Segurança pública

Região Central de Minas concentra criminalidade no estado

Região Central reúne quase 60% da população do de Minas e proporções ainda maiores de crimes violentos, com 76,7% do total, entre eles homicídios, com 64,7%

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Concentrando 12.174.065 habitantes, ou 59,2% da população de Minas Gerais, os municípios em estudo na Região Central registraram a maior parte da violência ocorrida no estado em 2024. Do total estadual de 32.322 crimes violentos, 24.805 (76,7%) ocorreram nessas localidades, que também somaram 1.792 vítimas de homicídio (64,7%) das 2.769 registradas em Minas Gerais.


Os 72 municípios analisados pela reportagem apresentaram uma taxa de criminalidade violenta de 203,7 por grupo de 100 mil pessoas, quase 30% acima do índice médio mineiro (157,3/100 mil). Em relação aos homicídios, a taxa nessas cidades da Região Central é de 14,7 por 100 mil, superando em aproximadamente 10% a taxa estadual de 13,4 por 100 mil.


A tipologia de crimes violentos definida pela Sejusp compreende a extorsão mediante sequestro, juntamente com as modalidades tentadas ou consumadas de estupro, extorsão, homicídio (baseado em ocorrências, não em quantitativo de vítimas), roubo, além de sequestro e cárcere privado. Contudo, nos municípios cuja população ultrapassa 50 mil moradores, os roubos são responsáveis por 64,1% da incidência de crimes violentos, sendo o delito específico de maior impacto nesse índice geral de violência.


A análise de ocorrências da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Públca (Sejusp) para municípios entre 50 mil e 100 mil moradores baseia-se em números absolutos. Com menos de 100 mil habitantes, integraram o levantamento do Estado de Minas na Região Central de Minas as cidades de Congonhas (52 mil habitantes), Curvelo (80 mil), Itabirito (53 mil), João Monlevade (80 mil), Mariana (61 mil), Ouro Preto (74 mil), Pará de Minas (97 mil) e São João del-Rei (90 mil).


Em termos de crimes violentos, Curvelo, onde o caminhoneiro Rogério Aleixo foi rendido por ladrões, com seus 158 registros, só perde na região para Itabira (113 mil habitantes), com 166 ocorrências, e Sete Lagoas (227 mil), com 356. Em seguida aparecem Pará de Minas e Mariana, com 119 e 98 registros, respectivamente.


Em relação aos homicídios, Pará de Minas registrou 18 pessoas assassinadas em 2024; Mariana computou 17, enquanto cidades com mais de 100 mil habitantes tiveram menos vítimas, como Barbacena (10) e Conselheiro Lafaiete (9). Apenas Itabira teve os mesmos 18 mortos de Pará de Minas.


Os locais com mais mortes na Região Central foram as vias de acessos públicos (59,5%) e casas (22%), além de bares, lanchonetes e restaurantes (5,4%). Os bairros onde mais pessoas foram assassinadas foram o São Pedro (Barbacena), com 3,1% das vítimas, e o Águas Férreas (São João del-Rei), com 2,4%.


Como se mata


As mortes ocorreram sobretudo por meio de armas de fogo (64,8%), mas também por armas brancas (18,8%), degola (1,2%), e enforcamento (0,6%). Os motivos para se matar foram brigas e atritos (23%), envolvimento com drogas e tráfico (23%), ação de gangues e facções criminosas (13,3%), motivação passional (10,6%) e vingança (10,6%).

Vítimas e matadores não tinham qualquer relação anterior em 50% dos casos, mas se tratavam de amigos ou conhecidos em 28,2%, cônjuges ou companheiros em 6,4%, ex-cônjuges ou ex-companheiros em outros 3,8%.


Criminalidade em geral


Os tipos de crimes violentos que mais ocorreram nesses 12 municípios da Região Central foram o roubo (52,5%), tentativa de homicídio (13,6%), estupro de vulnerável (9,9%), homicídio consumado (7,2%) e o estupro (4,9%).


Esses crimes ocorreram por meio do uso de armas de fogo (43,3%), armas brancas (12,9%), ameaças (7,4%) e agressões físicas sem emprego de instrumentos (7,3%). Os locais onde mais pessoas foram vítimas foram as vias públicas (47,9%), interior das casas (18,6%) e postos de combustível (3,1%). Os bairros mais visados foram o Ondina Vasconcelos (Sete Lagoas), no qual se concentraram 2,5% das ocorrências, e São João (Conselheiro Lafaiete), responsável por 1,5% dos registros.


Observação e combate


A Secretaria de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) de Minas Gerais afirma que as forças estaduais de segurança acompanham diariamente índices de criminalidade nos municípios mineiros, buscando de estratégias integradas que possam reduzir os impactos da ação criminosa, “por meio de ações preventivas, repressivas e ostensivas voltadas para coibir homicídios e demais crimes violentos”.


Segundo a secretaria, destaca-se nessas estratégias o método de Integração da Gestão em Segurança Pública (Igesp), que tem como foco o combate a crimes contra o patrimônio. Análises das estatísticas criminais feitas pelo Observatório de Segurança Pública, identificam as áreas com índices de criminalidade mais altos, conhecidas como “zonas quentes”.


Sobre o combate aos crimes contra a pessoa, sobretudo os assassinatos, a pasta destaca o trabalho repressivo e preventivo da Polícia Militar, com as Patrulhas de Prevenção a Homicídios e a Gestão de Desempenho Operacional (GDO). “São iniciativas voltadas para o mapeamento de locais de ação de infratores, que têm tendência para o acontecimento de crimes, com o objetivo de promover uma repressão qualificada dos atos criminosos”, informa a Sejusp.

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A secretaria acrescenta que a Polícia Civil é responsável pela investigação dos crimes, com integração entre as forças de segurança, o Ministério Público e o Poder Judiciário. A criação da Agência Central de Inteligência da Sejusp – que coordena a inteligência dos órgãos públicos e é a responsável pelo mapeamento de organizações criminosas – é citada como outra iniciativa importante para potencializar e agilizar o compartilhamento de informações contra o crime.


A Sejusp avalia que, para fins de comparação, os municípios devem guardar entre si correlação econômica, social, ambiental, além de ser observada a Região Integrada de Segurança Pública (Risp) à qual cada um pertence. “As Risps são estruturadas com base nos indicadores de criminalidade historicamente acompanhados pela Sejusp, com objetivo de promover um amplo e irrestrito combate à criminalidade no estado, de forma regionalizada”, informa, destacando ainda a importância da colaboração dos municípios.

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