Queijo cabacinha passa a ter regulamentação estadual
Medida vai viabilizar comercialização formal e ampliação de mercados de iguaria típica do Vale do Jequitinhonha
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Siga noO queijo cabacinha, típico do Vale do Jequitinhonha e patrimônio cultural e imaterial de Minas Gerais desde 2023, passou a ter regulamentação própria. Nesta quinta-feira (15/5), o governador Romeu Zema (Novo) anunciou o Regulamento Técnico de Identidade e Qualidade da iguaria em Pedra Azul, que é um dos nove municípios produtores.
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De acordo com o governo estadual, a regulamentação, elaborada por meio da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais (Seapa), beneficiará 160 produtores, que poderão vender formalmente esse típico queijo artesanal mineiro. A Seapa também lançou o Curso de Capacitação Digital em Boas Práticas de Produção e Fabricação do Queijo Cabacinha, que estará disponível na plataforma Semear EAD da secretaria.
A Portaria n° 2.377 do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), responsável por detalhar a regulamentação, foi embasada pela pesquisa coordenada pela Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), em parceria com a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (Emater-MG), a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), a Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ) e o Instituto Federal do Norte de Minas (IFNMG), com recursos de emenda parlamentar.
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"A regulamentação significa valorização desse produto que faz parte da cultura de toda a região. O que nós pretendemos é valorizar aquilo que é a tradição de Minas, que é a produção de queijo, e o cabacinha, até pelo formato, pelo sabor, é um dos mais diferenciados entre os produzidos aqui", declarou Zema.
O secretário de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas, Thales Fernandes, explicou que a regulamentação abre novos horizontes de desenvolvimento e reconhecimento para a iguaria. "Sem um regulamento próprio, era impossível aos produtores habilitar suas queijarias em qualquer sistema oficial de inspeção. Estamos dando mais um passo na valorização dos queijos artesanais de Minas e estimulando a geração de empregos e renda", destacou.
Queijo cabacinha
O Vale do Jequitinhonha foi oficializado produtor do queijo cabacinha em 2014, por meio da Portaria do IMA n° 1.403. Além de Pedra Azul, os municípios de Cachoeira do Pajeú, Comercinho, Divisópolis, Itaobim, Jequitinhonha, Joaíma, Medina e Ponto dos Volantes são produtores. A confecção anual está em torno de 214 toneladas, com presença significativa da agricultura familiar, que responde por mais de 90% das queijarias.
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O queijo, de herança cultural italiana do caciocavallo, é produzido artesanalmente a partir de leite cru, coalho e soro-fermento lácteo, sendo a massa pré-cozida e moldada manualmente no formato de cabaça, fruto da cabaceira.
Produtores comemoram
Em Pedra Azul, o casal Renato e Adriana Rocha trabalha exclusivamente com o queijo cabacinha, a partir da tradição familiar de Adriana. Renato acreditou no negócio e deixou o emprego anterior, e eles arregaçaram as mangas e investiram na atividade.
Os dois construíram a queijaria na propriedade do casal e hoje produzem em torno de 20 queijos por dia. Renato Rocha comemora a regulamentação do sustento da família. "O Queijo Cabacinha está tendo uma visibilidade que nunca teve. Agora, podemos vender nosso queijo para qualquer local, sem o risco de perder. Além disso, vamos poder participar dos diversos concursos".
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(Com Agência Minas)