Mudanças à vista no Festival da Jabuticaba
Prefeitura de Sabará estuda antecipar data para escapar do período chuvoso e criação de circuitos espalhados por toda a cidade para facilitar acesso do público
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Siga noO tradicional Festival da Jabuticaba de Sabará, na Região Metropolitana de BH, pode trazer novidades este ano, em sua 38ª edição. A prefeitura planeja descentralizar a festa de modo que o acesso seja facilitado e o festival, expandido. Outra mudança possível é a antecipação da data do evento que tem como atração a fruta, que costuma acontecer em novembro, período de muita chuva na região.
O festival e os elementos associados à celebração, receitas, modos de fazer, assim como as questões culturais relacionadas à produção e ao consumo da fruta foram considerados como patrimônio imaterial de Sabará.
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“Nos últimos anos, tivemos muito problema com o período chuvoso, então, vamos conversar com os produtores para ver se conseguimos antecipar para outubro, para que a gente tenha menor probabilidade de chuvas”, explica o prefeito Sargento Rodolfo (Republicanos).
“Um dos nossos calcanhares de aquiles hoje é a mobilidade, é conseguir chegar ao festival”
Sargento Rodolfo, Prefeito de Sabará
Outra questão levantada pelo prefeito é a dificuldade de acesso do público ao evento. “Um dos nossos calcanhares de aquiles hoje é a mobilidade, é conseguir chegar ao festival”, avalia. Ele relata que visitantes enfrentaram três horas de engarrafamento ao tentar acessar o evento em uma edição anterior, o que considera altamente prejudicial para o sucesso da festa. Tradicionalmente, o festival é realizado no centro histórico de Sabará e atrai milhares de pessoas.
Com o intuito de melhorar o trânsito e o conforto das pessoas, o prefeito diz ter interesse em realizar o festival da fruta em circuitos espalhados pela cidade, mapeados por um roteiro. A iniciativa também permitiria que o público do evento, reconhecido como patrimônio histórico cultural, pudesse conhecer mais as atrações de Sabará.
Rodolfo acredita também que a realização nesse novo formato pode aumentar o número de produtores e empreendedores que participam do festival. Na edição do ano passado, foram 25 estandes de produtos derivados da fruta. Além disso, com uma melhor distribuição pelo município, o prefeito defende que a capacidade de receber mais pessoas vai aumentar, assim como a repercussão do evento será ainda mais positiva, tornando-o mais atrativo.
Caso a proposta de descentralização do festival seja adotada, a ideia, a princípio, é que o acesso entre os circuitos seja feito por conta do turista. De acordo com o chefe do Executivo de Sabará, pode não ser viável transitar entre os possíveis pontos da festa de transporte público ou até mesmo a pé.
No entanto, o novo formato, por enquanto, está apenas no papel. Rodolfo diz que a proposta ainda será apresentada e discutida com produtores e empreendedores “para que a gente estabeleça uma forma que seja mais condizente com o que eles querem e que a cidade consegue estruturar”.
Entre as melhores
Criado em 1987, o festival reúne diversos produtos derivados da jabuticaba, como geleias, licores e sorvetes, além da fruta in natura, chamada de “o ouro negro da cidade”. O evento conta ainda com atrações culturais locais e comercialização de outros produtos alimentícios e artesanais típicos da cidade da Grande BH.
A jabuticaba não é querida apenas em Sabará, ou no Brasil. Nessa segunda-feira (17/3), o portal gastronômico TasteAtlas considerou a fruta brasileira a 10ª melhor do mundo, em um ranking de 100 posições.
Atrações mensais
Rodolfo acredita que Sabará consegue atender a uma possível expansão do festival e aumento no público. No entanto, o prefeito reconhece que é preciso haver uma melhoria no setor de hospedagem da cidade, que avalia ter sido negligenciado anteriormente, para “o turista não somente ir, mas ir e permanecer.”
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Ele afirma que a gestão da cidade está focada em investir no empreendedorismo e turismo. Este mês, ele conta que foi à Feira Internacional de Lisboa para representar Sabará e levar produtos característicos da cidade, como a palma barroca, o ora-pro-nóbis e a renda turca. Além disso, a prefeitura planeja executar “um grande festival por mês”, com temas variados, como cachaça, música e cinema.
*Estagiária sob supervisão da editora Vera Schmitz