Implantação do Move Amazonas é transferida para 2030, diz Prefeitura de BH
Projeto de melhorias no trânsito inclui corredores exclusivos e estações acessíveis
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Motoristas e usuários que trafegam diariamente pela Avenida Amazonas, uma das vias mais movimentadas de Belo Horizonte, terão que esperar ainda mais para as melhorias prometidas no trânsito. A implantação do sistema Move Amazonas, previsto para entrar em operação em 2028, foi adiada para 2030.
A mudança no cronograma foi confirmada pelo superintendente da Superintendência de Mobilidade de Belo Horizonte (Sumob), Rafael Murta, que afirmou, nesta segunda-feira (11/8), durante apresentação dos estudos preliminares, que o projeto ainda está em fase de levantamento técnico e desenvolvimento dos projetos de infraestrutura.
“Queremos qualificar todo o entorno da Avenida Amazonas e da Região do Barreiro, com faixas exclusivas, estações acessíveis e, principalmente, reduzir o tempo de deslocamento”, destacou Murta.
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O investimento previsto para as obras era de US$ 100 milhões, sendo US$ 80 milhões via financiamento do Banco Mundial (BIRD) e US$ 20 milhões aportados pelo município. Atualmente, a etapa de elaboração dos estudos e projetos conta com investimento de R$ 19 milhões.
Mobilidade na capital
A capital enfrenta grandes desafios de mobilidade urbana provocados pelo aumento expressivo no número de veículos, que, segundo a prefeitura, já chega a cerca de 2,6 milhões mais veículos do que habitantes, com uma média de 1,11 veículo por pessoa.
Nesse cenário, a Avenida Amazonas se destaca como um dos principais corredores da cidade, concentrando o maior volume de ônibus e passageiros. São mais de 100 linhas municipais e metropolitanas que realizam mais de 12 mil viagens diárias, reforçando a importância estratégica do corredor para o transporte público de Belo Horizonte.
Objetivos do projeto e extensão do sistema
O projeto contempla a implantação de tratamentos viários e equipamentos urbanos nas vias que compõem o escopo, com o objetivo de priorizar a circulação dos ônibus municipais e metropolitanos no sistema viário, além de oferecer conforto e segurança nos locais de embarque e desembarque, incluindo acessibilidade.
De acordo com os Termos de Referência da contratação, os objetivos são garantir prioridade ao transporte coletivo; aumentar a velocidade operacional dos ônibus; reduzir o tempo dos passageiros dentro do veículo; melhorar a caminhabilidade; permitir maior fluidez na circulação dos ônibus; racionalizar a operação com otimização da frota; reduzir custos; facilitar a integração com outros modos de transporte; e promover o uso justo e racional dos espaços urbanos.
O sistema abrange 39,7km de vias unidirecionais, dos quais 8,64km (21%) correspondem às avenidas Amazonas e Olegário Maciel, que receberão o Bus Rapid Transit (BRT). Os demais 31km são vias de acesso às regiões do Barreiro e Contagem (Distrito Industrial).
Nessa extensão, 8,65km de vias contíguas aos eixos de transporte coletivo, denominados "Bolsões de Caminhabilidade", receberão tratamentos urbanísticos, paisagísticos e de acessibilidade para facilitar a mobilidade ativa da população.
Sobre esses bolsões, o superintendente Rafael Murta explica que, embora já estejam mapeados, faltam os projetos específicos para cada localidade. “A gente tem os locais mapeados, que são conexões da Amazonas com o metrô, próximo da Cabana, no Barro Preto, no Barroca, para que haja tratamento de mobilidade ativa para levar as pessoas até o corredor”, detalhou.
Participação popular e próximos passos
A reunião da Comissão Regional de Transportes e Trânsito (CRTT), realizada no auditório JK da Prefeitura, às 8h30, também serviu para ouvir sugestões da população sobre o sistema, que terá a Avenida Amazonas como eixo central, com estações de embarque em nível, estações de transferência e intervenções viárias que priorizam o transporte coletivo.
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Atualmente, o projeto está na fase de estudos de transporte. Consultorias contratadas levantam dados sobre fluxos de passageiros, origens e destinos, para definir a rede futura, incluindo quais linhas serão diretas e quais terão paradas intermediárias. Segundo Murta, “os projetos ficam prontos até o fim de 2026, 2027 é a fase de licitação e depois obras em 2028 e 2029 para inauguração da operação em 2030”.