem legal, bem seguro, gostei demais", conclui. 

Mortes no trânsito em alta

A implantação das faixas exclusivas em Belo Horizonte ocorrerá em um momento de alta nas mortes de motociclistas. De acordo com dados do Atlas da Violência 2025, divulgado no último mês de maio, os óbitos envolvendo condutores de motos aumentaram em 12,5%, passando de 12 mil, em 2022, para 13,5 mil em 2023, ano mais recente incluído no levantamento.

Siga nosso canal no WhatsApp e receba notícias relevantes para o seu dia

As informações de 2023 indicam que as motos estão envolvidas em 38,6% dos acidentes fatais no Brasil. São 6,3 mortes por grupo 100 mil habitantes. De acordo com o anuário, foram registradas 34,9 mil ocorrências com mortes no trânsito em 2023, ante 33,9 mil no ano anterior. Proporcionalmente, o país alcançou a marca de 16,2 óbitos para cada 100 mil pessoas. (Com informações da Agência Brasil)