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TENTATIVA DE FEMINICÍDIO

Polícia indicia ex-companheiro de mulher que pulou do segundo andar

Indiciado por tentativa de feminicídio se apresentou na Delegacia de Contagem, mas já havia um mandado de prisão preventiva contra ele

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“Eu não tentei matar minha mulher. Ela pulou do segundo andar do nosso prédio, por problemas pessoais, dela”. Este foi o argumento de Paulo Henrique Oliveira Rodrigues, de 32 anos, que está sendo indiciado por tentativa de feminicídio de Jhenipher Sabriny Gonçalves de Oliveira, de 31 anos, no último dia 12 de fevereiro, em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.

O acusado, segundo a delegada Teresa Damasceno, titular da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam), de Contagem, apresentou-se à delegacia no final da tarde de terça-feira (8/4), onde permanece preso, por haver contra ele um mandado de prisão preventiva. Ele deverá ser transferido para o sistema prisional ainda esta semana.

Passo a passo, a partir do recebimento da denúncia, segundo a delegada, o caso foi sendo reconstruído. “O caso ocorreu no dia 12 de fevereiro, mas somente no dia 24, 12 dias depois, chegou ao nosso conhecimento. A vítima não tinha registrado nenhuma queixa e nem feito um pedido de medida protetiva contra o companheiro”.

Jennifer, segundo a policial, se sentia acuada, por isso, nunca fez uma denúncia. “Ela esteve internada do dia 12 de fevereiro a 3 de março. Ela foi convencida a fazer a denúncia, pela advogada”.

Segundo a delegada, até o dia da denúncia, Paulo Henrique acompanhou Jhenipher no hospital, aliás, foi ele que a levou, uma atitude para tentar fugir à acusação de tentativa de homicídio.

“No dia do crime, o casal havia tido uma discussão, por questões financeiras. Depois da briga, Paulo Henrique pegou uma faca e ameaçou a mulher de matá-la. Com jeito, ela conseguiu acalmá-lo e despistar sua atenção. Foi aí que decidiu pular do segundo andar. Com ela caída, no térreo, vizinhos correram para ajudar, mas Paulo Henrique não permitiu que estes ajudassem. Foi ele que a levou ao hospital”, conta a delegada.

As investigações apontaram que Paulo Henrique, tão logo abandonou a mulher no hospital, fugiu para o Paraguai. Desde então, a vítima passou a ser cuidada por sua família. “Não havia uma certeza, mas Paulo Henrique fugiu. Segundo apuramos, ele esteve no Paraguai”, diz a delegada.

Sequelas

Hoje, Jennifer está numa cadeira de rodas. Ela se recupera de fraturas nos dois braços, da perna direita, do calcanhar esquerdo e na bacia, lado direito.

“Pelo que o médico nos falou, ela voltará a andar, mas isso ainda vai demorar, pois precisará de muita fisioterapia”, conta a delegada Teresa.

A delegada explica, ainda, que a alegação feita por Paulo Henrique, quando do crime, de que Teresa agredia o filho, um adolescente de 15 anos, não procede. “Isso é falso”.

Conselho

Danúbia Quadros, que responde interinamente pelo Deam, reitera a necessidade de que haja uma atenção especial para os casos de agressões a mulheres.

“Com base em números, ela diz: “É muito importante a mulher pedir medida protetiva, ao primeiro sinal de violência por parte do homem. Na primeira ameaça. Não se pode esperar”, diz.

Os últimos números, segundo a delegada Danúbia, são, de 2023, mas que já servem para alertar. Estatísticas apontam que 93% das mulheres vítimas de feminicídio e tentativa nunca denunciaram ou fizeram o pedido de medida protetiva.

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