CAMPANHA DE CONSCIENTIZAÇÃO

Maio Amarelo: óculos de realidade virtual simula como é dirigir alcoolizado

Ação faz parte da campanha que busca a conscientizar sobre os riscos dos acidentes de trânsito causados por embriaguez ou uso de drogas

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Uma ação com óculos de realidade virtual buscou conscientizar as pessoas sobre os problemas causados por dirigir sob influência do álcool e outras substâncias psicoativas. Quem passou pela Praça da Savassi, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte, na manhã desta sexta-feira (9/5) pôde fazer a atividade e tomar um café com os agentes de trânsito.

Em 2024, Belo Horizonte registrou 117 acidentes com vítimas causados por motoristas embriagados. Desse número, cinco batidas resultaram em mortes. Em 2025, em apenas quatro meses, o número de acidentes provocados por condutores embriagados foi de 50. Seis batidas deixaram vítimas em estado grave e/ou inconscientes. Os dados são da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp).

Diante desse cenário, equipes de Educação para a Mobilidade da BHTrans e Coordenadoria Estadual de Gestão de Trânsito (CET-MG) estiveram na Praça da Savassi para divulgar a ação. A atividade consistia em usar um óculos de realidade virtual que simula como é dirigir sob efeito de álcool e sentir os efeitos da bebida no organismo, como a perda de equilíbrio, visão turva e lentidão nos reflexos. Com o equipamento, a pessoa tinha que passar por diversos cones e arremessar uma bola dentro de uma caixa. Apesar de simples, o desafio pegou muita gente de surpresa.

O engenheiro civil Flavio Freitas, de 63, não imaginou que seria tão difícil passar pelo desafio. “Foi legal participar. Não achei que seria tão difícil, tudo muda de lugar. Acho importante a campanha para conscientizar que não pode beber e dirigir”.

As amigas Lucilene da Silva, de 47 anos, e Thayane Natasha, de 36, acharam aprovaram a experiência. “Foi muito legal. Não imaginava que era assim, não estava enxergando nada. É interessante ver e sentir o que o álcool faz com a gente. A gente pensa que está bem e, na verdade, não está”, disse Thayane.

A ação foi ainda mais interessante para Luciene, que já foi atropelada por um motociclista alcoolizado. “Foi há dois anos, no bairro Santa Inês. Eu estava atravessando, o motociclista estava com o farol desligado e eu não vi ele passando, só senti o impacto. Acordei no hospital”.

Luciene quebrou o siso e levou pontos no queixo com o impacto. “O pessoal que viu o acidente segurou o motociclista para ele não fugir. Ele estava alcoolizado. Não acompanhei o processo depois, mas tive muita sorte de não ter sequelas”.

Segundo a gerente de Educação para a Mobilidade da BHTrans Maria Augusta Gatti, a ação foi pensada para que as pessoas percebam os riscos de associarem o álcool com a direção. “O mais importante é que aquelas pessoas que realizam o experimento percebem o tanto que ela perde a visão, perde o equilíbrio e a noção de profundidade. Com isso, a gente consegue conscientizá-la para que ela tenha uma atitude mais responsável no trânsito”.

Maio Amarelo

A ação desta sexta faz parte da campanha do Maio Amarelo, que é realizada durante todo o mês e busca a conscientização para redução de sinistros de trânsito. O tema da campanha é "Desacelere. Seu bem maior é a vida”. A ação ainda enfatiza a empatia, a paciência e o cuidado coletivo como pilares fundamentais para um trânsito mais seguro. Diversas ações educativas e de conscientização serão realizadas ao longo do mês, envolvendo escolas, instituições públicas e privadas, além da sociedade civil.

“Essa semana, estamos mais focados no álcool e direção, mas na semana que vem estaremos com os pedestres para alertar sobre as distrações com equipamentos eletrônicos”, explicou Maria Gatti.

Na noite de terça-feira (6/5), um estudante de medicina de 25 anos morreu ao atravessar a Avenida do Contorno correndo e ser atropelado por um carro. Dante Junior Santos Fontana saia da academia quando foi atingido e, apesar de ser socorrido, morreu no local. O motorista do carro que atingiu Dante e outras testemunhas relataram que o jovem atravessou o canteiro central correndo e passou na frente dos veículos na hora em que o sinal estava verde para os carros. Uma das suspeitas é a possibilidade do estudante estar distraído com o uso de um fone de ouvido na hora da batida, mas o caso ainda está sendo investigado para identificar a causa do acidente.

Na quinta-feira (8/5), quem passou pela Praça da Liberdade, também na Região Centro-Sul de BH, assistiu uma encenação que reproduziu um acidente de trânsito grave, provocado pelo excesso de velocidade, no qual uma vítima fica presa às ferragens e precisa ser desencarcerada. O Corpo de Bombeiros participou da ação.

A simulação teve o objetivo de alertar sobre as consequências do excesso de velocidade nas vias e, ainda, sobre a complexidade dos atendimentos às vítimas de acidentes de trânsito. A ideia também foi chamar a atenção para os danos psicológicos causados pela perda de vidas ou sequelas provocadas pelos sinistros e até recursos humanos e financeiros empregados.

Acidentes

A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), em parceria com o Corpo de Bombeiros, fez um estudo inédito com mais de dois milhões de registros de acidentes de trânsito entre 2019 e 2025. O levantamento mostrou que cerca de 70% dos acidentes ocorrem em áreas urbanas, mas os mais letais estão nas rodovias — onde a chance de morte é 2,7 vezes maior. Homens jovens lideram as estatísticas: 71% das vítimas são do sexo masculino, e 23% têm entre 20 e 29 anos.

A frequência de acidentes cresce a partir de sexta-feira, com pico aos sábados. A mesorregião Metropolitana de Belo Horizonte lidera em número de ocorrências. Já o Norte de Minas tem a maior taxa de letalidade, e a Zona da Mata concentra os acidentes mais graves.

Para o secretário de Estado de Saúde Fábio Baccheretti, os dados reforçam a importância de políticas públicas de prevenção. “O Maio Amarelo é o mês da consciência no trânsito. A SES-MG e o Corpo de Bombeiros fizeram uma análise profunda da dinâmica dos acidentes: onde ocorrem, quais os mais comuns e letais. Isso nos permite direcionar ações integradas com municípios, governo e sociedade”, afirma.

Outro ponto de atenção levantado no estudo são os acidentes com produtos perigosos, que ocorrem majoritariamente nas BR-262, BR-040 e BR-116, durante o dia e em dias úteis, representando risco ampliado para a população e o meio ambiente.

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“Esses dados são estratégicos não só para saúde, mas também para a mobilidade e segurança pública. Por isso, atuamos junto ao DER-MG, localizando zonas quentes, com mais registros, e implementando ações como redutores de velocidade e melhorias nas pistas. Nos municípios, fomentamos medidas como faixas exclusivas para motocicletas, para agir antes que o pior aconteça”, disse Baccheretti.

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